Mpox atinge crianças no Brasil

• Mudança no perfil etário da mpox? • Doença ainda é emergência global • Terremoto na Síria e os hospitais lotados • Medicamento promissor contra a diabetes • Mais tentativas de produzir contraceptivo masculino • Enfermagem volta às ruas por piso salarial •

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Após uma análise em Sergipe da população infectada pela varíola dos macacos, rebatizada de mpox pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pesquisadores concluíram que o vírus pode estar se espalhando para outros grupos populacionais. Até agora, a doença vinha afetando principalmente o grupo de homens gays e bissexuais. A nova análise, publicada no Journal of Paediatrics and Child Health, mostra que das 71 pessoas que contraíram o vírus em Sergipe entre 22 de agosto de 2022 e 18 de janeiro de 2023, 15 eram crianças com até 18 anos de idade; nesse caso, a proporção de crianças e adolescentes em relação ao total é de 21% – 5 vezes superior do que a verificada até agora no Brasil. O surto que começou em maio de 2022 atingiu mais de 85 mil pessoas no mundo, com 93 mortes até fevereiro, mas abrandou no início de 2023. 

A doença ainda é emergência de saúde internacional, diz OMS

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, declarou nesta quarta-feira (15/2), que a varíola dos macacos ainda é uma emergência de saúde pública de interesse internacional (PHEIC, da sigla em inglês) – mesmo com a queda considerável de casos em 2023. A decisão foi acompanhada de um relatório do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional, que pediu pela manutenção do status enquanto os esforços contra a doença ainda estão sendo integrados aos programas nacionais de vigilância e controle dos países. Além disso, o documento apontou que, apesar da redução de novos casos, estes ainda são expressivos – especialmente nas Américas.

Terremoto na Síria: “há muitos mortos e feridos nos hospitais” 

Vítimas do terremoto que atingiu a Turquia e a Síria na semana passada continuam a ser resgatadas de escombros pelas autoridades. Segundo as últimas estimativas, são mais de 35 mil mortes até o momento. Na Síria, a Médicos Sem Fronteiras vem relatando o sobrecarregamento de hospitais, enquanto que na Turquia a ONG afirmou que o fechamento da fronteira complicou o tratamento dos feridos, devido a impossibilidade de receber reforços externos. Martin Griffiths, chefe de ajuda das Nações Unidas, disse nesta segunda-feira (13/2) que outro desafio já começa a aparecer, além do atendimento hospitalar: o auxílio humanitário. “A urgência de dar abrigo, atenção psicossocial, alimentação, escolarização e um sentido de futuro para essas pessoas, essa é a nossa obrigação agora”, afirmou. 

Novo medicamento para diabetes traz esperança contra doenças autoimunes

Uma nova terapia inédita que bloqueia a progressão do diabetes tipo 1 faz cientistas acreditarem que a técnica poderá servir de modelo para outros desenvolvedores de medicamentos. O tratamento consiste no uso do Teplizumab, que funciona como uma espécie de “terapia de anticorpos” e age bloqueando as células T do sistema imunológico – impedindo-as de atacar células produtoras de insulina no pâncreas. O resultado dos primeiros testes clínicos, que ocorreram entre 2011 e 2018, indicam que os pacientes que receberam o tratamento desenvolveram sintomas de diabetes após cinco anos, em média – três anos a mais sem a doença quando comparados aos que receberam placebos. Muitos voluntários ficaram mais de uma década sem apresentar sintomas de diabetes e sem precisar iniciar a terapia com insulina – que atualmente é o único tratamento eficaz contra a doença. Em novembro de 2022, as autoridades dos Estados Unidos aprovaram o teplizumabe para pessoas com mais de 8 anos que atendem certos critérios de risco.

Cientistas desenvolvem contraceptivo masculino, que não usa hormônios

Um estudo publicado na Nature Communications aponta que pesquisadores estão cada vez mais perto de criar uma pílula anticoncepcional masculina. No caso, a pílula estudada seria capaz de impedir os espermatozoides de nadarem e, ao contrário do anticoncepcional feminino, que apresenta alguns riscos para a saúde de determinadas mulheres, não é um medicamento hormonal. Testes preliminares em camundongos indicam que a substância teria efeito por apenas algumas horas – nesse caso, o comprimido deveria ser tomado pelos usuários cerca de uma hora antes do sexo – e age interrompendo a ação da enzima adenilil ciclase solúvel, responsável pela “natação” dos espermatozóides. 

Enfermagem nas ruas; Governo fala sobre esforço para implementar piso

Enfermeiros e enfermeiras ocuparam mais uma vez as ruas de todo país, em manifestação para reivindicar a implementação imediata do Piso da Enfermagem. Representantes do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) foram recebidos mais uma vez no Ministério da Saúde, pela ministra Nísia Trindade, para tratar do aumento de salários que, apesar de aprovado pelo Congresso, segue paralisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, o Governo Federal disse estar comprometido e trabalhando em várias frentes para acelerar a implementação do Piso, e anunciou a criação de um grupo de trabalho interministerial para avançar no texto final da Medida Provisória para implementação do piso. O ministério da Saúde se comprometeu, ainda, a definir critérios de divisão dos repasses entre os estados e municípios.

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