Dois cordelistas urbanos celebram o centenário do evento que chacoalhou o Brasil. Em versos afiados, dissecam o “espírito de Macunaíma” — e seu legado às futuras gerações. Um sugere tese ousada: seria o cordel precursor da arte moderna no Brasil?
O coração na ponta da caneta em duas poetas da periferia. Em gritos, sussurros, devoções e resistências, a intimidade como convite à diversidade que habita o eu, sem narcisismos, e a cantar a esperança diante da correria do mundo
Dois escritores da periferia retratam o universo borbulhante de campinhos e peladas: ato de brincar e também formação cultural dos meninos das quebradas, “onde a bola pulsa feito coração” — e as meninas são relegadas às margens…
Duas jovens escritoras periféricas mostram: o mergulho no eu pode ser ato de generosidade. Fora da dicotomia emoção-razão, seus amores e frustrações são convite à resistência feminista, do qual ninguém atravessa incólume — nem homens
Arlete Mendes e Zá Lacerda têm estilos distintos e trajetórias diversas – mas compartilharam vivências num sarau em um boteco de quebrada. E seus poemas de primavera são impregnados de vida em elevadas elaborações estéticas
Entre a rua e os vagões de trem, perrengues e celebrações, emerge a obra de Alessandro Buzo, destacado autor da Literatura Hip Hop. Nela, o bar, o futebol e o transporte público são, mais que paisagem, elementos para articular as quebradas
Nos 20 anos do Sarau da Cooperifa, a voz rebelde (e boêmia) de Sergio Vaz. Contundente, mas sem messianismo, ele aposta nos afetos e na emancipação popular. Em vez do revide, propõe pólvora adocicada e antropofagia periférica
Em dois clássicos da Literatura Hip Hop, de Ferréz e Sacolinha, o moralismo do narrador – e um retrato das intrigas na periferia, sem maquiagem. Desvelam o sistema desalmado, mas também as traições internas de quem vive “o negro drama”
Allan da Rosa e Dinha, dois poetas das quebradas, com doutorado na USP, mas que não se transformaram em eruditos de aquário. Eles apostam na poesia sofisticada, mas acessível, forjada na “teoria suada” da ação política e nos saberes do Nordeste e da África
Três expoentes da Literatura Hip Hop, que se inspiram mais no rap que em saraus. Inflamados, dão mais vazão às narrativas que a elementos formais da poesia e convidam à insurgência das periferias, para além da redenção individual