Saúde anuncia seu PAC 

• O que o novo PAC trará para a Saúde? • Como Goiás integra seus “loucos infratores” • Cuidados paliativos na periferia • Microplástico no coração •

.

Após anúncio de toda uma carteira de investimentos em diversas áreas pelo governo federal, o ministério da Saúde colocou toda a sua linha de frente em evento que anunciou os projetos a serem contemplados pelo pacote de investimentos. Denominado Investimentos na Saúde: rumo à transformação do sistema de cuidados, o evento público permitiu a Nísia anunciar investimentos de cerca de R$ 30 bilhões em aumento da rede de atenção primária em saúde e investimentos no SAMU, que dizem respeito a serviços ambulatoriais de emergência, além de iniciativas relacionadas o chamado Complexo Econômico-Industrial da Saúde. No mesmo evento, estavam presentes todos os secretários do ministério, que explicaram a incidência do pacote em suas respectivas áreas de gerenciamento.

Experiências pós-manicomiais em Goiás

Com fechamento de todas as suas vagas ordenadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) até maio de 2024, os atuais manicômios judiciais terão de ser substituídos por uma nova política de promoção de saúde mental de pessoas condenadas e presas pelo sistema de justiça. Até aqui, a cidade de Goiânia é a capital brasileira que mais desenvolveu mecanismos de reinserção social de tais pessoas, através do PAILI (Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator), criado em 2006, ainda nos primeiros anos da absorção da Reforma Psiquiátrica pelo Brasil. O programa consiste em acompanhamento ambulatorial e nos Centros de Atenção Psicossocial da rede pública de saúde e os atendidos registram taxas de reincidência em crimes bastante inferiores em relação aos detentos do sistema prisional regular. Como deixa claro a decisão do CNJ, o fim dos chamados manicômios judiciais, onde ficavam retidos os condenados por crimes tidos como inimputáveis, não significa uma liberação automática de todos os encarcerados sob tal condição, em especial aqueles que cometeram crimes mais violentos. Além de usar a rede pública convencional, a medida prevê tratamento e acompanhamento personalizado para cada um dos 1,8 mil internos nos hospitais psiquiátricos, com possibilidades de internações transitórias em centros terapêuticos e de acolhimento.

Experiências em cuidados paliativos nas periferias

Uma das novidades mais importantes da 17a Conferência Nacional de Saúde, a delegação organizada em torno da Frente Paliativista do Brasil busca debater a proposta de se incluírem os cuidados paliativos na integralidade do SUS, isto é, na lista de serviços e profissionais da Atenção Primária em Saúde. Enquanto essa especialidade não é absorvida pelo Estado na rede de saúde, profissionais engajados em seu avanço se organizam em torno das chamadas Comunidades Compassivas. São núcleos formados em localidades carentes de algumas grandes cidades que organizam uma rede de cuidados de pessoas com quadros graves de saúde. É o caso de favelas como a Rocinha e a do morro do Vidigal, no Rio de Janeiro. “A intenção do projeto não é substituir o poder público. Pelo contrário, a gente quer tensionar o poder público para que ele funcione. A questão é que quem está em cuidados paliativos não tem tempo para esperar. A gente tem que agir logo para minimizar o sofrimento do doente e da família”, explicou à Folha de S. Paulo Érika Lara, médica de Família e Comunidade, também professora da PUC em Goiânia e líder da Rede Compassiva da cidade, que também possui um site e uma página no Instagram para divulgar seus trabalhos junto à população.

Chineses encontram microplásticos no coração humano

Pela primeira vez, estudiosos conseguiram detectar microplásticos neste órgão vital do ser humano. Pesquisadores de diversas partes do mundo já alertam sobre os perigos desses microscópicos pedaços de plástico em outros órgãos. Agora, pela primeira vez, eles são encontrados em partes diferentes do tecido cardíaco. Ainda que muitos casos se devam à intervenções cirúrgicas cardíacas que deixaram resquícios dos materiais utilizados no procedimento, os cientistas já encontraram os resíduos em partes não relacionadas com operações. Além de estarem em grande quantidade no oceano, os microplásticos também estão inseridos no solo e mesmo no ar.

Leia Também: