Hoje, escritora completaria 100 anos. Da dona de casa que mastiga uma barata à ruiva que soluça, suas obras mostram o espanto diante da vida — e em eventos aparentemente comezinhos, oportunidade para mergulhar na alma humana
Esgotam-se os ansiolíticos nas farmácias. “Vende-se” por toda a cidade. Netuno parece furioso — e envia outra tempestade. Na marginal, um grita: sou todos os mortos da pandemia. Tão perto da vacina, o inverno se aproxima — e encurtará futuros
Usada de forma irresponsável, expressão evoca percepção de veracidade, mas revela insegurança e vácuo de ideias. Antecede platitudes, usadas para interditar discussões, até as mais insossas. Urge uma campanha nacional contra este tosco tampão
Elas desempregam pontos finais e vírgulas — e se tornaram prestadoras de serviços genéricos. Acoplam ideias não-formadas. Revelam a aflição do não-concluir da Geração dos Reticentes. Nem a linguagem escapa da rapina de nosso tempo…
Que permite aos oprimidos tirar o sono de seus algozes mesmo liquidados? Será a teimosia em não aceitar que estamos todos aprisionados? E é por isso que nos esquecemos de sua existência – para que a chama subversiva não se espalhe?
Vida simples e moradia precária – mesmo para médicos e administradores. Desigualdade, mínima. Há cultura e tempo livre: a lógica neoliberal não invadiu as almas. Grandezas e impasses da ilha, vistas a partir de alguns de seus habitantes