Lula: “É preciso tirar a palavra gasto do dicionário quando se fala em Saúde”

Em discurso na Conferência Livre de Saúde, em São Paulo, o ex-presidente falou da política para a saúde nos governos petistas e garantiu investimento prioritário em um próximo governo

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“A pandemia matou muita gente e fez vocês se dedicarem acima  da jornada de trabalho normal, mas ela também permitiu que muitas pessoas que não reconheciam o serviço do SUS nesse país passassem a valorizar o heroísmo com que vocês se dedicarem para salvar a vida do povo brasileiro.” Foi assim que Luiz Inácio Lula da Silva iniciou sua fala na Conferência Livre Democrática e Popular de Saúde, que aconteceu na última sexta-feira, 5/8. Ele afirmou que o investimento no Sistema Único de Saúde será uma prioridade em seu governo.  “Nós não podemos continuar usando a palavra gasto quando se trata de cuidado à saúde. É um equívoco”, afirmou, seguido de uma salva de palmas por parte da plateia – composta por profissionais e movimentos da saúde.

O candidato à reeleição afirmou que é preciso “avaliar quanto custa para o país uma pessoa saudável”, e argumentou que a capacidade produtiva e intelectual dessas pessoas também cresce e, por consequência, garante o crescimento produtivo do país. Segundo o petista, bons índices de saúde da população só serão possíveis com investimentos na promoção da qualidade de vida: alimentação de qualidade, moradia, transporte, renda e educação. Após criticar fortemente a EC 95, ele prometeu: “não haverá Teto de Gastos no próximo governo”. 

Lula relembrou algumas políticas dos anos petistas, como o aumento real do salário mínimo, o crescimento dos postos de trabalho, o avanço do saneamento básico, o aumento da expectativa de vida para 75 anos e a queda da mortalidade infantil pela metade. “Vamos precisar fortalecer muito o sistema de saúde para não deixar que esse país viva uma pandemia da fome”, alertou. Ele argumentou que “escrever na constituição que a saúde é um direito de todos e todas foi uma conquista extraordinária”, mas que “a eleição de governos verdadeiramente comprometidos com a qualidade de vida da população faz a diferença do que vai ser o SUS”. 

Lula relembrou que, durante seu governo, o Brasil se tornou referência mundial pela ampla vacinação de sua população e pela quantidade e qualidade de procedimentos de transplantes de órgãos. “Eu quero que quem critica o SUS lembre que tudo que é universalizado cai de qualidade se o dinheiro também não for universalizado”, afirmou. Ao garantir mais investimentos para o SUS em seu possível próximo governo, pediu mobilização e críticas por parte da plateia: “eu não acredito em governo que dê certo se o povo não estiver cobrando”.

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