Brasil volta a produzir insulina

• Produção de insulina no Brasil • Embrapa investe no aproveitamento de água no Semiárido • OSCIP paranaense investigada • Brasileira terá de pagar U$ 2 milhões em despesas em saúde nos EUA • Parcerias da Fiocruz nos EUA • Saúde sul-coreana •

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Foi inaugurada nesta sexta, 26, uma fábrica de produção de insulina da empresa privada Biomm, localizada em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. Após sofrer com escassez desse insumo essencial aos tratamentos em diabetes, que afeta até 7% da população brasileira, o país retoma sua capacidade produtiva interna, em planta fabril financiada pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, vinculada ao ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), BNDES e BDMG, o banco mineiro de fomento. Contudo, na nova fábrica só serão realizadas no Brasil as etapas de formulação e envase. Na prática, ainda não temos autonomia plena – o que põe em risco os 13 milhões de brasileiros que são diabéticos. É mais uma tarefa que não pode ser deixada de lado no planejamento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Classificada pela ministra da Saúde Nísia Trindade com um fato histórico nos planos de avanço na indústria nacional de saúde, a Biomm pode ser compreendida como sucessora da Biobrás, antiga empresa nacional produtora de insulina, vendida por seus atuais sócios ao capital estrangeiro.

Embrapa fará pesquisa para o semiárido

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação anunciou um investimento de R$ 21 milhões no Programa de Segurança Alimentar, Erradicação da Fome e Inclusão Socioprodutiva. O investimento será direcionado para a produção de soluções de aproveitamento da água no Semiárido do Nordeste brasileiro, região marcada por severas estiagens, que influenciam em todo o modo de vida local. O financiamento será realizado via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia, e faz parte de um pacote de investimentos que têm a Embrapa à frente. O anúncio foi feito na comemoração de 51 anos desta empresa, que também oficializou parceria para um projeto de monitoramento da emissão de gases e efeito estufa do agronegócio brasileiro.

Organização Social acusada de desviar dinheiro do SUS

A operação Moto-Perpétuo da Polícia Federal investiga desvio de R$ 14 milhões de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), um dos tipos empresariais utilizados para viabilizar a privatização do SUS. A operação, lançada na semana passada, visa recuperar ativos desviados do sistema público e identificar patrimônio oculto de uma organização criminosa em Curitiba, liderada por um casal de empresários. Sua OSCIP recebe dinheiro do Estado para gerenciar estabelecimentos de saúde, como unidades básicas, em modalidade de administração terceirizada similar às Organizações Sociais que existem em outros estados e municípios. A operação também investiga aquisições de imóveis e veículos em nome de terceiros, resultando no sequestro judicial de bens avaliados em cerca de R$ 30 milhões, incluindo dez imóveis e carros de luxo, e a participação de 55 agentes federais e 10 auditores-fiscais em Curitiba, São Paulo e Balneário Camboriú.

Brasileira vítima da saúde privada dos EUA

Dez milhões de reais. Essa deve ser a conta total da internação da estudante brasileira Claudia de Albuquerque Celada, que trabalhava e fazia intercâmbio em Aspen, estado do Colorado, nos EUA. Infectada por uma bactéria, Claudia desenvolveu paralisia em todos os músculos do corpo e passou a respirar somente por aparelhos. Diagnosticada com botulismo, passou cerca de 50 dias internada em hospital norte-americano. Com a estabilidade de seu quadro, Claudia poderá ser transferida ao Brasil. No entanto, a conta de todo esse serviço atingirá cerca de 2 milhões de dólares, valor totalmente inviável para sua família, que apela a uma vaquinha virtual para custear ao menos o transporte ao Brasil, estimado em US$ 200 mil. Claudia ficará internada no hospital São Luiz, de São Caetano do Sul (SP).

Fiocruz faz parcerias com instituições estadunidenses

Foi realizada entre os dias 15 e 17 de abril uma viagem de comitiva da Fiocruz aos Estados Unidos a fim de organizar parcerias com instituições de saúde do país, além de encontros na sede da Organização Pan-Americana de Saúde e na embaixada brasileira. Liderada pelo seu presidente, Mário Moreira, a missão também contou com a presença do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Aurélio Krieger, o diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Maurício Zuma, e o pesquisador sênior do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), Luiz Augusto Galvão. A equipe brasileira passou pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, o Instituto Nacional de Saúde e a Academia Nacional de Medicina, por onde foram debatidas parcerias em pesquisa, inovação, tratamentos e produção de insumos em saúde. Foram exploradas oportunidades de colaboração para ampliar as capacidades produtivas de saúde na América Latina e fortalecer a infraestrutura regional de saúde. A viagem também incluiu discussões sobre a expansão do fornecimento de vacinas e tratamentos para a região.

Escassez de médicos na Coreia do Sul

Coreia do Sul vive uma situação delicada na garantia de serviços em saúde. Com uma população em processo acelerado de envelhecimento e uma taxa apenas mediana de médico por habitante, o país se vê diante de falta de mão de obra para atender à população em cidades menores. Com isso, o governo estabeleceu plano de ampliar o acesso a vagas em faculdades de medicina, medida que sofre resistência da categoria. Isso porque, neste momento, os médicos residentes realizam uma greve que já dura três meses, justificada pela sobrecarga de trabalho e sub-remuneração, o que conduz o debate para a esfera do financiamento do sistema de saúde por parte do Estado.

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