PÍLULAS: STF obriga governo a compensar estados por perdas no ICMS

• Covid longa: novas informações sobre a condição e os transtornos mentais que causa • USP investe em xenotransplantes • Pfizer que vender vacina contra ômicron ao Brasil • Gripe do tomate •

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STF: Governo terá que compensar perdas do ICMS de estados no custeio de saúde e educação

Enquanto o Congresso protela a apreciação dos vetos de Bolsonaro, os estados buscam outros meios para conseguir a compensação para as perdas com a redução do ICMS. Na sanção da lei, o presidente excluiu um artigo que garantia repasses da União aos estados para que conseguissem cumprir com o mínimo necessário do orçamento para a Saúde e Educação. O julgamento do veto no Legislativo tarda – e pode ser deixado para depois das eleições. Mas o STF tem atendido às liminares que determinam que o governo federal compense as perdas. No final de julho, concedeu medidas cautelares para São Paulo, Alagoas, Maranhão e Piauí. Na última sexta-feira (19/8), foi a vez de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Acre. Essas decisões têm desagradado o ministério da Economia, que alega que as compensações deveriam ser avaliadas apenas em 2023. Mas não há tempo: até lá, os estados analisam que deixariam de aplicar R$ 17 bilhões em saúde e educação, por consequência da redução do imposto.


Covid longa atinge 10% a 20% dos infectados, afirma OMS

Uma reportagem especial da revista Radis, da Fiocruz, busca descrever tudo o que se sabe e as principais pesquisas já feitas acerca da covid longa, até agora – sua diversidade de casos e sintomas. A definição é genérica, enquanto o CID-10 a classificou como U09, evitando o uso do termo covid longa – pois considera provável o aparecimento de diagnósticos novos e mais precisos. Os sintomas são múltiplos e se espalham por órgãos variados. Portadores da enfermidade relatam queda – às vezes dramática – na qualidade de vida, mesmo muito tempo após receberem alta. Trata-se de modalidade de tratamento em saúde que fatalmente aumentará a demanda pelo SUS.


Após a covid, o estranho “nevoeiro mental” e outros transtornos

Um estudo da Universidade de Oxford com 2,5 milhões de pessoas que contraíram covid e outros tipos de gripe (50% em cada grupo) constatou ampliação da ocorrência de transtornos e doenças neurológicas entre os infectados pelo coronavírus – mesmo após dois anos. Entre aqueles com idade superior a 65 anos, havia mais casos de demência, confusão mental e AVC. Já os adultos com 18 a 64 anos apresentam quadros do que foi chamado de “nevoeiro mental”: confusão e esquecimento. Depressão também foi constatada, mas de curto prazo, e apenas em adultos. A pesquisa, ampla, não relacionou a gravidade da doença com a incidência de problemas neurológicos. Cientistas entrevistados também não descartam que o nevoeiro mental pode ser ampliado pelas mudanças drásticas na vida das pessoas após o início da pandemia.


Ciência brasileira: o investimento da USP em xenotransplantes

O Brasil, que tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, começa a avançar na pesquisa dos xenotransplantes. Trata-se da transferência de órgãos entre espécies – um rim de porco a um humano, por exemplo. Ao final da semana passada, a USP e o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações assinaram um acordo para o investimento de R$ 10 milhões. O dinheiro irá para o custeio de um laboratório para criação de porcos em condições sanitárias adequadas para a produção de órgãos. O projeto é coordenado pelo professor emérito da Faculdade de Medicina, Silvano Raia, pioneiro na execução de transplantes. Segundo ele, há uma demanda reprimida para a operação, e há muita gente na fila de órgãos – daí a necessidade de encontrar uma saída. 


Pfizer pede licença para vender outra vacina ao Brasil

A Pfizer entrou com um pedido de autorização de uso emergencial de sua vacina bivalente para covid. Esse imunizante foi, segundo a farmacêutica, atualizado utilizando fragmentos da variante ômicron do vírus Sars-CoV-2. Todas as vacinas distribuídas até hoje eram feitas com base apenas na cepa original, que se disseminou em 2020. Nos primeiros meses deste ano, a nova variante causou algumas das piores ondas de contaminação registradas em diversos países do mundo, embora tenha causado proporcionalmente muito menos mortes. Esse fato poderia justificar a utilização de doses de reforço da vacina com uma nova formulação. Mas, caso o Brasil decida comprar esse novo imunizante produzido pela farmacêutica norte-americana, será preciso investir também em comunicação e campanhas. Até agora, mesmo disponíveis para toda a população acima de 12 anos, as doses de reforço só alcançaram 47,3% dos brasileiros. Hoje, o único país onde já há autorização para uma vacina bivalente contra a covid-19 – a produzida pela Moderna – é o Reino Unido.


Gripe do tomate: o que é e qual seu risco

O primeiro registro desta gripe foi feito no sul da Índia, no estado de Kerala, em 6 de maio. Agora, o número de casos já passa de cem, e está preocupando autoridades indianas por sua capacidade de propagação rápida e semelhança com outras doenças respiratórias. Pesquisadores da Índia e da Austrália publicaram artigo na revista Lancet para relatar 80 destes casos em crianças de até 5 anos. Além de sintomas tradicionais, a infecção gera o aparecimento de bolhas vermelhas na pele. Os pesquisadores têm duas suspeitas: a doença pode ser não causada por um vírus, mas efeito posterior da chicungunha ou da zika; ou uma nova variante do vírus que causa a doença mão-pé-boca.

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