No novo lockdown europeu, as escolas ficam

Em sua maioria, novos bloqueios poupam ensino de crianças. Escolas serão fechadas apenas em último caso

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Depois de novos picos de casos e mortes por covid-19 na Europa, hospitais em várias grandes cidades  voltaram a passar por situações críticas e novos ‘lockdowns’ foram decretados. Só que, dessa vez, as prioridades mudaram: no geral, bares, restaurantes e comércio não-essencial vão fechar, mas as escolas permanecem abertas até que todas as outras opções sejam esgotadas. 

A decisão (que não inclui as universidades) se baseia nos inúmeros estudos apontando que, embora a contaminação entre crianças seja possível, as escolas não se mostraram locais de grande disseminação (aqui, uma matéria na Nature  publicada ontem resume o que se sabe sobre isso). No UOL, o colunista Jamil Chade escreve que, na avaliação das autoridades europeias, o impacto negativo do fechamento das escolas foi desproporcional. “Mesmo nos países ricos, foi evidenciado que nem todas as famílias tiveram como garantir o ensino virtual aos filhos, diante de uma conexão de internet abaixo do esperado ou simplesmente da falta de computadores suficientes em casa”, escreve ele. O efeito nem países de baixa e média renda, claro, é infinitamente pior. 

Ontem a ONU e o Banco Mundial publicaram um informe defendendo que esses estabelecimentos permaneçam abertos; para a OMS, fechá-los deve ser uma medida de “última instância”:  “Sociedades precisam decidir se querem bares abertos ou escolas abertas”, disse Mike Ryan, diretor de operações da OMS – e essa é uma reflexão que temos apontado por aqui há meses

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