Preconceito é poderosa arma para coagir o diferente. Cancelamento ocidental da cultura russa, inclusive com o ataque a escritores e artistas notáveis, é prova de um esforço articulado por Washington para reverter sua própria decadência

Criados sob a mitologia do “conquistador sulista”, mas erguidas pelas mãos de nordestinos, municípios do Mato Grosso radicalizam segregação social. Rodovia que os corta estabelece a fronteira – e separa cor da pele, renda e orientação política

Não é só a Ucrânia. Na África e Oriente Médio, conflitos destroem serviços essenciais e deslocam multidões, disseminando doenças. Saúde mental e pandemia acendem alerta. Mas solidariedade muda conforme a origem e cor dos refugiados

Pesquisa “Elemento Suspeito” comprova racismo e classismo da PM do Rio de Janeiro e identifica o alvo preferencial das abordagens: o jovem, de gênero masculino, negro e de baixa renda. Após duas décadas do estudo, a situação só se agravou

Como se dá, na prática, a discriminação de cor, na hora da abordagem policial? Jornalista relata humilhações que sofreu, entre Pernambuco e São Paulo. Histórias de violência, coação e tentativa de extorsão, terrivelmente familiares para quem é negro

Num exercício de análise de caráter, Maria Rita Kehl mimetiza a fala do assassino de Moïse. Trama hedionda de seu possível discurso revela um tipo conhecido: o escravocrata neoliberal. “Queria que eu fizesse o quê? Não sou coveiro, pô”

Pesquisadora aponta: a uberização propaga-se pelas franjas da precarização. Depois dos serviços de entrega e transporte, chega aos cuidados pessoais e de domicílios. Longe dos espaços públicos, ela pode ser mais despótica e racista

O pensamento do filósofo que propôs libertar a subjetividade negra. Sua obra convida a ir além das críticas e lamentos — e demolir os “evangelhos” burgueses. Convocava: “cada geração tem que descobrir sua missão, cumpri-la ou traí-la”

Um triste retrato: os alvos de crimes de morte violenta são, em 78% dos casos, negros – 86% do sexo feminino. Já os estupros atingem com muita força as garotas de quase todas as idades entre 0 e 17 anos

Além de estimular consumidores compulsivos, algoritmos priorizam conteúdos de ódio e racistas. Semeia a polarização política e impacta a saúde mental e manipula crianças e adolescentes – tudo com base em estudos e experimentos internos