PÍLULAS | Pessoas trans afetadas por rol taxativo dos planos de saúde

• Rol taxativo pode afetar tratamento de pessoas trans • Aborto: no Brasil, mulheres precisam recorrer ao tráfico • Na Europa, 10% dos câncers se dão por contaminação do ambiente • Clima: deserto asiático em expansão • Mulheres cientistas aparecem menos em publicações • A paciente brasileira que quer morrer •

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Pessoas trans temem fim de cobertura dos planos após rol taxativo

Após a decisão do STJ a favor do rol taxativo para procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar, pessoas transexuais temem que as operadoras de saúde não cubram mais cirurgias de redefinição sexual. Algumas pessoas trans optam por cirurgias junto do processo de terapia hormonal e psicológica. Apesar de o SUS fazer esse tipo de procedimento, existe uma fila de espera e, caso os planos de saúde neguem essa demanda, muitas pessoas transgênero ficarão sem atendimento. Além disso, a espera no SUS – para onde a medicina privada sempre tenta enviar casos mais complexos – poderá aumentar. O procedimento já era negado com frequencia pelas operadoras, mas o Judiciário acolhia os pedidos, segundo a advogada Claudia Ramos, membro da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-SP ouvida pela Folha. Agora, a tendência é que a justiça também negue os pedidos.

New York Times evidência problema do aborto ilegal no Brasil

A difícil situação das mulheres brasileiras – que, quando buscam drogas abortivas precisam recorrer a traficantes – foi tratada ontem em reportagem do jornal norte-americano. As situações ocorrem, mostou a matéria, não só quando o procedimento é considerado ilegal, mas também em casos previstos em lei. O acesso às drogas é então dificultado por agentes do judiciário, por atendentes em hospitais e pelo próprio governo. O intuito do jornal foi sugerir que o mesmo poderá se dar nos EUA, depois que a Suprema Corte suspendeu o direito como vigente em todo território nacional. Agora, leis estaduais poderão proibir o  procedimento. 

10% dos casos de câncer na Europa acontecem por contaminação

A Agência Europeia para o Meio Ambiente (AEE) emitiu uma advertência segundo a qual que 10% dos casos de câncer na Europa estão relacionados a diversas formas de contaminação, como poluição do ar, tabagismo passivo, raios ultravioleta, amianto, produtos químicos e outras substâncias tóxicas. Segundo a organização, para diminuir o número seria necessária uma ação rigorosa envolvendo políticas existentes contra a contaminação.  A União Europeia representa apenas 10% da população mundial, mas concentra 23% dos novos casos e 20% das mortes por câncer; cerca de  2,7 milhões de pessoas são diagnosticadas por ano. 

O aquecimento global está expandindo o deserto da Ásia Central

Um estudo da Universidade de Lanzhou, na China, constatou a rápida e continua expansão do deserto na região da Ásia Central. Os pesquisadores usaram dados de temperatura do ar e da precipitação de 1960 a 2020, com o objetivo de dividir a Ásia Central em 11 subtipos climáticos. Eles descobriram que desde o final da década de 1980, a área classificada como clima desértico se expandiu para o leste e se espalhou para o norte em até 100 quilômetros, chegando ao Uzbequistão, Quirguistão, Cazaquistão e ao noroeste da China. Mais de 60% da Ásia Central têm um clima seco com chuvas pouco frequentes, o que deixa pouca água disponível para plantas e outros organismos e torna grande parte da região vulnerável ao aumento das temperaturas – que, por sua vez, elevam a evaporação da água do solo e aumentam o risco de seca. Segundo os cientistas, as mudanças climáticas estão acelerando esse processo.

Mulheres cientistas correm mais riscos de ter créditos por pesquisa negados

Cientistas mulheres são menos propensas a receber créditos de autoria ou serem nomeadas em patentes relacionadas ao trabalho que fazem em comparação com seus colegas homens. Segundo pesquisa da Universidade de Nova York, EUA, isso ocorre  inclusive em áreas como saúde, onde as mulheres são maioria. “Sabemos há muito tempo que as mulheres aparecem menos em publicações e patentes do que homens, mas como os dados anteriores nunca mostraram quem participou da pesquisa, ninguém sabia por quê”, disse a professora Julia Lane, líder do estudo. O estudo, publicado na Nature, descobriu que em média, em todos os cargos e áreas, os homens tinham cerca de duas vezes mais chances de ser nomeados em um artigo científico ou patente por sua equipe de pesquisa do que as mulheres. 

Reportagem acompanha paciente brasileira que quer morrer 

Em publicação na revista Piauí, o jornalista João Batista Jr. acompanhou Fátima Nader, 63 anos, bióloga portadora de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Fátima afirma que quer morrer logo e com o mínimo sofrimento possível, decisão de difícil aceitação para a sua filha única e sua irmã, uma psicóloga. Ao contar a história, Batista relata não apenas a convivência com o difícil diagnóstico, mas a vida de Nader – que, após se mudar para o arquipélago de Fernando de Noronha, levou durante anos moradores da ilha para serem tratados no Hospital da Unicamp, é apaixonada por trilhas em montanhas e praias e tem um netinho de 8 anos. A Esclerose Lateral Amiotrófica não tem cura, e caracteriza-se pela perda progressiva dos movimentos (incluindo a fala, respiração e deglutição) devido a degeneração de neurônios motores.

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