PÍLULAS: Todos menos Bolsonaro falam em fortalecer SUS

• Todos menos Bolsonaro falam em fortalecer o SUS • Bolsonarismo e vacinação • Hospital da Brasilândia: a reunião com a prefeitura • Ansiedade e depressão entre estudantes da rede pública • Neurocirurgia robótica em hospital do RS • Um prêmio para a cientista que produziu a CoronaVac •

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Matéria da Rede Brasil Atual analisou o programa político dos principais candidatos a presidente no campo da saúde e constatou que os três principais oposicionistas – Lula, Ciro e Simone Tebet – deixaram claras suas intenções em promover melhorias no Sistema Único de Saúde e também especificamente nas campanhas de vacinação. A matéria aponta maior consistência nos programas de Lula e Tebet e aponta que a senadora é a única cujo programa falou taxativamente sobre o aumento do financiamento do SUS. Sobre o programa de Bolsonaro, apenas afirmações vazias e nenhuma atenção especial à questão da vacinação. Para além de seu negacionismo assassino na pandemia, o Brasil passa por uma crise no fornecimento de vacinas BCG em recém-nascidos e se vê diante do risco de retorno da poliomielite, cujo último caso foi em 1989, uma vez que a cobertura vacinal no país caiu de 95% para 67% desde 2012.

Ser bolsonarista é ser antivacinas? 

Pesquisa do Sou Ciência (Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência), da Unifesp, comprova a relação direta entre bolsonarismo e boicote à vacina: 90% dos entrevistados que dizem votar em Lula tomaram a vacina, enquanto apenas 63% (índice insuficiente para proteger a sociedade de qualquer vírus segundo a epidemiologia) de autodeclarados eleitores de Bolsonaro tomaram ao menos duas doses da vacina. Dividida por níveis de renda e escolaridade, a pesquisa ainda levantou que mais pobres e mesmo menos escolarizados tiveram maior adesão à imunização de covid-19. A pesquisa, conforme detalha matéria da Folha, ainda atestou que os mais abastados são os que mais defendem cortes em orçamentos públicos de áreas essenciais. A pesquisa do Sou Ciência é um bom demonstrativo de que o discurso de ódio da “Nova Era” se materializa em uma ampla agenda política e social.

Calote nos demitidos do Hospital da Brasilândia

Não bastasse demissão por internet e propostas de readmissão com rebaixamento salarial, os trabalhadores do Hospital da Brasilândia precisam lutar para receber os pagamentos das rescisões de seus contratos. Por este motivo, como mostrou matéria desta quinta-feira no Outra Saúde, protestaram na frente da secretaria municipal de saúde, enquanto um comitê se reunia com membros do órgão. “A reunião foi tensa e já notamos que não estão inclusos todos os itens de direito dos trabalhadores. Vamos ter de cuidar de caso por caso”, disse ao Outra Saúde Ana Firmino, diretora do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de SP. A demissão se deu no bojo da troca de Organização Social na direção do Hospital. Envolvida em diversos escândalos, a IABAS deu lugar à AMS, que promoveu as demissões em massa. No meio, uma prefeitura que não assume os encargos deixados pela empresa a quem concedera o direito de administrar equipamento público. “Talvez a prefeitura libere o FGTS. Calculo que todo o processo leve 60 dias para ficar pronto. Para os trabalhadores é bem complicado”, lamentou Ana Firmino.

70% dos alunos da rede pública estão com algum transtorno psíquico 

Uma pesquisa realizada pela secretaria da Educação de São Paulo em parceria com o Instituto Ayrton Senna apresentou um dado impressionante a respeito das crianças e adolescentes das escolas públicas paulistas: 7 em cada 10 apresenta depressão ou ansiedade. Matéria da BBC Brasil traz diversas considerações de professoras e profissionais especializados, que elencam desde mazelas sociais vividas pelos jovens a sequelas da pandemia como causas dos distúrbios. Via de regra, os jovens são encaminhados a unidades de saúde, porém, estas carecem de psicólogos na quantidade desejável, inclusive porque boa parte deles trabalha em CAPS-AD (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) e seu braço infanto-juvenil, o CAPS-IJ. No entanto, a estigmatização que paira sobre frequentadores de tais equipamentos e a própria precariedade da situação das famílias quase sempre afasta o jovem de qualquer acompanhamento real.

Hospital faz primeira neurocirurgia robótica da América Latina

Foi realizada com sucesso em Porto Alegre a primeira neurocirurgia robótica da história da América Latina. O Saúde Digital News informa que o Hospital Moinhos de Vento, responsável pelo procedimento, investiu 7 milhões de reais no braço robótico Cirq, do laboratório alemão Brainlab. O aparelho fez uma intervenção na coluna lombar de um homem de 65 anos. No procedimento, parafusos pediculares foram introduzidos nas vértebras do paciente a fim de estabilizá-las. O equipamento, auxiliado por um neuronavegador, é capaz de mapear o corpo que sofrerá a intervenção e planejar os movimentos que executarão a cirurgia, com precisão milimétrica. O sistema da Brainlab, que inclui navegadores digitais, deve ser usado também em cirurgias para tumores, e aneurismas cardiovasculares e cerebrais.

Um prêmio para a cientista que produziu CoronaVac no Butantan

Fan Hui Wen, gerente do Núcleo de Produção de Soros do Instituto Butantan, recebeu da organização filantrópica de saúde Parenteral Drug Association o prêmio Women in Life Science. Foi a segunda edição da premiação, que reconhece a trajetória de mulheres de áreas como educação, indústria e empreendedorismo. Fan Hei Wen tem 30 anos de trajetória no estudo e produção de imunizantes e fez parte da equipe de cientistas que desenvolveu a produção da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, nas instalações do Butatan. “Este prêmio significa muito porque é um reconhecimento que existe não só para mim, mas para um grupo de pessoas que trabalha com soros, muitas delas mulheres. É um reconhecimento de um produto que salva vidas”, celebrou a agraciada.

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