PÍLULAS | LGBTQIA+ tem dificuldades para acessar saúde

• Comunidade LGBTI+ e o acesso à Saúde • Sono ruim pode fazer mal para o cérebro e coração • Bactéria suína pode ameaçar saúde pública • Mudanças climáticas e mortes na América Latina • Luta contra mutilação genital • Dietas de cobaias afetam resultados científicos •

.

Comunidade LGBTI+ tem acesso aos serviços de saúde dificultado

Uma pesquisa recente liderada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) mostra que pessoas da comunidade LGBTI+ têm maior dificuldade de acesso ao atendimento à saúde, em comparação com o restante da população. O estudo, divulgado pela ENSP-Fiocruz, ouviu 6.693 pessoas acima de 50 anos, das quais 1.332 foram identificadas como LGBTI+ e concluiu que estar nessa faixa etária e pertencer ao grupo, no Brasil, reduz a chance de um bom atendimento à saúde. Para doenças espcécificas, a desigualdade foi observada no índice de depressão (37% em LGBTI+ e 28% em não-LGBTI+) e em ao acessar exames de prevenção, como câncer de mama, câncer de cólon e câncer de colo uterino – no caso de mulheres cis lésbicas e bissexuais e homens trans. 

Sono ruim pode ser tão prejudicial quanto fumar para coração e cérebro

A Associação Americana do Coração (AHA) incluiu o sono como fator influenciador de uma boa saúde do coração – segundo a agência, 80% das doenças relacionadas ao órgão são evitáveis pois dependem de hábitos. Estudos mostram que a curta duração ou má qualidade do sono está associada à pressão alta, colesterol elevado e aterosclerose. Além disso, dormir pouco frequentemente aumenta a probabilidade de eventos cardiovasculares, como infarto e AVC. A nova métrica da Associação recomenda de 7 a 9 horas diárias de sono para adultos. 

Bactéria suína surgida por ação de antibióticos pode chegar a humanos

Uma pesquisa da Universidade de Cambridge publicada na revista científica eLife mostra que uma nova variante de Staphylococcus aureus resistente à meticilina tem preocupado especialistas por ter potencial de ameaçar a saúde pública. Segundo os cientistas, a cepa CC398 da superbactéria é altamente resistente a antibióticos e também uma causa crescente de infecções humanas. A pesquisa afirma que a variante surgiu há 50 anos devido ao uso generalizado de antibióticos em criações suínas da indústria da carne. Na Dinamarca, o índice de infecções em fazendas de porcos foi de menos de 5% em 2008 para 90%, em 2018. 

Temperaturas extremas na América Latina podem ter causado 1 milhão de mortes

Novo estudo publicado na Nature Medicine e feito por uma equipe internacional de pesquisadores estima que quase 900 mil mortes entre 2002 e 2015 podem ser atribuídas às temperaturas extremas nas principais cidades latino-americanas. Esta é a estimativa mais detalhada da América Latina e a primeira para algumas cidades. Foi descoberto que, no período de tempo analisado, 6% – quase 1 milhão – de todas as mortes nas maiores metrópoles latino-americanas ocorreram em dias de calor ou frio extremo. A maioria dos estudos que relacionam temperaturas com mortalidade nas cidades foram feitos na América do Norte, Europa e China. “Há pouco conhecimento gerado especificamente sobre o Sul Global”, diz Ana Diez Roux, epidemiologista da Universidade Drexel, coautora do novo estudo. “A América Latina, em particular, é uma região que não tem recebido muita atenção”, concluiu. 

A luta de meninas e mulheres que recusam a mutilação genital em Serra Leoa 

Serra Leoa é um dos poucos países da África subsaariana que ainda não baniu a mutilação genital feminina, um antigo ritual ligado à “pureza” sexual e controle sobre os corpos femininos. Grupos progressistas do país, apoiados por algumas organizações internacionais, mantém a pressão sobre o governo para proibir a mutilação, enquanto forças conservadoras dizem que esta é “uma parte essencial da cultura de linhas tribais e religiosas”. Ao que esse conflito se desenrola na mídia e no parlamento, um número crescente de meninas e jovens mulheres precisam decidir se aderem ou não à prática violenta, sob pena de, em caso de recusa, serem proibidas de casar, representar suas comunidades em eventos culturais e religiosos, participar em celebrações e funerais ou trabalhar em cargos públicos, como no parlamento. Segundo uma pesquisa da Unicef de 2019, mais de 90% das mulheres com mais de 30 anos em Serra Leoa foram submetidas a mutilação genital; entre meninas e mulheres de 15 a 19 anos, a taxa cai para 61%.  

Dietas de animais usados em pesquisas afetam resultados

Algumas das diferenças em experimentos de laboratório com animais, em pesquisas científicas, podem ser explicadas pela alimentação, segundo um artigo da revista Nature. “A dieta é mais uma variável”, disse Kristin Gribble, bióloga molecular do Laboratório de Biologia Marinha em Woods Hole, Massachusetts. “Se for diferente entre os experimentos, é uma variável adicional a ser considerada ao explicar os resultados”. Ainda assim, não foram elaboradas dietas específicas para todos os animais que participaram de estudos; várias foram desenvolvidas por razões de custo e praticidade, e não para imitar os hábitos naturais dos animais. Segundo pesquisadores, a documentação cuidadosa das diferentes alimentações é crucial para melhorar a replicabilidade dos experimentos.

Leia Também: