Ministério da Saúde discute nacionalização de plano da Fiocruz

• Plano para covid da Fiocruz pode ser aplicado ao Brasil • Câncer de pâncreas • Campanha de vacinação para yanomamis • Bactérias do intestino e depressão • Chat GPT e os diagnósticos • Preço das ambulâncias nos EUA •

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Na sexta-feira (10/2), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresentou os resultados de dois anos do plano de enfrentamento à covid-19 e seus impactos em favelas do estado do Rio de Janeiro. A ministra da Saúde e ex-presidente da Fundação, Nísia Trindade, esteve presente no evento que ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Foram quase 200 mil pessoas impactadas nas comunidades entre 2021 e 2022, com a doação de R$ 20 milhões da Alerj através da Lei 8972/20 – que financiou mais de 100 projetos com foco na segurança alimentar, saúde mental, comunicação em saúde, educação e empregabilidade frente aos impactos da crise sanitária. Agora, segundo a ministra, a pasta analisa a possibilidade de expandir o plano a nível nacional. 

O aumento do câncer de pâncreas no Brasil: por quê?

Pela primeira vez na história, o Instituto Nacional do Câncer contabilizou o câncer no pâncreas como um dos mais frequentes no país. Segundo a pesquisa, esse tipo de tumor acontece especialmente nas regiões economicamente mais desenvolvidas e já aparece entre os dez que mais acometem mulheres das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Inca estima que, em 2023, serão diagnosticados 10.980 casos de câncer de pâncreas no país. A taxa de letalidade também está em ascensão. O envelhecimento da população e o estilo de vida são fatores importantes para esse resultado: a idade média de diagnóstico é 70 anos e, com o aumento da expectativa de vida, aumentam também dos diagnósticos. O maior consumo de alimentos ultraprocessados e ricos em gorduras saturadas, o sedentarismo e a obesidade são fatores de risco. 

Começa campanha de vacinação para yanomamis

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse que já liberou, no início desta semana, a campanha de vacinação contra a covid-19 para a população yanomami e outros povos indígenas do país – que deve começar oficialmente no dia 27. O objetivo será a busca ativa, por parte dos agentes de saúde, para vacinar essas populações. Em entrevista à Folha, Maciel afirmou que a intenção da pasta será criar estratégias diferentes por região para alcançar as especificidades de cada lugar. Um amplo esquema de comunicação também está no horizonte, com parcerias com influenciadores, artistas, políticos, líderes religiosos e professores. A secretária afirmou também que os estoques de vacinas contra a covid-19 já foram regularizados. 

Novo estudo associa novamente bactérias do intestino com depressão

Vem surgindo cada vez mais estudos que vinculam a depressão com o desequilíbrio da flora intestinal. Enfermidades como Alzheimer, autismo e Parkinson são algumas das quais já foram comprovadamente associadas a bactérias do interior do corpo, mas, no caso da depressão, os resultados ainda eram desencontrados. Agora, uma nova pesquisa da Universidade de Oxford oferece evidências sólidas da relação entre a microbiota e a saúde mental. No total, os pesquisadores identificaram 16 gêneros de bactérias associados com a depressão. Para chegar no resultado, foram coletadas amostras de fezes de mil holandeses, junto com o preenchimento de questionários para avaliar a presença de sintomas de depressão. Depois foram feitas correlações entre as bactérias encontradas e as pessoas com maior tendência a desenvolver um quadro depressivo. A pesquisa foi repetida em um segundo grupo de participantes, de diferentes nacionalidades – e os resultados coincidiram com o primeiro grupo. 

ChatGPT e sua relação com diagnósticos

A noção de que as pessoas usarão computadores regularmente para diagnosticar suas próprias doenças é discutida há décadas. Hoje já existem diversos aplicativos de empresas privadas que, em tese, trabalham para facilitar diagnósticos – o paciente lista seus sintomas e o app dá um provável diagnóstico e se é necessário ou não ir a um médico. A equipe da Stat, revista médica norte-americana, testou o desempenho de 23 verificadores de sintomas – em média, o acerto de diagnóstico foi apenas de 51%. Agora, o ChatGTP, novo modelo de Inteligência Artificial (IA), poderá ser usado para substituir tecnologias presentes hoje nas ferramentas digitais de sintomatologia e diagnósticos. A nova IA, que consiste na capacidade de analisar e formular textos mais exatos e elaborados, teve, no mesmo teste da Stat, um acerto de 67% dos encaminhamentos médicos. A matéria questiona, ainda, a eficiência do uso de inteligência artificial na medicina, como a precisão dos diagnósticos, a confiabilidade dos dados de entrada, a proteção da privacidade do paciente e a necessidade de supervisão humana adequada para garantir o melhor atendimento ao paciente.

Nos EUA, as ambulâncias estão custando (ainda mais) caro

Pacientes norte-americanos relatam em reportagem exclusiva que, mesmo passando por situações graves de emergência, pensam duas vezes antes de chamar uma ambulância no país – devido ao seu alto preço. Aqueles que têm algum seguro de saúde também precisam se preocupar em chamar a emergência, visto que, muitas vezes, a viagem até o hospital ou clínica não é coberta pelo plano. As faixas médias de preço variam entre 500 a 750 dólares – valor que varia de acordo com a empresa que fornece o serviço de ambulância. As conhecidas “contas médicas surpresa” não são raras nos Estados Unidos, onde praticamente não existe sistema público de saúde – o que levou a intervenção federal, com uma lei que proibiu a maioria desses tipos de cobrança a partir de 2022. Porém, as ambulâncias ficaram fora da regulamentação. O artigo destaca a necessidade de uma ação regulatória mais ampla para ajudar a proteger os pacientes de cobranças injustas.

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