PÍLULAS: As mutações no vírus da varíola dos macacos

• Mutações no vírus da varíola dos macacos • Brasil quer vacina gratuita • Teoria sobre Alzheimer questionada • Um casal trans conta como teve seu filho no SUS • Talibã afasta mulheres da ciência • A linguagem dos fungos •

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Varíola dos macacos tem bem mais mutações do que o esperado

O genoma do vírus causador do novo surto de varíola dos macacos surpreendeu cientistas por apresentar muito mais mutações do que o esperado. São 40 mutações entre a cepa que se espalhou em 2018 na África e a que tomou a Europa neste ano. Os modelos vigentes estimavam que uma transformação deste tipo precisaria de 50 anos para ocorrer, não quatro. A hipótese é que alguns hospedeiros projetam enzimas que induzem um “mecanismo de sabotagem” que desencadeia mutações deletérias nos vírus que encontram. “Seria como reorganizar as letras na máquina de escrever do seu inimigo para que elas não consigam enviar uma mensagem clara”, explica a Stat News


98% dos brasileiros querem vacina gratuita 

Segundo levantamento do Datafolha, 98% dos brasileiros defendem que o governo federal continue garantindo o fornecimento da vacina contra a covid no SUS, de forma gratuita e para toda a população. Ainda não se sabe como será a vacinação contra a covid em 2023, mas o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já sinalizou que no futuro o imunizante poderá ser destinado apenas a grupos prioritários. Na última semana, clínicas particulares passaram a vender a vacina AstraZeneca por até R$ 350.  


Principal teoria sobre Alzheimer é questionada 

Estudo publicado pela Nature Neuroscience sugere que a doença atua no interior dos neurônios, diferente do que diz a teoria que embasou os últimos 20 anos de investigação. As causas e o desenvolvimento do Alzheimer continuam desconhecidos, apesar da enfermidade ser o tipo de demência mais comum. Uma certeza: pessoas doentes apresentam placas de proteínas amiloides ao redor dos neurônios prejudicados. Essas placas são a causa? Ou seriam consequência de outro problema? Esses são alguns questionamentos levantados pelo estudo. 


Homem trans dá à luz um filho no SUS

Leonardo Oliveira, 20, e Arielly Germano, 22, foram tratados pelo SUS durante a primeira gravidez do casal. Relataram uma experiência positiva no sistema de saúde cearense: “Estava esperando o caos, chuva de olhares tortos, comentários ruins e desrespeitosos, mas me surpreendi. Desde quando fui marcar. No dia, me perguntaram da mãe, disse que era eu e eles entenderam na hora”, relatou Leonardo, que pariu Dandara. É comum pessoas LGBTQI+ denunciarem casos de  preconceito e discriminação durante consultas médicas; para homens trans, ir ao ginecologista ou obstetra pode ser uma experiência traumática quando os profissionais não são preparados para um atendimento adequado. 


Afeganistão: Talibã corta mulheres da vida científica 

A retirada do exército dos EUA e a consequente tomada do Afeganistão pelo Talibã está prestes a completar um ano – tempo suficiente para o regime aplicar restrições severas a alunas e docentes. Professoras não podem ensinar homens e alunas não podem frequentar aulas junto a colegas homens, entre outras restrições severas. A Nature entrevistou dezenas de estudantes e professoras do país, reportando que muitas já deixaram o Afeganistão, principalmente as que possuíam relações internacionais e recursos financeiros. As que ficaram denunciam que o Talibã inviabiliza suas carreiras. 


Fungos podem ter linguagem própria

Disparos elétricos detectados nos filamentos dos fungos apresentam similaridade ao sistema nervoso de animais. Cientistas da Universidade do Oeste da Inglaterra, em Bristol, presumem que esses sinais elétricos fazem a comunicação entre as diferentes partes do organismo – e também entre diferentes indivíduos. Usando eletrodos, mediram a frequência e a duração das sequências elétricas de quatro espécies de fungo. Comparados aos fonemas da língua inglesa, descobriram padrões com notável semelhança estrutural, identificando cerca de 50 palavras, cada uma com características semelhantes a vocábulos de nossas  línguas.

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