Duas poetas da periferia, de uma geração anterior à explosão dos saraus. Pela filosofia ou memória, entre o caminhar e o cambalear, um acerto de contas com o passado e a morte — não como epitáfio, mas convite a enfrentar abismos fúnebres
Em um conto de A cicatriz, livro recém-lançado de B. Kucinski, a atmosfera dos porões da ditadura. Os oficiais quebraram o cara. Ele nada delatou. Cederá alguma hora? Vale a pena mantê-lo vivo? Impasse será resolvido por uma estranha democracia…
Paisagem poética de duas autoras da periferia. Uma trafega por cidade insone, entre a loucura e os amores de rolês. Outra, na potência do feminismo frente à opressão. Em ambas, corpo e lugar como campo de violações — e de resistência e libertação
Uma é laureada; outra, ignorada pela crítica. Mas Clarice Lispector e Lourdes Ramalho têm mais que o centenário em comum. Em suas obras, há a busca pelos fios de suas origens judaicas e a justiça social no reencontro com o humano
Hoje, escritora completaria 100 anos. Da dona de casa que mastiga uma barata à ruiva que soluça, suas obras mostram o espanto diante da vida — e em eventos aparentemente comezinhos, oportunidade para mergulhar na alma humana
Elas desempregam pontos finais e vírgulas — e se tornaram prestadoras de serviços genéricos. Acoplam ideias não-formadas. Revelam a aflição do não-concluir da Geração dos Reticentes. Nem a linguagem escapa da rapina de nosso tempo…
A bebida nas obras de três artistas: José Lins do Rego, Aldir Blanc e Jorge Amado. No universo do primeiro, relações sensuais e afetuosas, mas também brutalidade e decadência no Nordeste canavieiro — e a pinga como peça fundamental
Nas obras de duas autoras periféricas, um ato de emancipação. Racismo e machismo estruturais as calaram, mas na poesia encontram espaço para refletir sobre suas trajetórias e sentimentos — de forma crua, verdadeira e insurgente