Os números da Aids no Brasil

De 1980 até 2018, foram identificados 926.742 casos no país. Na última década detecção caiu no Brasil, embora tenha aumentado nas regiões Norte e Nordeste

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28 de novembro de 2018

NÚMEROS DA AIDS

O Ministério da Saúde apresentou ontem um boletim epidemiológico sobre HIV-Aids, pegando carona no dia mundial de luta contra a doença. E as taxas de mortalidade caíram entre 2007 e 2017 quase 15%. Só nos últimos quatro anos, passaram de 5,7 óbitos por cem mil habitantes para 4,8. A pasta atribui essa queda à garantia do tratamento para todos, lançada em 2013.

A detecção dos casos diminuiu 9% em média, mas há regiões em que aumentou, caso do Norte e Nordeste do país. Uma tendência também é o crescimento da detecção de HIV em gestantes. Na última década, a alta foi de 21,7%. O Ministério não associa o número a uma mudança social, mas à disponibilidade maior do teste rápido no sistema de saúde e à ampliação dos serviços de pré-natal. No período, a transmissão vertical, quando a mãe passa o vírus para o feto, caiu de forma expressiva: 42%.

De 1980 até 2018, foram identificados 926.742 casos de Aids no país, uma média anual de 40 mil.

 REFLETIR E DEBATER

O estigma da doença é o assunto do documentário Carta para além dos muros, que será lançado em 2019. “Atualmente, pouca gente discute HIV e Aids no dia a dia, mas todos têm na memória referências, sejam da televisão ou de familiares, que determinam a forma como enxergam a epidemia. Na maioria das vezes são informações defasadas ou mesmo equivocadas e que, por isso mesmo, servem de combustível para todo o estigma que cerca a doença ainda hoje”, disse ao jornal O Globo André Canto, diretor do filme.

E a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia) divulgou ontem evento que vai debater a quarta década da epidemia de HIV-Aids no Brasil. Está marcado para o dia 6 de dezembro, no CCBB do Rio.

NOVA MP

Michel Temer editou nova medida provisória sobre o uso do FGTS em empréstimos aos hospitais filantrópicos e sem fins lucrativos. Segundo o Valor, a MP 859 diz que o Fundo pode ser usado para operações de crédito até 2022 por entidades que participem de forma complementar ao SUS e que cabe ao Ministério da Saúde regulamentar, acompanhar a execução dos empréstimos, subsidiar o conselho do FGTS com estudos técnicos e estabelecer metas para os hospitais. Em agosto, o presidente já havia publicado outra MP sobre o tema, de número 848.

CORTE

Saneamento básico e saúde têm tudo a ver. Mas o Ministério das Cidades cortou a verba do FGTS para projetos na área, que passou de R$ 6 bilhões para R$ 4 bi. De acordo com o governo, isso aconteceu porque o setor público e o setor privado não conseguiram usar o capital disponível.

REPERCUSSÃO

Mais de cem cientistas radicados na China publicaram carta em que condenam He Jiankui, pesquisador que anunciou ter feito primeira edição de genes em humanos. De acordo com eles, o uso da técnica CRISPR em embriões humanos foi arriscado, injustificado e prejudica a reputação e o desenvolvimento da comunidade biomédica naquele país. Para caracterizar em uma palavra, uma “loucura”, afirmam. “A caixa de Pandora foi aberta. Talvez ainda tenhamos um resto de esperança para fechá-la antes que seja tarde demais”, alertam.

Houve também reação institucional e governamental. A Folha resume: “A Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, da qual He é professor associado, disse que desconhecia o projeto de pesquisa, e que He está em licença não remunerada desde fevereiro. A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou na segunda-feira (26) que estava fortemente preocupada e que havia ordenado que as autoridades provinciais de saúde investigassem e esclarecessem o assunto imediatamente. A comissão de ética médica da cidade de Shenzhen, no sul da China, e a comissão de saúde da província de Guangdong também estão realizando investigações, de acordo com o Southern Metropolis Daily, veículo estatal de mídia chinês.”

O STAT descobriu que He Jiankui confidenciou seus planos a um pesquisador da universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, há um ano. O cientista em questão, Mark DeWitt, afirma ter aconselhado o colega chinês a não prosseguir com a experiência.

MAIS MORTES

Estudo encomendado ainda em 2017 pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) estima que o fim da atuação dos médicos cubanos no Mais Médicos pode gerar aumento de 37 mil mortes e crianças menores de cinco anos até 2030. E se o programa for extinto, o número pode chegar a 42 mil óbitos nessa faixa etária. A pesquisa, com base em indicadores, prospectou cenários para medir o impacto de ações de saúde. No caso, o programa aumentou a cobertura da Estratégia Saúde da Família, que passou de 59,6%, em 2013, para 70% em 2017. E 51,21% da força de trabalho vinha justamente do Mais Médicos (e a maior parte dos profissionais eram cubanos).

