PÍLULAS: Fiocruz divulga Carta aos Candidatos à Presidência e à Sociedade

SBPC analisa propostas para Ciência • Varíola dos macacos: não será necessário registro para vacinas • Ministério lança enfim campanha oficial • Varejistas norte-americanos sofrem punição por vender opioides • A pólio volta a assustar •

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Fiocruz divulga Carta aos Candidatos à Presidência e à Sociedade

A Fundação Oswaldo Cruz lançou uma carta incisiva a todos os candidatos à presidência da República. O texto enfatiza a promoção do SUS como pilar primordial da construção de um estado de bem estar social e defende aumento do financiamento da saúde de 4% para 7% do PIB num prazo de 8 anos, e de 1% para 2% em Ciência e Tecnologia em dois anos. A carta também reivindica a retomada do Complexo Econômico Industrial da Saúde como solução para a carência material de insumos básicos no setor, eixo capaz de promover diretamente emprego, renda e qualidade de vida para trabalhadores em saúde e cidadãos. O documento extrapola a discussão sobre saúde pública e aborda temas como inclusão social, respeito à diversidade, preservação ambiental, soberania nacional, além de defender a revogação da EC-95, o chamado teto de gastos.  

SBPC analisa propostas para Ciência e Tecnologia

O que propõe cada candidato à Presidência para revalorizar a produção científica e tecnológica brasileira, após anos seguidos de desmonte?A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência analisou o tema a  partir dos programas de governo protocolados no site do TSE por cada uma das doze candidaturas.. Em linhas gerais, considerou que os candidatos vinculam os investimentos propostos a objetivos como reindustrialização, preservação ambiental e ampliação do sistema educacional – mas ofereceram pouco detalhamento técnico. Apesar das declaradas boas intenções, a entidade não vê explicações profundas sobre como retomar investimentos num setor fortemente atacado pelos últimos governos e o sobre que perfil orientará sua aplicação. 

Anvisa dispensa registro de vacinas para varíola dos macacos

Parece que o discurso antivacina que marcou o auge da pandemia de covid e fez grandes estragos no Brasil saiu de moda. Agora, ao invés de protelar ao máximo a aprovação das vacinas – enquanto o governo estimulava aglomerações, atividades não essenciais e tratamentos inócuos, – a Anvisa acionou dispositivo que permite a entrada dos imunizantes sem necessidade de análise técnica própria. Trata-se da dispensa temporária de registro. Ela permite comprar e a disponibilizar de modo imediato a vacina contra a varíola dos macacos, com base na aprovação de órgãos científicos internacionais de competência técnica reconhecida. À época das ondas mais devastadoras da covid, a mesma medida foi sugerida por especialistas para agilizar a liberação das vacinas, mas o governo federal tensionou o quanto pôde em sentido contrário.  

Começa a campanha oficial contra a doença
Em outra mudança de rota, o ministério da Saúde apresntou nesta segunda-feira as bases para a campanha de prevenção à varíola dos macacos. As peças, que serão veiculadas em TV, rádio, internet e nas ruas, informam sobre as principais formas de transmissão, os sintomas e as atitudes de prevenção. Já há 3.788 casos diagnosticados no Brasil, com uma morte. O país negocia a compra de 50 mil doses da vacina. No entanto, a escassez em sua produção torna incerto o prazo inicialmente previsto para a entrega – no caso, setembro.

EUA: grandes varejistas sofrem punição milionária por vender opióides

Embora os EUA continuem a assistir passivos à explosão do uso de opióides produzidos pela indústria farmacêutica, algumas iniciativas locais estão enfrentando a epidemia. No estado de Ohia, dois condados (Lake e Trumbull) conseguiram condenar três varejistas (Walmart, Walgreens e CVS) a indenização de  650 milhões de dólares. Mesmo alertadas para a crise sanitária e social causada pelo abuso destas substâncias entre a população, não tomaram medidas de contenção ao consumo. “Uma epidemia de drogas sustentada pela cobiça de empresas, pela negligência e a falta de responsabilidade destas redes farmacêuticas”, comentou Mark Lanier, advogado dos condados. O uso abusivo das drogas legais matou 500 mil pessoas nos últimos 20 anos nos EUA e segue se agravando. Só em 2020 foram 68.630 óbitos.  

A pólio estava quase erradicada. E agora volta a assustar

Matéria do New York Times analisa reaparição, em escala nunca vista nos últimos 30 anos, do vírus da poliomielite, inclusive em países ricos. A circulação do vírus, que pode se disseminar até pela água e ficou associado a localidades onde o tratamento sanitário é precário ou inexistente, havia sofrido redução de 99% de 1988 para cá. Apenas Paquistão e Afeganistão eram focos perigosos. Segundo Aidan O’Leary, diretor para a Erradicação da Pólio da OMS, houve relaxamento de políticas públicas de combate a este vírus. A ideologia antivacina também explica parte do fenômeno, uma vez que as infecções voltaram a se verificar em países com boas condições sanitárias. A solução, segundo a OMS, é recuperar as equipes de monitoramento e aplicar a vacina, em especial a de tipo 2 (são três tipos de poliomielite), a mais recentemente desenvolvida e tomada por via oral.   

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