Gerson Oliveira e a árida luta para superar o Agronegócio

Um dirigente do MST-SP expõe a desigualdade de distribuição de terras e a batalha dos camponeses para produzir alimento de verdade nas franjas das monoculturas. Uma transição à Agroecologia poderia transformar trabalho, vida e natureza

O debate Agroecologia x Agronegócio, que aconteceu durante o ciclo de debates O Futuro do Trabalho no Brasil, em outubro de 2020, terminou com a fala de Gerson Oliveira, coordenador do acampamento Marielle Vive, do MST, em São Paulo. Gerson iniciou sua fala expondo o papel do agronegócio na crise do capitalismo e na crise climática global. Enquanto especulam com dinheiro, concentram terras, superexploram trabalhadores e envenenam a comida, há milhões de pessoas vivendo em cidades, sem vida digna e sem emprego. É preciso, diz ele, que se volte ao debate da Reforma Agrária, para mudar esse cenário.

Gerson também aponta para como camponeses em assentamentos do MST, muitas vezes nas bordas dos territórios do agronegócio, são importantíssimos para produzir alimento para a população. Segundo ele, a Agroecologia pode ser o caminho para a teia de problemas que enfrentamos: “a gente acredita que a Agroecologia pode revolucionar esse mundo, revolucionar o padrão alimentar, revolucionar a relação estabelecida do metabolismo humano com a natureza nesse processo de produção da nossa existência, e ela pode revolucionar a forma como a gente concebe a nossa vida”.

Assista, no vídeo acima, a importante fala de Gerson Oliveira. Na terça-feira que vem, próxima quinta-feira, 30/3, seguiremos para o terceiro e último grande tema do ciclo de debates: Os novos regimes de produção e redistribuição de riquezas. Ladislau Dowbor, economista, inicia falando sobre a Renda Básica e os Comuns.

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