Uma boa notícia sobre a vacina de Oxford
Estudo feito nos EUA, França, Chile e Peru com 32 mil voluntários demonstrou 79% de eficácia na prevenção da covid sintomática — inclusive entre idosos
Publicado 23/03/2021 às 07:45 - Atualizado 23/03/2021 às 08:00
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Após uma série de notícias sobre a desconfiança de certas nações em relação à vacina de Oxford/AstraZeneca, uma boa reviravolta: saíram ontem (via comunicado à imprensa) as primeiras informações sobre o maior de seus ensaios de fase 3, com 32 mil voluntários nos Estados Unidos, França, Chile e Peru.
Foi observada uma eficácia de 79% na prevenção de covid-19 sintomática. É um número sensivelmente maior do que a média de 70% relatada para os testes no Brasil, no Reino Unido e na África do Sul.
Outro ponto positivo é que foi observado o mesmo grau de proteção para idosos, que não tinham sido suficientemente representados nos outros testes.
A confusão feita pela AstraZeneca ao divulgar esse resultado anterior (já falamos bastante disso por aqui) acabou gerando muito burburinho – não sem razão – e a agência reguladora dos Estados Unidos decidiu não aprovar o imunizante até ver os dados de um estudo mais robusto, com protocolos claros. Agora, espera-se que o país finalmente autorize seu uso.
Só que provavelmente a vacina nem será necessária por lá. A aprovação emergencial não deve chegar muito antes de maio, quando, segundo os planos de Joe Biden, já haverá doses suficientes de outras vacinas para alcançar toda a população adulta.
Para nós, no Brasil, é uma notícia encorajadora, principalmente pela informação sobre a proteção a maiores de 65 anos.
Em tempo: a Sinovac disse ontem que, em testes preliminares com 500 crianças e adolescentes entre três e 17 anos, a CoronaVac se mostrou segura e provocou bons níveis de anticorpos – o que não basta para garantir a eficácia, mas é um bom indicativo. Não houve muitos detalhas sobre as reações adversas. Segundo Zeng Gang, pesquisador da farmacêutica, elas foram em sua maioria brandas, mas duas crianças tiveram eventos de grau 3 (algo considerado grave, mas que não representa risco imediato à vida).