PÍLULAS | Cientistas alertam para varíola dos macacos desde 2018

• Varíola dos macacos desde 2018 • Menos R$ 2,9 bi na ciência • Apagão de medicamentos • Cabreúva, árvore medicinal • Cannabis pode proteger o cérebro • A proteína que replica covid •

.

Cientistas alertam para varíola dos macacos desde 2018

A varíola dos macacos está na lista de doenças prioritárias da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2018, quando foi identificada como emergente. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) definiu o surto inicial, na Nigéria, como “preocupação global de segurança sanitária”. A OMS e o CDC tentaram organizar a vigilância e a pesquisa necessárias para combater a doença, mas não encontraram apoio suficiente. A varíola dos macacos alcançou preocupação global apenas nas últimas semanas, quando chegou a países europeus e aos Estados Unidos. A baixa densidade de pesquisas sobre a atuação do microrganismo no leste africano torna mais difícil identificar se a onda atual está relacionada a uma nova mutação.


Governo federal quer tirar R$ 2,9 bi da ciência para comprar apoio

O governo prepara cortes profundos na ciência nacional. Se confirmada, a decisão removerá mais R$ 2,9 bi do setor, representando uma diminuição de 42% em um orçamento já dilapidado. Se confirmado o corte, o valor deverá ser utilizado para cobrir o aumento do funcionalismo, que o governo prepara neste ano eleitoral. A decisão contraria a lei complementar 177 de 2021, que proíbe o contingenciamento destas verbas. A comunidade científica brasileira está mobilizada para resistir ao novo ataque. 


Sem produção própria, ministério da Saúde permite apagão de medicamentos

Um total de 134 medicamentos estão esgotados ou em vias de esgotamento nas redes pública e privada do país. Remédios como dipirona injetável, amoxicilina, diazepam e o incrível soro fisiológico já estão em falta pelo país. O problema, apontam conselheiros e conselheiras nacionais de saúde, não é apenas de logística ou de reflexos da pandemia, mas de política pública: “O SUS não é comprador de medicamentos apenas, tem capacidade e estrutura de produção própria para garantir as necessidades nacionais. O Brasil tem condições de fazer gestão política que não é só fixar preço e comprar, mas de ser um jogador decisivo nessa esfera”, argumentou Silvana Nair Leite, conselheira nacional de Saúde.


Cabreúva, um posto de saúde para animais silvestres

A cabreúva é uma árvore com propriedades terapêuticas conhecidas por comunidades tradicionais. Ao instalar câmeras na floresta, pesquisadores da Unesp observaram veados-mateiros, jaguatiricas, morcegos e diversos outros visitantes interagindo com essas árvores, se esfregando, mordendo e até lambendo o seu tronco. Catetos, quatis-de-cauda-anelada, tamanduás-mirim e irarás também passaram por ali. A diversidade de espécies, o alto número de visitas e as propriedades da cabreúva – que é cicatrizante, repelente e antiparasitária – apontam para a zoofarmacognosia, que é o consumo de plantas não nutricionais por animais silvestres, para controle e prevenção de doenças. 


Cannabis promove crescimento de células cerebrais 

Os oligodendrócitos são um tipo de célula que envolve os neurônios de nossos cérebros – seu papel é fundamental e ainda não completamente compreendido. A esclerose múltipla e o Alzheimer são apenas algumas entre as doenças relacionadas à perda de oligodendrócitos, por exemplo. Um estudo inédito da Unicamp mostrou que os canabinoides, substâncias presentes na cannabis, ampliam a reprodução destas células. A pesquisa também comprovou que os oligodendrócitos amadurecem melhor em contato com os canabinóides. “Isso abre novas avenidas pra gente investigar potenciais tratamentos de doenças”, afirma Daniel Martins-de-Souza, um dos pesquisadores responsáveis. Ele ressalta que ainda precisam de estudos com animais e humanos para confirmar os dados. 


Estudo identifica proteína importante para a replicação da covid

A Fiocruz e o Instituto italiano Telethon de Genética e Medicina (Tigem) desvendaram o papel de uma molécula chave para a replicação do vírus Sars-CoV-2. Os cientistas identificaram a atuação da proteína NSP6 na formação das estruturas de replicação viral no interior da célula hospedeira. A pesquisa mostra que variantes do coronavírus apresentam aumento da atividade dessa molécula – uma variação genética que permitiria a replicação do vírus de forma mais eficiente.

Leia Também: