PÍLULAS | Site explica como participar da Conferência Livre de Saúde 2022

• Os horrores da violência obstétrica defendidos no ministério da Saúde • 16 casos suspeitos de hepatite infantil no Brasil • Genocídio na Terra Indígena Yanomami e Ye’kuana • Tratamento mais avançado para a endometriose • Terapia genética para combater o HIV •

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Está pronta a página de internet que permitirá ampliar a participação dos profissionais de Saúde, e do público em geral, na Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde de 2022. Criada pela Frente Pela Vida, ela pode ser acessada aqui. Seu principal papel é estimular ações autônomas de reflexão sobre um SUS fortalecido e ampliado. A Conferência Livre, frisa o site, não segue a estrutura hierárquica das institucionais. Isso facilita muito a participação. Qualquer pessoa pode lançar uma iniciativa ligada ao evento. Basta articular-se em sua unidade de saúde, universidade ou outra instituição e programar a atividade. O site oferece material para divulgá-la localmente, uma agenda em que pode ser comunicada a todo o país, textos e vídeos para estudo. Após realizada, é possível relatá-la por meio de textos, vídeos ou áudios. 

Objetivo é gerar mobilização social por um novo SUS

O evento final da Conferência Livre ocorrerá em 5 de agosto, possivelmente em Brasília. Mas a ideia essencial, afirmou Rosana Onocko, presidente da Abrasco, em entrevista a Outra Saúde, “é promover um processo rizomático, em que múltiplas ações, em torno de objetivos comuns, vão tecendo uma visão compartilhada do que pode vir a ser um SUS livre dos constrangimentos atuais”. Rosana arremata: se este movimento se concretizar, um governo democrático eleito em outubro terá espaço para enfrentar as pressões conservadoras e usar a força do Estado para resgatar, na Saúde Pública, os princípios originais da Reforma Sanitária”.


O grotesco incentivo do ministério da Saúde à violência obstétrica 

Integrantes do governo Bolsonaro voltaram a atacar os direitos das mulheres e a estimular o patriarcalismo primitivo no atendimento médico a elas. O secretário da Atenção à Saúde Primária, Rafael Câmara, lançou na semana passada a 6º edição da Caderneta da Gestante, que será distribuída pelo SUS em todo país. O conteúdo inclui, segundo revela matéria do Intercept, o incentivo à episiotomia, corte feito na vagina durante o parto para facilitar o trabalho do médico. Não há evidência científica alguma que recomende a prática, segundo a Organização Mundial da Saúde. Durante o lançamento, Câmara, defensor da promoção da abstinência sexual como contracepção para jovens, defendeu a manobra Kristeller: empurrões e cotoveladas na barriga da gestante durante o parto, incluindo a possibilidade do profissional de saúde subir sobre a mulher. Em 2018, a ação violenta foi apontada como prática de alto risco de dano para a mãe e para o bebê, também pela OMS. 


Brasil contabiliza 16 casos suspeitos de hepatite infantil misteriosa 

Subiu para 16 o número de casos suspeitos, no Brasil, da estranha hepatite aguda que, segundo a OMS, já acometeu cerca de 200 crianças em todo o mundo desde a sua descoberta no Reino Unido, em abril. Na semana passada, o ministério da Saúde investigava 7 casos suspeitos. A nova doença é considerada misteriosa por não corresponder aos tipos de hepatite conhecidas até o momento; os sintomas apresentados pelas crianças são náusea, vômito, febre, dor abdominal e pele e olhos amarelados.  Cientistas investigam possível relação da enfermidade com o adenovírus 41, hipótese ainda não confirmada. 


Cientistas denunciam genocídio na Terra Indígena Yanomami e Ye’kuana

Entidades científicas de todo o Brasil alertam para a “crise humanitária, ambiental e sanitária que tem ameaçado os povos Yanomami e Ye’kuana nestes últimos anos”. A violência e as invasões contra a Terra Indígena Yanomami, em Roraima, vêm aumentando em ritmo acelerado desde que garimpeiros ilegais atacaram a comunidade a tiros no dia 10 de maio de 2021. A maior reserva indígena do país é alvo do garimpo ilegal há anos. Além de violar direitos, agredir e ameaçar, parte dos garimpeiros  contamina rios e igarapés com mercúrio e intoxica a comunidade yanomami. 


Estaríamos próximos de uma “cura” para a endometriose?

Um estudo bem-sucedido eliminou a endometriose em ratos por meio de um novo método: a injeção, em seu organismo, de nano partículas que localizam as lesões endometrióticas e, quando aquecidas, as eliminam. Realizada na Universidade de Oregon e relatada em artigo na revista científica Small, a pesquisa sugere que a nova técnica poderia ser, se desenvolvida com sucesso em humanos, em alternativa aos métodos cirúrgicos hoje existentes. Presente em 10% das mulheres, a doença é crônica e provoca lesões na parte externa do útero. Embora benignas, elas causam dor e podem atingir os ovários, resultando na infertilidade. Em 25% dos casos, as cirurgias precisam ser repetidas. A pesquisa poderia indicar, ainda, as possibilidades de uso da nanotecnologia – hoje controversa e ambígua – para tratamento mais eficaz e mais simples de certas doenças.


Terapia genética aumenta chances de descoberta de cura para o HIV

Pesquisadores da Northwestern Medicine, em Chicago, nos EUA, encontraram 86 genes que podem influenciar na maneira como o HIV se replica e causa doenças. Até o momento, os estudos que buscavam a cura para o HIV utilizavam células cancerígenas humanas imortalizadas, nos estudos, modelos imperfeitos de células sanguíneas humanas. No estudo, publicado pela revista Nature, os cientistas buscam um novo mapa para entender como o HIV se integra ao DNA humano e usa as células para se replicar e se espalhar pelo corpo. Os autores defendem que entender melhor a replicação do vírus é a chave para a descoberta de uma possível cura, visto que a eficácia dos tratamentos contra a infecção hoje são baseados na supressão da replicação e disseminação viral por medicamentos. 

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