‘SITUAÇÃO DESESPERADA’

Lembrar nunca é demais. E, na verdade, é bem importante com um assunto sério como o provimento de médicos num país continental e desigual como o nosso. “Quando o Brasil criou o programa Mais Médicos, ele estava em uma situação desesperada, com milhares de vagas lançadas sucessivamente todos os anos [pelos municípios] e não ocupadas. E as que estavam ocupadas eram de forma parcial. Havia médicos por oito horas, 20 horas na semana, mas nunca com jornada de 40 horas”, disse ontem Joaquín Molina, representante da Opas no país. Segundo o organismo, que intermediava a parceria entre Brasil e Cuba, 1.307 médicos já retornaram à ilha caribenha após o rompimento. Esses profissionais atuavam em 16 distritos sanitários especiais indígenas e em 733 cidades. A Opas afirma não saber quantos cubanos pretendem ficar no Brasil, mas estima que 1,4 mil tenham se casado com brasileiros. Segundo Molina, o número não quer dizer muita coisa, já que alguns vão levar os parceiros para Cuba.

ABANDONO

Em São Paulo e em Minas Gerais os médicos brasileiros começaram a ocupar as vagas deixadas pelos cubanos. Mas, como se temia, já há registro de desistências. O Estadão apurou a situação em pelo menos dois municípios: Cosmópolis (SP) e Contagem (MG). No primeiro, dos sete aprovados, três desistiram antes de se apresentar à prefeitura. E na cidade mineira, a expectativa de receber cinco médicos foi frustrada: dois desistiram.

NO RIO

O Brasil de Fato ouviu fonte anônima que afirma que, no estado do Rio, a maioria dos profissionais que se inscreveram no novo edital do Mais Médicos já atuam em municípios fluminenses. Ou seja, 211 cubanos estão saindo e não haverá acréscimo de profissionais.  “São médicos que já eram da rede e que só estão substituindo o tipo de vínculo. Algumas situações mostram médicos que são da mesma cidade e só saíram do contrato da prefeitura local e estão se habilitando para o Mais Médicos para ganharem mais. Mas a população vai continuar desassistida”, disse a fonte.

SEM RESPOSTA

No seu giro pelos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro deixou empresários sem respostas. Uma delas diz respeito ao capital estrangeiro na saúde brasileira. Perguntado se o novo governo encaminharia ao Congresso projeto de lei para proibir esses investimentos – aprovados em 2014 por Dilma Rousseff depois de um estranho movimento dos parlamentares (denunciado como corrupção pelo doleiro Lúcio Funaro, ligado à Eduardo Cunha, em sua delação) – o filho do presidente eleito não respondeu. A pergunta foi refeita, e ele desconversou. A entrada do capital estrangeiro foi criticada por todas as entidades da saúde coletiva brasileira e por muitos especialistas.

FAKE NEWS

Circula nas redes sociais um boato de que Jair Bolsonaro teria apresentado um atestado de insanidade mental para “se aposentar” do Exército. O site de checagem Aos Fatos desmente: o presidente eleito foi para a reserva em 1988, quando se elegeu vereador, conforme determina o Estatuto dos Militares.

LUPA SOBRE O ACORDO

Falamos ontem do acordo assinado entre Ministério da Saúde e indústria de alimentos processados. O Joio e o Trigo, especializado no tema, explica melhor porque, nas entrelinhas, as empresas saíram ganhando. É que os produtos mais vendidos no país, incluindo os mais consumidos pelas crianças, já estão nos parâmetros estabelecidos. “Refrigerantes da Coca-Cola, por exemplo, têm 10,5 gramas de açúcar para cada 100 mililitros. Ela já escapa hoje, por 0,10 grama, da meta estabelecida para refrigerantes em 2022, de 10,6 gramas. Outro exemplo de alimento que escapará é o Nescau, que tem 75 gramas de açúcar para cada 100 gramas do produto, abaixo do limite de 85 gramas estabelecido para 2022”, detalha o repórter Piero Locatelli.

MAIS SOBRE OS IMPLANTES

O megaprojeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos continua rendendo reportagens. Ontem, eles mostraram como milhões de pessoas são obrigadas a viver com implantes já retirados do mercado, como próteses de quadril defeituosas e bombas de opioides que causam dependência.

AGENDA

Hoje acontece no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica da Fiocruz um seminário para comemorar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O evento abre com conferência do ex-secretário de direitos humanos Paulo Vannuchi. Terá transmissão online, a partir das 9h.

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2 comentários para "Os números da Aids no Brasil"

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