Ministério intensifica ações contra febre amarela

• Morte por febre amarela faz Ministério agir • 80 mil pontos de garimpo ilegal na Amazônia • Médicos há 100 dias sem receber em Cuiabá • SP: Tarcísio derruba política para LGBT+ • Denúncia de abuso de crianças autistas • Samu, 20 anos •

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A primeira morte por febre amarela de 2024 aconteceu não na Amazônia, onde é endêmica, mas na fronteira entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, em região próxima a Águas de Lindóia (SP) e Monte Sião (MG). Após o óbito, o Ministério da Saúde decidiu intensificar as ações de vigilância contra a doença, sobretudo em áreas onde há transmissão ativa do vírus. A vacina contra a febre amarela está disponível no SUS para todas as idades, mas sua procura é considerada baixa. Para reverter esse problema, a pasta fará busca ativa de pessoas não vacinadas nas áreas onde há casos. Além disso, não será mais preciso fazer agendamento prévio para a imunização nos postos de saúde. Na última sexta-feira, 150 mil doses extras foram disponibilizadas ao estado de São Paulo. A febre amarela, doença que tem alta taxa de letalidade, é transmitida também pelo mosquito Aedes aegypti

Descontrole: Amazônia tem 80 mil pontos de garimpo ilegal

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia pulicou nota técnica na qual afirma ter mapeado 80 mil pontos de garimpo ilegal em toda a floresta amazônica. Ainda segundo a nota, 78% desses pontos de atividade extrativista ilegal foram abertos a partir de 2016, isto é, a atividade criminosa alçou voo nos anos Temer e Bolsonaro e seus reiterados discursos de liberdade econômica e radicalização da orientação neoliberal do Estado brasileiro. Segundo o IPAM, 10% destes garimpos estão dentro de terras indígenas, sem contar outros 44% em áreas próximas a tais territórios. As terras dos povos Kayapó, Munduruku e Yanomami concentram praticamente 90% do garimpo em área dos povos originários.

Crise de saúde em Cuiabá e o desastre da privatização do SUS

Médicos de Cuiabá estão há mais de cem dias sem receber pelos plantões realizados no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e em todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade, afetando cerca de 250 mil atendimentos mensais. Esses centros de atendimento estão superlotados, e a fila de atendimento só aumenta, segundo a Folha. As empresas responsáveis pelos pagamentos, Coaph (com sede em Fortaleza) e Family Medicina e Saúde (cujo dono está sendo investigado por desvio de dinheiro público), alegam que a prefeitura e a Empresa Cuiabana de Saúde Pública não estão repassando os valores devidos. Os médicos são contratados via contratos societários – marca clara da precarização da força de trabalho da saúde. A falta de pagamento levou muitos médicos a reduzirem a frequência dos plantões ou mesmo a pararem de atender, exacerbando a crise na saúde do município, que já acumula uma dívida de R$ 500 milhões na área. Este contexto de insegurança financeira e instabilidade administrativa, exacerbado por uma ameaça de greve dos profissionais da saúde e cortes em adicionais salariais, sugere um cenário de colapso iminente na saúde pública de Cuiabá.

Tarcisio veta política de saúde LGBT+

Enquanto parte da mídia hegemônica tenta fabricar uma aura de “bolsonarista moderado”, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, reitera sua fidelidade à agenda política ultraconservadora e neofascista. Desta vez, a vítima de sua truculência política foi sua própria secretaria de saúde, que elaborou documento com diretrizes de promoção da política de saúde integral da população LGBT+. A iniciativa visa criar mecanismos de promoção e amparo de direitos desta população, a exemplo de questões de transição de gênero e mesmo direitos reprodutivos. Mas a bancada de apoio de Tarcisio estrilou e ativou os tradicionais discursos de pânico moral, ao alegar que a política promove “sexualização precoce das crianças” e “incentiva o aborto”, suficientes para o governador ordenar o recuo da diretriz de saúde. 

Crianças autistas sofrem abusos em abrigo de Curitiba

Reportagem do Intercept conseguiu acesso a relatos de funcionários antigos e atuais da Casa do Piá, rede de abrigos oferecidos a crianças e adolescentes pela prefeitura de Curitiba. O projeto assistencial visa oferecer acolhimento a menores afastados dos pais por decisão da justiça, geralmente por algum tipo de vício que os impede de cuidar dos filhos ou práticas de violência. A reportagem publicou depoimentos aterradores sobre os maus tratos, físicos e morais, em boa parte praticado contra menores indefesos e portadores de alguma condição limitadora da sociabilidade, como autismo. São pelo menos 26 processos administrativos abertos pelo Ministério Público do Paraná desde 2021.

No aniversário do Samu, compromisso de universalização

No último domingo, 28, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, celebrou os 20 anos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu. Ela reiterou o compromisso do governo de universalizar o programa até 2026, algo que estava estabelecido como objetivo no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que compreende uma série de investimentos destinados a fomentar o desenvolvimento econômico do país e promover a inclusão social. O Samu foi criado durante o primeiro mandato de Lula, é parte fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS) e é altamente valorizado pela população, conforme pesquisas de avaliação. 

Atualmente, a cobertura do Samu já alcança 90% da população, e os planos para ampliá-lo incluem a entrega de 537 novas ambulâncias e 14 centrais. Apesar dos progressos, estudos realizados por pesquisadores apontam para desigualdades significativas na oferta do serviço em diferentes regiões do país. As UTIs móveis, ambulâncias mais equipadas e cruciais para atendimentos de maior complexidade, por exemplo, estão disponíveis apenas em um número limitado de locais, o que destaca uma disparidade no acesso a serviços de emergência de alta qualidade em todo o país. Esse desequilíbrio reforça a necessidade de investimentos estratégicos para ampliar a disponibilidade dessas unidades essenciais, especialmente nas regiões mais remotas e carentes.

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