Em Osso, de Erika Balbino, um caleidoscópio de histórias da periferia paulistana — que podem ou não se cruzar. Para não virarem pó, frente ao feroz (e machista) mundo do trabalho, as mulheres são impelidas a uma resistência fenix permanente
Dois cordelistas urbanos celebram o centenário do evento que chacoalhou o Brasil. Em versos afiados, dissecam o “espírito de Macunaíma” — e seu legado às futuras gerações. Um sugere tese ousada: seria o cordel precursor da arte moderna no Brasil?
O coração na ponta da caneta em duas poetas da periferia. Em gritos, sussurros, devoções e resistências, a intimidade como convite à diversidade que habita o eu, sem narcisismos, e a cantar a esperança diante da correria do mundo
Dois escritores da periferia retratam o universo borbulhante de campinhos e peladas: ato de brincar e também formação cultural dos meninos das quebradas, “onde a bola pulsa feito coração” — e as meninas são relegadas às margens…
Dez Luas, de Carolina Peixoto e Buraco, de Pam Araújo, expressam a força poética do feminismo das periferias. Autoras integram o Slam das Minas, vivem em SP e escrevem contra o patriarcado. Uma olha céu e futuro; outra, ventre e sexo
Duas jovens escritoras periféricas mostram: o mergulho no eu pode ser ato de generosidade. Fora da dicotomia emoção-razão, seus amores e frustrações são convite à resistência feminista, do qual ninguém atravessa incólume — nem homens
Arlete Mendes e Zá Lacerda têm estilos distintos e trajetórias diversas – mas compartilharam vivências num sarau em um boteco de quebrada. E seus poemas de primavera são impregnados de vida em elevadas elaborações estéticas
Entre a rua e os vagões de trem, perrengues e celebrações, emerge a obra de Alessandro Buzo, destacado autor da Literatura Hip Hop. Nela, o bar, o futebol e o transporte público são, mais que paisagem, elementos para articular as quebradas
Nos 20 anos do Sarau da Cooperifa, a voz rebelde (e boêmia) de Sergio Vaz. Contundente, mas sem messianismo, ele aposta nos afetos e na emancipação popular. Em vez do revide, propõe pólvora adocicada e antropofagia periférica
Em dois clássicos da Literatura Hip Hop, de Ferréz e Sacolinha, o moralismo do narrador – e um retrato das intrigas na periferia, sem maquiagem. Desvelam o sistema desalmado, mas também as traições internas de quem vive “o negro drama”