PÍLULAS | Covid aumenta pela quarta semana consecutiva

• SRAG em alta • Vacina colombiana contra todas as cepas de covid • Queimadas e biomas brasileiros • Violência obstétrica • Indústria desrespeita regras que favorecem a amamentação • Nova pesquisa para fármaco que diminui obesidade •

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Covid aumenta pela quarta semana consecutiva

As síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), entre as quais encontra-se a covid, estão em alta há um mês, registra o Boletim InfoGripe Fiocruz. O coronavírus representa 48% dos casos registrados entre 15 e 21 de maio, seguido pelo vírus sincicial respiratório (VSR), a influenza A e a influenza B. A covid está em terceiro lugar entre as crianças de até quatro anos – o vírus que prepondera entre elas é o VSR. A tendência é a mesma em 20 das 27 unidades federativas do Brasil. Foram registrados 6 mil novos casos de SRAG durante o período.

Uma vacina latino-americana contra todas as variantes de covid

Embora mais de um terço da população mundial ainda não tenha recebido nenhuma dose de vacina contra a covid, a produção de novos imunizantes deixou de ser prioridade para os grandes laboratórios. Em menor velocidade, estudos para a próxima geração de vacinas continuam – a Fundação Instituto de Imunologia da Colômbia (Fidic) prepara uma vacina a partir de fragmentos de todas as variantes do coronavírus e, por isso, pode combater todas elas. Não sairá tão cedo, pois ainda está na fase de teste com animais. Cientistas estimam dois anos até que esteja disponível.

Queimadas diminuem capacidade de regeneração dos biomas

O cerrado é um bioma mais adaptado a queimadas de baixa intensidade – como as causadas por raios no início da estação chuvosa. Mas mesmo ali a resistência das plantas se deteriora significativamente após incêndios mais fortes. O mesmo processo acontece mais intensamente na amazônia e no pantanal, onde as espécies são menos adaptadas ao fogo. Uma parceria entre UFMG, UNB e Inpe chegou a essa conclusão após analisar dados registrados por satélites entre 2001 a 2019. O estudo foi registrado pela revista Pesquisa Fapesp. As queimadas diminuem a taxa de fotossíntese, as plantas perdem capacidade de se recuperar, rebrotar e absorver gás carbônico da atmosfera. Isso alimenta um ciclo perigoso: com maior concentração de CO2, a temperatura aumenta e mais queimadas ocorrem. Os pesquisadores estimam que os incêndios de alto impacto serão ainda mais frequentes nos próximos anos: aumentarão 97% na amazônia, 95% no cerrado e 74% no pantanal.

Violência obstétrica no Brasil é problema estrutural 

Tese inédita escrita pela pesquisadora Larissa Velasquez de Souza, pós-graduanda da Fiocruz, apresenta uma investigação histórica do termo “violência obstétrica” no Brasil, usado para designar danos físicos e ou psicológicos praticados por profissionais da saúde à gestantes. Entre as práticas violentas, há xingamentos e agressões físicas, além de técnicas médicas adotadas sem sustentação científica – como a episiotomia, considerada “mutilação genital” por Marsden Wagner, ex-diretor de Saúde da Mulher e da Criança da OMS, e a manobra de Kristeller, ambas recentemente defendidas por Raphael Câmara, secretário de Atenção à Saúde Primária do atual presidente.

Mercados não cumprem legislação sobre aleitamento materno

Embora a lei seja clara no veto ao marketing de produtos que interferem no aleitamento materno, seis em cada dez pontos de venda driblam as regras. Para compreender a extensão do problema, pesquisadores da Fiocruz ligados ao Observatório de Saúde na Infância analisaram supermercados e farmácias nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, João Pessoa, Ouro Preto e Belém. A capital paraense é onde mais se desobedece a lei. No Brasil, é proibida a promoção de fórmulas infantis, mamadeiras e chupetas, enquanto produtos como compostos lácteos, papinhas e sopinhas também possuem restrições. A OMS também alerta para a falta de regulação no marketing digital do setor. A entidade recomenda que a amamentação permaneça até os dois anos de idade e seja exclusiva até os seis meses.

Molécula antiobesidade bem-sucedida em testes

Um estudo da USP testou o uso da molécula sintética Pep19 em 50 camundongos. A molécula interfere no metabolismo, na regulação do apetite, na quebra de gordura e na liberação de energia. Como resultado, os ratos tratados ganharam menos peso e diminuíram fatores de risco da obesidade, como a inflamação no fígado e o acúmulo de gordura. A Pep19 não afetou o sistema nervoso central, problema encontrado em outros medicamentos com ação semelhante a este.

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