PÍLULAS | Aborto: Ministério da Saúde ameaça novo passo atrás

• Ministério da Saúde diz que “não há aborto legal” • Ultraprocessados e obesidade • No Rio, 85% dos internados por covid não tomaram reforço • Medicamento ajuda no combate ao câncer de mama • Por que fechar laboratórios com animais • Geoparques e desenvolvimento sustentável •

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Aborto: Ministério da Saúde ameaça novo passo atrás

O ministério da Saúde avançou em suas investidas contra os direitos das mulheres, desta vez no que diz respeito ao aborto. O texto de cartilha sobre o tema lançada na última quarta-feira (8/6),  afirma que “não existe aborto legal” e que “todo aborto é crime”. Alega que o que existe são “excludentes de ilicitude” em casos como gravidez fruto de um estupro, gestação de risco para mulher e anencefalia fetal. Não é verdade, segundo especialistas que falaram para O Globo e avaliam a declaração como um equívoco jurídico. Criticam ainda o tom persecutório da cartilha. O aborto é a quinta principal causa de morte materna no Brasil – uma ocorrência que vem crescendo em ritmo inaceitável. O país segue na contramão da América Latina, que graças à luta feminista está conquistando o direito à interrupção da gravidez em muitos países – mais recentemente na Colômbia. Há tempo de agir: pressionado pelas críticas à cartilha falsa, o ministério prometeu lançar, esta semana, uma consulta pública sobre o tema.


Ultraprocessados e obesidade: pesquisa inédita no Brasil

Pela primeira vez no Brasil, um estudo relacionou diretamente a obesidade e o consumo de alimentos ultraprocessados – aqueles industrializados que levam mais de cinco ingredientes em sua composição e são enriquecidos com componentes químicos para ficarem “mais bonitos” ou “mais gostosos”. O estudo, feito pelo Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde), verificou que o consumo desses alimentos fez a obesidade aumentar 28% entre 2002 e 2009. A alimentação por ultraprocessados está ligada ao aumento da obesidade e de outras doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Com a volta a insegurança alimentar ao Brasil, a ingestão desses alimentos – por serem mais baratos e mais fáceis de serem encontrados em alguns contextos – tende a aumentar ainda mais. 


Covid: no Rio, mais um indício da importância da dose extra de vacina

Segundo os números registrados pela secretaria de Saúde carioca na semana passada, 85% das pessoas internadas por covid na cidade do Rio de Janeiro não tomaram nenhuma dose de reforço da vacina. A “terceira dose” já está disponível para todas as pessoas com idade acima de 12 anos, mas apenas 44,7% da população reforçou sua imunidade – 53% no caso dos cariocas. O Brasil vive uma nova onda de casos da doença (e até de internações) mas elas felizmente ainda não parecem se refletir em mortes. Graças, justamente, à vacina.


Nova droga aumentou a sobrevida de mulheres com câncer de mama

Um medicamento fabricado pelas farmacêuticas Astrazeneca e Daiichi Sankyo foi testado em 557 mulheres com câncer de mama metastásico na Ásia, na Europa e na América do Norte. O remédio aumentou em seis meses a média de sobrevida de todas as pacientes em estágio avançado, em comparação ao tratamento com quimioterapia. Reduziu pela metade o risco geral de morte ou progressão da doença. Analisando apenas o risco de óbito, a terapia experimental diminuiu essa probabilidade em 36%, segundo o estudo. O medicamento utiliza um anticorpo que se liga a células cancerosas, mas conseguiu também alcançar células mamárias em que o tratamento geralmente é menos eficaz. 


Uma cientista quer fechar laboratórios com macacos-cobaia

Lisa Jones-Engel, uma cientista norte-americana acostumada a estudar macacos em laboratórios, viu-se diante de um dilema que mudou sua vida. Segundo reportagem do jornal The Guardian, ela foi premiada por seus estudos com os animais, mas toda vez que comunicava algum incômodo com os parâmetros utilizados, era recebida com desrespeito. Foi então que se viu impelida a aderir a uma organização que luta pela causa animal. Nos Estados Unidos, há sete centros que utilizam animais como cobaias de estudos científicos, envolvendo 108 mil primatas. O filósofo Jean-Jacques Rousseau já questionava seu uso, no século XVIII, mas as evidências para acabar com essa prática só aumentam. Argumenta-se que apenas 5% dos estudos com animais acabam tendo serventia para os humanos. Seu sofrimento e subjugação não estão compatíveis com o avanço da ciência, afirmam os ativistas dos direitos animais. E é bom lembrar: a varíola dos macacos, que está causando um novo surto, surgiu a partir de macacos de laboratório…


A importância dos geoparques para o desenvolvimento sustentável

Geoparques são áreas de relevância internacional em sítios e paisagens geológicos, administradas de modo que haja geoconservação, proteção, educação e desenvolvimento econômico sustentável. Por meio dos geoparques, é possível descobrir toda a história geológica local, com o levantamento dos geossítios, graças à presença de rochas dos mais variados períodos. Além disso, eles ajudam a valorizar a identidade local, demonstrando a relação entre povos e região. O Brasil possui dois geoparques na lista global da Unesco. No Seridó, no Rio Grande do Norte, vivem mais de 120 mil pessoas, o que permite preservar também práticas tradicionais de comunidades como os quilombolas; No Caminhos dos Cânions do Sul, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vivem 73 mil habitantes.

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