PÍLULAS | Crianças infectadas pela varíola dos macacos

• Varíola dos macacos preocupa o Brasil • Trabalhadores dos EUA contra a Amazon na Saúde • Modelos estimam a destruição da Amazônia pelo garimpo • Florestas brasileiras podem estar perdendo o poder de gerar chuvas • O triste quadro da vacinação infantil • Abrasco lança campanha pelo SUS •

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Varíola dos macacos: a infecção em crianças e o primeiro óbito

O surto de varíola dos macacos no Brasil alcançou novos patamares. Na sexta-feira, duas notícias preocupantes tiveram destaque: a de três casos confirmados da doença em crianças entre 4 e 6 anos, em São Paulo, e da primeira morte registrada no país, de um homem de 41 em Minas Gerais. Foi a sexta morte computada em todo o mundo, segundo dados da OMS. A vítima já cuidava de problemas graves de saúde, anteriores à infecção. Foi o primeiro óbito fora da África causado pelo surto atual – logo em seguida a Espanha também confirmou sua primeira morte. Já a condição das crianças é estável, mas não há mais informações. A doença é considerada preocupante nos pequenos, que são considerados pacientes de risco. A varíola dos macacos tem início com sintomas de gripe, como dores no corpo e febre, e só após alguns dias aparecem as erupções cutâneas. 

EUA: trabalhadores protestam contra entrada da Amazon na Saúde

Seguindo a tendência de investimentos massivos em startups tecnológicas que atuam no setor, a Amazon comprou por 3,9 bilhões de dólares a One Medical, uma empresa de cuidados primários. Em resposta, sindicatos e organizações trabalhistas marcharam no distrito financeiro de São Francisco, próximos à empresa recém-comprada, contra o acordo, em 26/7. Sua preocupação é que uma empresa que já demonstrou pouco cuidado com os dados de seus usuários adquira ainda mais poder sobre eles. 

Como a mineração pode destruir a Amazônia nos próximos anos

Um estudo da Escola Politécnica (Póli) da USP, recém publicado na Nature Sustainbility, calculou os danos causados pela mineração em áreas protegidas da Amazônia. Os pesquisadores avaliaram os planos da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), localizada entre os estados do Amapá e Pará. Segundo seus cálculos, em 30 anos seriam devastados 7.626 km² de florestas apenas para a abertura de estradas para o carregamento de minérios. Com o afrouxamento de leis ambientais, poderiam ser abertos 183 km² de floresta para as minas – mais da metade de toda área de mineração industrial já existente no estado do Pará. Se o desflorestamento for adiante como mostram as projeções, a perda da biodiversidade em áreas protegidas será intensa.

A floresta está perdendo capacidade de gerar chuvas

A mineração é apenas uma das atividades que estão levando a Amazônia a um ponto de devastação de que pode não ter retorno. A pesquisadora Luciana Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi uma das responsáveis por estudo publicado no ano passado que mostrou que a floresta tem perdido capacidade de capturar dióxido de carbono – e começando a emitir o gás, especialmente na sua porção leste. Ela deu entrevista ao InfoAmazonia, explicando como o fenômeno acontece e alertando: a capacidade amazônica de gerar chuvas está diminuindo. “Estamos destruindo a nossa fábrica de chuvas. Para se ter ideia, a Amazônia joga na atmosfera uma quantidade de água quase igual ao que o Rio Amazonas despeja no mar todo dia”, afirma Luciana. Na entrevista, ela explica como o fenômeno afeta diretamente o nosso dia a dia – na produção de alimentos, por exemplo, que, afetada, contribui no aumento de preços.

O cenário da queda de vacinação no Brasil

O Brasil segue a tendência mundial de queda na vacinação infantil, que foi registrada em relatório recente publicado pela OMS. Segundo os dados da organização, o país está entre os dez piores do mundo no alcance de metas. É um grande retrocesso, visto que o Plano Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973, é referência mundial. A revista Galileu fez um levantamento da situação epidemiológica de 16 doenças imunopreveníveis – entre elas tuberculose, poliomielite, meningite, febre amarela, sarampo e HPV. O cenário é desanimador: a cobertura de todas as doses da vacina tetraviral, por exemplo, caiu de 79,04%, em 2015, para 5,71%, em 2021. A vacina contra a hepatite, que já teve cobertura de 97% em 2015, caiu para 66,5% no ano passado. A cobertura do imunizante contra a pólio – a do Zé Gotinha – desabou de 89,54% em 2018 para 69,41% em 2021.

Eleições: campanha lista propostas para fortalecer o SUS

A Abrasco, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, lançou, na semana passada a campanha Fortalecer o SUS, de olho na disputa presidencial de 2022. Em sua visão, é um momento importante e estratégico para que o SUS seja mantido e fortalecido. Para isso, é preciso eleger políticos que estejam comprometidos com o sistema público de saúde. “Nossa campanha é uma tentativa de envolver a sociedade civil como um todo e de mostrar que o nosso SUS é um patrimônio de toda a nação brasileira e deve se tornar uma política de Estado”, afirmou Rosana Onocko, presidente da Associação. “Por ser um patrimônio nacional o SUS merece toda a nossa atenção e nosso esforço de mobilização em sua defesa.” A Abrasco lançou um site para a campanha, com propostas para o seu fortalecimento e onde é possível assinar uma petição para que o SUS seja pauta prioritária no período eleitoral.

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