Todas as noites, sentada sob o chuveiro, ela ouve os mesmos sons, dolentes, atravessando as águas como um pedido íntimo de socorro. Decide atender esse pranto e descobrir de onde ele vem. Mas que encontro se esconde no edifício que habitamos?
No “paradoxo da confissão”, proposto por Zizek, alguém falsamente acusado de traidor acaba confessando a “culpa” irreal. Comum nas instituições da fé, o mecanismo repetiu-se em muitos grupos políticos, nos séculos XX e XXI
Elas podem ser mais perigosas que mentiras, já advertiu Nietzsche. Na política, refratam as complexidades do mundo, simplificam respostas e são armas contra “inimigos”. Quase-religião, fixam identidades: aquilo que se é e que deve ser…
Seguir isolado ou sair às ruas? Neste não-lugar gerado pela crise, imperam a culpa e a indefinição do futuro. Saída pode estar em reconhecer a precariedade de nossos abrigos e apostar na partilha de experiências, medos e desejos…