PÍLULAS: Paulo Guedes contra o piso da enfermagem

• Covid e a importância da APS em cidades pequenas • Novas vacinas contra o coronavírus • EUA e seu pacote de estímulo à saúde • Fiocruz desenvolve PCR para detectar a nova varíola • Clones para evitar extinções? •

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Paulo Guedes une-se a entidades patronais contra piso da enfermagem

O governo federal voltou a investir contra direitos sociais, o que deixa mais claro o caráter eleitoreiro de algumas de suas últimas medidas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse apoiar a ação que entidades patronais movem, no Supremo Tribunal Federal, contra o Piso Nacional da Enfermagem. Afirmou que ele afastará as metas fiscais e é “uma distorção”. O processo – uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é movido pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde)  e foi endossado por outras entidades gestoras de hopitais e Santas Casas”. O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, deu cinco dias para que presidência e congresso esclareçam a sanção do piso. Vale lembrar que Bolsonaro vetou o item que previa reajuste salarial pela inflação, o pode rapidamente corroer os ganhos obtidos pela categoria de enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem.

Atenção primária em saúde conteve coronavírus em cidades de baixo IDH

Estudo publicado na revista Lancet nesta quarta, 17, relata que, como parece óbvio, a cobertura vacinal contra a covid avançou mais lentamente em cidades brasileiras onde o IDH é mais baixo. No entanto, a presença do sistema público de saúde nessas regiões foi decisiva para conter o avanço do vírus. O estudo ainda destaca que a vacinação demorou para começar em todo o país, mas conforme avançou deixou evidentes as diferenças entre locais com maior e menor IDH. Algo que, por sinal, foi registrado mesmo nas grandes aglomerações urbanas nacionais, quando ficou claro que morria-se mais na periferia do que nos bairros centrais, assim como a taxa de mortes entre homens negros chegou a ser o dobro do que entre mulheres brancas, conforme informa este estudo. “A presença da saúde da família nos municípios de baixo e médio IDH protege as comunidades pobres de terem uma cobertura vacinal baixa. Nas mais ricas, não faz tanta diferença”, explicou o professor da PUC-Rio e coautor do estudo Leonardo Barros.

Avançam as novas vacinas contra a covid – nasais e em pílulas

Doze tipos de vacina nasal contra a covid estão em desenvolvimento, relata matéria do Guardian. O passo adiante nesta forma de aplicação – já disponível em alguns dos imunizantes cubanos – é  introduzir anticorpos diretamente nas vias aéreas. Já o laboratório Vaxart iniciará a segunda rodada de testes de uma vacina em forma de pílula, com validade protetiva de seis meses. Participarão 900 pessoas. O outono europeu será ainda o marco de lançamento do que seria a primeira vacina bivalente para coronavírus. O imunizante desenvolvido pelo laboratório Moderna combate o SARS-COV 2 e sua variante ômicron, que parece driblar com mais facilidade os anticorpos criados pelos imunizantes tradicionais. A aplicação da vacina está liberada para pessoas a partir de 6 anos e, por ora, a União Europeia adquiriu 15 milhões de doses.  

EUA aprovam pacotaço de estímulo ao Ambiente e à Saúde

Após dura batalha no Senado, com voto desempate da vice-presidente Kamala Harris, o pacote de incentivos à redução de emissão de gases de efeito estufa e apoio à saúde foi aprovado com maior folga na Câmara dos Representantes. Grande trunfo de Biden para as eleições de meio de mandato, nas quais os democratas correm risco de perder suas maiorias legislativas, o pacote distribui 700 bilhões de dólares em incentivos. A transição energética lidera os montantes, mas algumas das medidas são destinadas à Saúde. Há subsídios de US$ 288 bilhões para controle do preço de remédios consumidos pelas parcelas mais pobres da população. Outros outros US$ 34 bi destinam-se ao Medicare, a assistência médica pública para maiores de 65 anos, e desenvolvimento de vacinas. O foco em saúde talvez revele nova disposição da sociedade em exigir que o Estado seja garantidor de políticas públicas voltadas à área.

Fiocruz já tem teste rápido para varíola dos macacos

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz, já entregou à Anvisa Kit Molecular Monkeypox (MPXV) e aguarda sua aprovação para fazê-lo chegar ao público, informa o Brasil de Fato. Trata-se do teste de tipo PCR para detecção da nova varíola, sensível a duas cepas do mesmo vírus (o Brasil só registrou infecções de uma delas até agora). “Por ser uma emergência temos a expectativa que os registros saiam rapidamente”, disse Patricia Alvarez, que liderou o trabalho de criação do teste, desenvolvido em dois meses. O instituto ainda desenvolveu o kit molecular 5PLEX OPV/MPXV/VZV/MOCV/RP, que serve para detectar outras infecções que causam lesões similares na pele.

Ratos clonados poderiam evitar extinções 

Pesquisadores da Universidade de Yamanashi, no Japão, criaram camundongos clonados a partir de células da pele liofilizadas. O experimento foi parte de uma iniciativa mundial para tentar salvar populações de espécies ameaçadas de extinção. A descoberta abre caminho para que os países armazenem células da pele de animais de sua fauna, pois elas podem ser usadas para criar clones que aumentam a diversidade genética da espécie, caso entrem em ameaça de extinção. “Se essas células puderem ser preservadas sem nitrogênio líquido, usando tecnologia de liofilização, isso permitirá que recursos genéticos de todo o mundo sejam armazenados de forma barata e segura”, disse o professor Teruhiko Wakayama, que liderou o trabalho. 

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