PÍLULAS | Covid: o aumento de casos, as máscaras e a vacinação

• Em que ponto estamos, na pandemia • Planos de saúde mais caros • Campanha de vacina contra a gripe • Arritmia ligada à poluição do ar • Como o mercúrio adoece os munduruku • Novo tratamento para hipertensão •

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Covid: o aumento de casos, as máscaras e a vacinação

Vivemos, mais uma vez, uma fase de aumento dos casos e hospitalizações por covid – confirmada na quarta-feira (01/06) pelo Boletim InfoGripe. Segundo dados registrados pela Fiocruz, a Sars-CoV-2 é responsável por 59,6% dos casos de síndrome respiratória aguda grave – na semana anterior, representava 48%. Enquanto os números pioram sensivelmente, tudo que os gestores de saúde de São Paulo conseguem sugerir é o uso de máscara em lugares fechados. Enquanto isso, uma pesquisa abrangente da Universidade de Hong Kong, da China, descobriu que a melhor proteção vacinal é alcançada com três doses – não importa em qual combinação de marcas. No Brasil, porém, menos da metade da população tomou a dose de reforço – o que pode contribuir para a onda atual.

Reajuste de planos de saúde pode alcançar absurdos 43%

O governo anunciou o proibitivo aumento de 15,5% nos planos de saúde. Um cálculo feito pelo pesquisador Mario Scheffer, em seu blog no Estadão, demonstra como esse índice pode ser muito maior. A legislação permite aumentos a cada mudança de faixa etária, gerando uma cobrança em cascata que pode alcançar irreais 43,1% de aumento quando o cidadão completar 59 anos. Scheffer conta que, no Congresso, deputados e senadores tentam derrubar os 15,5% de aumento – bem acima da inflação e ignorante aos enormes lucros que os planos de saúde tiveram na pandemia.

Apenas 44% se vacinaram contra a influenza

Foi estendido por mais 20 dias o prazo para vacinação de gripe no Brasil. É mais um ano de baixa adesão à vacina da influenza: até setembro de 2021, apenas 78% haviam tomado a injeção, muito abaixo da meta de 90%. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, faz um apelo para todos comparecerem aos postos para se vacinar. Mas não basta a vontade do ministro, se o governo faz campanha contra vacinas e corta pela metade a verba para de sua divulgação, como revelou a Repórter Brasil.

Arritmia pode estar ligada à poluição do ar

Um estudo da European Society of Cardiology’s (ESC) monitorou pacientes com Aparelhos Cardioversores desfibriladores implantáveis (CDI) e chegou à conclusão de que a incidência de arritmias foi maior nos dias que registraram maior poluição do ar. A pesquisa, que envolveu 146 pessoas na cidade italiana de Piacenza, mostrou uma relação direta entre o problema ambiental e a condição cardíaca. Os CDIs servem para controlar a arritmia, mas também para monitorá-la. O aumento da concentração de material particulado no ar tem impacto direto no aumento do risco de arritmias que necessitam de tratamento com choque.

Mercúrio no Tapajós compromete saúde do povo munduruku

Na região de Santarém, no Pará, 60% dos moradores de três aldeias munduruku sofrem com os males da contaminação por mercúrio em altos níveis no corpo. Em conversa, os indígenas munduruku e o neurologista Erik Jennings chegaram a uma solução para mitigar os danos: a criação de um Centro de Referência para as Patologias Decorrentes do Mercúrio (CREPAM) em Santarém. Começou a funcionar em janeiro deste ano, conta o médico em entrevista à InfoAmazônia. Ele trabalha na assistência de saúde dos povos indígenas do Pará há mais de duas décadas. No CREPAM, as pessoas podem fazer exames e iniciar o tratamento, e trata-se da primeira iniciativa do tipo no país. Os sintomas do mercúrio no corpo costumam ser dificuldade de concentração e amortecimento das mãos e pés. Na região, segundo Jennings, há também muitas crianças que nascem com problemas cerebrais – mas a relação com mercúrio ainda não foi provada. Entre os motivos para a concentração de mercúrio no Tapajós, o primeiro é o garimpo. Mas também são responsáveis o desmatamento, as queimadas e a queima da biomassa – afinal, o elemento está concentrado no solo.

Estimulação transcraniana pode ser tratamento para hipertensão

Um estudo da Unicamp publicado na revista Frontiers in Cardiovascular Medicine indica que a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) pode ser uma opção de tratamento para pacientes com hipertensão arterial resistente, isto é, quando a doença resiste aos medicamentos disponíveis. Os pesquisadores avaliaram os efeitos de uma única sessão (estimulação aguda) e de dez sessões consecutivas (estimulação prolongada) de ETCC na pressão arterial de 13 voluntários. A estimulação aguda teve resultados promissores, enquanto a prolongada aparentemente gera resistência.

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