O que fazer?

Brasil monitora pouco surgimento e circulação de novas variantes; falta verba para ciência e saúde pública

Foto: Itamar Crispim / Fiocruz
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Uma reportagem da Folha mostra como o Brasil ainda está longe de conseguir mapear o surgimento e a movimentação de novas linhagens e variantes no território. Só cerca de 0,03% dos casos confirmados de covid-19 tiveram amostras enviadas para o sequenciamento genético. No Reino Unido, provavelmente o país que está fazendo melhor esse trabalho, o percentual é 166 vezes maior, chegando a 5%. 

Os pesquisadores entrevistados indicam que realmente não há necessidade de sequenciar todas as amostras (elas são selecionadas a partir de certos critérios), mas que a vigilância genômica deveria e poderia ser melhor. “Temos equipamentos, mas falta pessoal e reagentes para intensificar a vigilância genômica”, afirma José Eduardo Levi, do Laboratório de Virologia do Instituto de Medicina Tropical da USP.  Ela é feita basicamente por instituições públicas: uma rede vinculada ao Ministério da Saúde, outra ligada ao de Ciência e Tecnologia, além de projetos em universidades e em alguns laboratórios privados. Para melhorar o trabalho – como para como quase tudo nessa pandemia – é preciso mais investimento em ciência e saúde pública.

A velocidade para ‘pescar’ novas variantes mais eficientes é essencial – só trabalhando com rapidez é que dá para estancá-las. Mas não é o que temos por aqui. Em alguns estados, o resultado do sequenciamento leva até 25 dias. No Mato Grosso, só a remessa das amostras demora de cinco a dez dias. O Ministério da Saúde disse à reportagem que está começando um projeto-piltoto para analisar 1,2 mil amostras de diferentes estados… em quatro meses. 

A propósito: o ministro do TCU Benjamin Zymler deu sete dias para o Ministério da Saúde dizer quais são seus planos para impedir a dispersão da variante encontrada em Manaus e para conter a entrada daquelas detectadas no Reino Unido e na África do Sul. 

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