PÍLULAS l A campanha contra a Polio no Brasil

• Vacinação contra pólio • Equidade vacinal na América Latina? • Varíola dos macacos atual tem sintomas sutis • LGBTQIA+ exigem ação do governo britânico • Médicos contra o teto de gastos • Saúde privada ameaça suspender atendimento pelo SUS •

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Déficit vacinal: imunização contra a pólio recomeça, enfim

Depois de ter cultivado o negacionismo vacinal por três anos, o ministério da Saúde viu-se finalmente compungido a mudar de postura. A imunização contra a poliomielite recomeçou neste fim de semana. A meta é vacinar 95% das crianças de 1 a 5 anos para reduzir o risco de retorno da doença, também conhecida como paralisia infantil. A campanha será realizada até 9 de setembro, com 40 mil postos de vacinação abertos para aplicar as doses contra a pólio e as outras 18 vacinas previstas pelo calendário nacional para pessoas abaixo de 15 anos – como febre amarela, hepatite e sarampo. Segundo os últimos dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, a cobertura contra a poliomielite não chegou aos 50% do público-alvo em 2022, enquanto a taxa de vacinação geral vive uma baixa histórica.

América Latina quer acesso equitativo a vacinas para a varíola dos macacos

Diante do aumento constante de casos de varíola dos macacos em vários países das Américas, os Estados Membros da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizaram na sexta-feira, 5/8, uma sessão especial para pensar em ações que contenham o surto. Um dos pontos principais debatidos foi a possibilidade do acesso equitativo à vacina para as populações em maior risco. A América representa 36% dos casos confirmados da doença no mundo. “A vacinação posterior ou prévia à exposição poderia ser um complemento às demais medidas”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. Atualmente, há apenas uma vacina de terceira geração contra a varíola dos macacos no mundo, e é elaborada por um único produtor, com quem a OPAS está em negociação.

A doença pode ter sintomas sutis 

Cientistas que vêm estudando o novo surto da doença perceberam que ela está se manifestando de formas diferentes, se comparada aos casos endêmicos que ocorrem em alguns países africanos desde a década de 1970. Antes de se espalhar para outros países, a infecção pelo vírus causava especialmente febre, mal-estar, inchaço dos gânglios, dor de cabeça, suadouro e o surgimento de várias lesões na pele, principalmente no rosto, na palma das mãos e na sola dos pés. Agora, os pacientes ainda têm febre e mal-estar, mas as feridas são poucas, pequenas e se localizam principalmente nos genitais e no ânus. Alguns pacientes disseram achar que as feridas eram “espinhas”. 

Grupos LGBTQIA+ exigem ação do governo britânico 

Grupos representantes da comunidade LGBTQIA+ uniram forças para exigir que o governo aumente os esforços para combater a varíola dos macacos – que corre o risco de se tornar endêmica no Reino Unido. As entidades se mobilizaram para pedir que o surto seja declarado como emergência de saúde pública nacional. O país tem mais de 2.600 casos de varíola dos macacos até agora. A doença afeta majoritariamente homens gays e bissexuais que se relacionam sexualmente com outros homens (HSH). “Precisamos de mensagens claras e não estigmatizantes, entregues diretamente a quem é HSH sobre os sintomas da varíola dos macacos e o que fazer se você suspeitar que tem o vírus”, afirmaram os autores da carta endereçada ao governo. 

Médicos pedem revogação do teto de gastos para recuperar o SUS

No sábado, 6/8, em evento organizado pela campanha Médicas e Médicos com Lula, profissionais da saúde pediram a revogação da Emenda Constitucional 95, implementada no governo Temer, que congelou os investimentos em saúde e educação. Durante a Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, Lula garantiu que se for eleito acabará com o Teto de Gastos: “É preciso tirar a palavra gasto do dicionário quando se fala em Saúde”, afirmou. 

Maior rede de diálise do país ameaça suspender atendimento pelo SUS

A maior rede de clínicas de diálise do país, a DaVita, está ameaçando parar de atender o sistema público de saúde. Cerca de 90% das clínicas de diálise que atendem ao SUS são privadas e recebem repasses do governo federal. Essas empresas já alegavam lidar com valores defasados dos procedimentos, agravados pela alta do dólar, pelo aumento do preço dos insumos e pela inflação. Agora dizem que a sanção do piso da enfermagem representou um grande problema financeiro. Segundo a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, haverá aumento de despesas com a criação do piso sem contrapartidas nos repasses aos prestadores de serviços do SUS, o que tem provocado protestos de várias entidades patronais da saúde. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a área técnica do ministério vai avaliar a demanda.

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