Saúde global: relatos das desigualdades e privatização

Estudo da revista “Peoples Dispatch” revela: países pobres têm por habitante, apenas 1% dos recursos dos mais ricos. E nesses, o grosso do dinheiro é destinado a grandes corporações farmacêuticas e financeiras

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Um excelente levantamento feito pela revista Peoples Dispatch expõe cruamente o despropósito que é o atendimento à saúde no mundo, persistindo enormes desigualdades entre os países e os estamentos sociais dentro deles. Os governos de países de alta renda, reporta a revista, gastam cerca de 2.235 dólares por pessoa por ano em saúde. Compare-se com o gasto médio per capita do governo nos países de baixa renda, de 22 dólares, inferior a um centésimo da média dos países desenvolvidos. O governo dos EUA sozinho gasta mais de um terço do investimento público global em saúde, embora os americanos sejam apenas 5% da população global. No extremo oposto, os países de renda baixa e média, onde vivem 56% da população mundial, contam com apenas 2% do investimento público total em saúde.

Todas as grandes economias, como Reino Unido, Japão, Alemanha e França gastam muito mais do que sua parcela da população global. E isso não é tudo, diz o jornal. No caso dos EUA, grande parte do investimento público reverte de fato em lucros para os gigantes da indústria farmacêutica e de seguros, e para as redes que oferecem cobertura de seguro saúde. Esses três grupos de entidades controlam uma grande parte do mercado de saúde e extraem altos níveis de lucro – graças às receitas públicas. Enquanto um sétimo da população não tem atendimento minimamente adequado.

Imagem: sistema público de saúde no Sri Lanka. Créditos: World Bank

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