PÍLULAS l Avanço de doenças crônicas para maioria da população

• Pobreza, doenças crônicas e o papel da Saúde da Família • Varíola dos macacos: Abrasco vê lentidão do ministério da Saúde • Trabalhadores contaminados por arsênio nos EUA e a falta de acesso à água decorrente • Fome extrema no Chifre da África • Embriões sintéticos •

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Como as doenças crônicas afetam mais os mais pobres

Um conjunto de cientistas de diversos países no Norte e no Sul global se reuniram para analisar a prevalência de multimorbidades em suas populações – a presença de mais de uma doença crônica ao mesmo tempo. Sua descoberta principal é que pessoas em condições socioeconômicas desfavoráveis desenvolvem multimorbidade dez anos mais cedo que os mais abastados. O problema se explica por diversos fatores. Um muito importante é a alimentação: o consumo de alguns alimentos – como os ultraprocessados – pode favorecer o aparecimento de hipertensão e diabetes, por exemplo. 

… e por que a ESF é tão importante no combate a elas
Um dos pesquisadores que participou do estudo, o brasileiro Bruno Pereira Nunes, professor na UFPel (Universidade Federal de Pelotas), defende que graças ao SUS o país tem boa preparação para lidar com o problema. Especialmente por conta da Estratégia de Saúde da Família, já que as doenças crônicas são melhor acompanhadas por equipes multidisciplinares com contato próximo à população. Para garantir esse direito, portanto, o sistema de saúde deve ser dignamente financiado, alerta Nunes.

Abrasco: ministério da Saúde falhou contra varíola dos macacos

A Comissão de Epidemiologia da Abrasco, que reúne pesquisadores de diversas instituições, alerta para a lentidão e falta de preparo do governo federal para o enfrentamento da doença. A comissão aponta que a pasta não tem um sistema de informação transparente e ágil para divulgação de dados e informações sobre o vírus; além disso, no Brasil, há apenas quatro locais para análise de suspeitas de contágio, sendo que todos ficam no Sudeste. 

Trabalhadores contaminados por arsênio nos EUA

Em um novo sinal do empobrecimento das maiorias nos Estados Unidos, o New York Times expôs em reportagem o caso de uma comunidade de trabalhadores agrícolas que sofre por contaminação de arsênio na água. Localizado em Eastern Coachella Valley, no sul da Califórnia, o campo onde vivem é ocupado por casas-trailers de cerca de mil trabalhadores – em sua maioria, de origem mexicana.  Essas pessoas sofrem por diversos problemas de saúde, entre erupções cutâneas constantes, perda de cabelo e doenças renais. 

EUA: Num dos estados mais ricos, 1 milhão não têm acesso à água

Em 2019, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos encontrou níveis de arsênico na água do parque 10 vezes mais altos que o limite máximo seguro, mas não houve outras ações ou até mesmo aprofundamento da pesquisa. O trabalho agrícola desempenhado pela maioria dos moradores está entre as ocupações mais perigosas do país. Apesar de saberem do perigo, as famílias não se mudam – dizem não ter para onde ir, pois não conseguem pagar aluguel em outro local da Califórnia. O Estado é considerado um dos mais ricos dos EUA, mas cerca de 1 milhão de pessoas não têm acesso a água limpa.  

OMS alerta para fome na região do Chifre da África

Segundo a organização, a região enfrenta uma crise alimentar sem precedentes. Para conseguir frear a situação, a OMS pede um investimento internacional conjunto de 123,7 milhões de dólares. Estima-se que mais de 80 milhões de pessoas nos 7 países da região – Djibuti, Etiópia, Quênia, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Uganda – estejam em situação de insegurança alimentar. Mais de 37,5 milhões de pessoas estão classificadas na fase 3 do IPC, um estágio de crise em que as pessoas têm de vender os seus bens para alimentarem a si próprias e às suas famílias. 

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