Ela canta a condição da mulher negra e o amor distante, onde os corpos nunca se encontram. Ele exalta a lascívia e o futebol de várzea. Juntos, em Punga, representam uma geração que pôde mirar mais a liberdade estética que a denúncia social
Em dois poetas da periferia, a sofisticação sem pedantismo. Um busca o lirismo em brisas sobre a escrita, o insólito e o cotidiano. Outro, fino artesão, aposta na arte da “poesia de para-choques”. Em ambos, a irreverência e o espírito libertário
Duas poetas da periferia, de uma geração anterior à explosão dos saraus. Pela filosofia ou memória, entre o caminhar e o cambalear, um acerto de contas com o passado e a morte — não como epitáfio, mas convite a enfrentar abismos fúnebres
Em dois livros de poetas da periferia, a desconstrução e a incompletude que se reflete em versos pessoais e imagens da cidade, ora sombrios, ora oníricos. Literatura de combate — que primeiro derruba; depois ajudar a juntar os cacos
Paisagem poética de duas autoras da periferia. Uma trafega por cidade insone, entre a loucura e os amores de rolês. Outra, na potência do feminismo frente à opressão. Em ambas, corpo e lugar como campo de violações — e de resistência e libertação
Dois poetas mostram o vigor estético da literatura de periferia. Em um, pena reluzente, rigor formal e cortejo aos cânones — mas falta-lhe DNA da quebrada. Em outro, o lixo como elemento central — carregado de melancolia e sintaxe das ruas
Em duas escritoras da periferia, a ancestralidade renovada e o feminismo negro como forma de curar feridas — pessoais e coletivas. Maternidade e cabelo afro tornaram-se um convite a ver as raízes profundas como um canto de libertação
Em duas autoras periféricas, já falecidas, a infância pobre, mas convidativa à fabulação e à escrita. Pelas arte e ancestralidade africana, entre Carolinas e Dandaras, aflora a rebeldia negra — e um chamado à paz, mesmo que custe guerras
Em dois escritores (um deles, homônimo de famoso membro do PCC), relatos densos sobre o Massacre do Carandiru — e o cotidiano de torturas no sistema penitenciário. Mas, sob este inferno, há brechas para poesia e camaradagem entre presos
Na obra de dois poetas do chamado Fundão do Ipiranga, em São Paulo, os “códigos da favela”, o orgulho da comunidade e a rebeldia para enfrentar a segregação — principalmente pela Educação Popular e engajamento no movimento cultural