PÍLULAS: Planos de saúde cortam tratamento para autistas

• Planos de saúde não querem tratar autismo • 83% temem ter que cancelar seu plano • Vacinação contra covid privada? • Falta medicamentos de uso hospitalar • Poluição do ar e covid • Aquecimento atinge oceanos •

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Planos de saúde cortam tratamento para autistas; STF pode coibir atitude

Os planos de saúde têm interrompido terapias que já vinham sendo oferecidas a crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista), alegando que estas não constam na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar de procedimentos que devem ser obrigatoriamente oferecidos pelas operadoras. A ação dos planos ocorre antes da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto. O julgamento será retomado hoje (8/6) e sua decisão é  muito aguardada porque poderá servir como base para casos semelhantes no futuro. Os usuários, associações de pacientes e de defesa do consumidor querem que a lista da ANS funcione só como referência mínima e que outras demandas possam ser atendidas sob solicitação médica.


Aumento dos preços assusta 83% dos usuários da saúde privada

Com o aumento de 15% nas mensalidades dos planos de saúde, 83% das pessoas que utilizam esse serviço temem precisar renunciar aos seus planos, segundo uma pesquisa da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab); 47% dos entrevistados tiveram que ajustar o orçamento em 2021 para não perder o plano de saúde. Para 88% das pessoas ouvidas pelo levantamento, a necessidade de assistência médica permaneceu a mesma ou aumentou durante a pandemia. As operadoras tentam justificar a alta dos preços do serviço alegando aumento de gastos médico-hospitalares após a pandemia, mas especialistas já contestaram a estimativa, diante do lucro das empresas.


Abrasco alerta para risco de privatizar vacinação contra a covid-19

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) emitiu uma nota sobre a disponibilização das vacinas contra a covid-19 no setor privado de saúde. O documento adverte: “Causam preocupação as sinalizações do Ministério da Saúde de que (…) possa restringir a vacinação no SUS a determinados grupos populacionais ou profissionais, tornando a vacina acessível aos não contemplados apenas no mercado privado”. Para evitar tal prognóstico, diz a entidade, o SUS deve continuar a prover as vacinas “em quantidade, esquemas e intervalos previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO)”. Ou seja, o governo deve manter seu investimento para tal fornecimento à população. A Abrasco reitera ainda que a rede privada deve “funcionar em complementaridade ao sistema público, na estratégia de controle da pandemia de Covid-19, como mais uma alternativa de vacinação para os grupos-alvo do PNO” e que, portanto, vacinas no setor privado devem ser oferecidas dentro das mesmas indicações do PNO. 


Entidades alertam ministério sobre falta de medicamentos

Entidades médicas enviaram ao ministério da Saúde um documento pedindo para que a pasta regule o mercado de medicamentos, devido ao baixo estoque de cinco remédios de uso hospitalar e pré-hospitalar. As drogas que constam na lista são dipirona, neostigmina, atropina, amicacina e ocitocina, todas injetáveis. “Ratificamos nosso pedido, de solicitar respeitosamente, que sejam adotadas ações coordenadas no sentido de contribuir com a regularidade da comercialização dos medicamentos, tendo em vista todas as implicações e prejuízos clínicos que a ruptura de estoque pode ocasionar”, diz o texto. 


Poluição do ar aumenta riscos de covid grave

Pessoas que vivem em locais com alta taxa de dióxido de nitrogênio no ar – que vem da queima de combustíveis fósseis – correm riscos maiores de internação em UTIs por covid-19, segundo uma pesquisa do Hospital da Universidade de Berlim, Alemanha. De acordo com o estudo, durante a pandemia, municípios alemães com níveis mais baixos de poluição necessitavam de 28 leitos de UTI e 19 ventiladores; enquanto isso, nos 10 municípios mais poluídos, a média de leitos necessários era de 144, com 102 ventiladores. 


Aquecimento afeta correntes oceânicas e pode causar “eterno La Niña”

A mudança climática está desacelerando o fluxo responsável integrar as correntes oceânicas que trazem a água quente dos trópicos para o Atlântico Norte – chamado de “Circulação Meridional de Capotamento do Atlântico”. Uma pesquisa publicada na Nature Climate Change analisou as consequências devastadoras para o meio-ambiente e para o clima global caso esse “cinturão de correntes” entre em colapso. Segundo o estudo, a sensação climática seria como um eterno “La Niña” – chuvas e inundações em algumas partes do mundo e secas extremas com temporadas de incêndios florestais em outras, acarretando no aumento de desastres naturais. Desde as primeiras civilizações humanas – há cerca de 5.000 anos – a Circulação do Atlântico se manteve relativamente estável. Contudo, cientistas notaram a sua desaceleração nas últimas décadas, associada ao derretimento das calotas polares na Groenlândia e na Antártida – consequência direta do aquecimento global. Ao derreterem, essas calotas despejam grandes quantidades de água doce nos oceanos, tornando a água mais flutuante e reduzindo o “afundamento” de águas densas em altas latitudes.

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