Por que apostamos no jornalismo de profundidade?

Esta guerra vai durar muito mais que minha vida
Por isso, vou fazê-la
Manuel Scorza

Criado em 2010, Outras Palavras discute Política, Mundo e Cultura e aposta no jornalismo de profundidade para encarar grandes assuntos nacionais e internacionais. Para isso, mobilizamos pensadores e ativistas que não se limitam às análises convencionais. Produzimos matérias, entrevistas e reportagens que suscitam temas emergentes muito antes de serem captados pela mídia comercial. E também publicamos o Outra Saúde, único boletim diário da América Latina dedicado à Saúde Pública.

Outras Palavras acredita que o resgate e a reinvenção do jornalismo é possível. Trata-se de uma tarefa essencial, em meio à crise civilizatória na qual estamos mergulhados. Exigirá forças muito superiores às de nossa pequena redação. Por esta razão, estamos dispostos a contribuir com ela.

As esperanças de uma Comunicação livre dos oligopólios, despertadas pela internet desde as últimas décadas do século XX, estão vivas – mas em xeque. As velhas mídias já não controlam a informação; no entanto surgiram, como alternativas a elas, duas tendências ainda piores. Por um lado, as redes sociais controladas algoritmos da Big Techs, que decidem (com muito mais poder vertical que os editores do passado) o que oferecer e o que negar a cada público. Por outro, as notícias falsas, um universo de “fatos” fabricados não apenas para acalentar certas audiências mas, muito pior, para desfazer a possibilidade de uma narrativa compartilhada sobre o presente e, portanto, de dialogar e intervir sobre o futuro comum.

Outras Palavras crê na possibilidade de vencer estes perigos. Quer fazê-lo empregando duas ferramentas. Primeiro, a busca da profundidade. Implica rejeitar os fla-flus e o aplauso fácil, confiando na inteligência e na relação de longo prazo do leitor. Segundo, a construção paciente de redes. Aos poucos, acreditamos, será possível substituir as redações industriais e ultracentralizadas do velho jornalismo por relações de troca não-mercantil de saberes – inclusive os jornalísticos. Vislumbramos uma sociedade capaz de se informar reciprocamente, se enxergar de modo crítico e se transformar com ousadia.

Democracia e Jornalismo estão em crise. É hora de reinventá-los. Queremos sua companhia, nesta empreitada.