O que pensam

Mais de um terço dos médicos brasileiros ainda acredita em eficácia de drogas como hidroxicloroquina e ivermectina

.

Este texto faz parte da nossa newsletter do dia 3 de fevereiro. Leia a edição inteira. Para receber a news toda manhã em seu e-mail, de graça, clique aqui.

Um levantamento da Associação Médica Brasileira (AMB) ouviu 3,8 mil médicos do país e concluiu que 78,5% deles desaprovam a atuação do Ministério da Saúde – sob o comando de Eduardo Pazuello – durante a pandemia. “Logo que o [Luiz Henrique] Mandetta saiu, a aprovação despencou e se mantém nos mesmos patamares até hoje, em torno de 16%”, diz à Folha o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes.

O grau de desinformação entre eles é alto – 34,7% acreditam na hidroxicloroquina como tratamento contra covid-19, e 41,4% fazem essa avaliação para a ivermectina. Quando se trata dos sintomas iniciais, 28% acham que esses medicamentos funcionam. Além disso, 15% acreditam que a ivermectina serve como prevenção. “Eles recomendam pela falta de fala uníssona das autoridades públicas e privadas. É como ter, em uma trincheira de luta, um soldado que atira para a frente e outro, para trás. A manutenção de 28,2% de colegas que ainda acham que é eficaz (para as manifestações iniciais) é por causa da confusão que as autoridades têm causado“, comenta Fernandes no Estadão.

Convenhamos: a AMB é uma das responsáveis por gerar essa “confusão”. Em julho, quando já se empilhavam os estudos apontando a ineficácia da hidroxicloroquina e a Sociedade Brasileira de Infectologia pedia que o Ministério da Saúde abandonasse a indicação da droga, a Associação defendeu a “liberdade do médico” para prescrevê-la. Agora, seu presidente vem alertar para os “efeitos colaterais, que podem ser graves”. 

Este texto faz parte da nossa newsletter do dia 3 de fevereiro. Leia a edição inteira. Para receber a news toda manhã em seu e-mail, de graça, clique aqui.