Como a maconha pode ajudar no combate ao vício em crack

• CBD para tratar vício em drogas • Estatuto da Pessoa com Doença Crônica Complexa e Rara • Vacinação em massa em Dourados (MS) • Estafa por trabalho de cuidado na pandemia • Inalação de químicos e Parkinson • Argentina falha no combate à dengue •

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Uma pesquisa realizada pela UnB e publicado no Journal of Mental Health and Addiction obteve resultados que sugerem efeitos positivos no uso de canabidiol para mitigar o vício em crack dos usuários. O estudo dividiu dois grupos de pacientes: um deles usava o CBD e placebos. Outro, utilizava os fármacos já prescritos para usuários de crack. Após dez semanas de entrega dos distintos medicamentos aos grupos – que não sabiam qual kit estavam recebendo –, que passavam em consulta com profissionais e faziam exames toxicológicos, constatou-se resultados melhores no grupo usuário de CDB. A pesquisa coordenada por Andreia Galassi ainda atestou que as medicações tradicionalmente prescritas causam efeitos colaterais mais severos, dado que suas doses e efeitos químicos são mais fortes.

Pessoas com doenças raras terão mais direitos no RJ

Os portadores de doenças raras, algumas delas incuráveis, e suas famílias, obtiveram vitória importante na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foi publicado no Diário Oficial do estado a lei 10.315/24, de autoria do deputado Munir Neto (PSD), que estabeleceu o Estatuto da Pessoa com Doença Crônica Complexa e Rara. Trata-se de um conjunto de regras que cria alguns benefícios a doenças raras que nem sempre têm tratamento e acompanhamento satisfatório por parte do Estado, o que costuma criar inúmeras dificuldades para famílias de seus portadores, frequentemente penalizadas economicamente pelos obstáculos criados pelas doenças. Comemorado por movimentos diversos que militam no combate a enfermidades raras, o projeto prevê benefícios como gratuidade no transporte, aceleração de trâmites administrativos em relação a tratamento, apoio psicossocial, inserção no mercado de trabalho e matrículas escolares.

Prefeitura de Dourados faz parceria com Fiocruz para vacinação em massa

A segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul anunciou parceria com a Fiocruz para aplicar 50 mil doses da vacina contra a dengue em duas semanas, com o imunizante Qdenga. A iniciativa conta com o apoio de 13 equipes volantes e mais de 50 profissionais, sob a supervisão de Silvia Bosso. A cidade, única no Brasil a oferecer a vacina para todas as faixas etárias, espera alcançar a meta dentro do prazo estabelecido, fortalecendo a proteção coletiva contra a doença. Coordenado pelo infectologista Julio Croda, a iniciativa é comemorada pela prefeitura de Dourados, que também pede engajamento social. “Estamos muito satisfeitos com o andamento dessa importante iniciativa em parceria com a Fiocruz. A vacinação em massa contra a dengue é uma prioridade para nós e estamos empenhados em garantir que nossa população esteja protegida contra essa doença. Agradecemos a todos os profissionais envolvidos nesse esforço conjunto e pedimos à comunidade que continue colaborando, comparecendo para receber a vacina”, disse Waldno Pereira Lucena Júnior, secretário de saúde.

Cuidadores de idosos sofreram mais na pandemia

Um trabalho coordenado por pesquisadores de diversos institutos da Fiocruz analisou a situação de pessoas responsáveis pelos cuidados de idosos na pandemia. Sintetizados no artigo O apoio às cuidadoras familiares de pessoas idosas no contexto da pandemia de covid-19a pesquisa atestou uma situação de ostracismo das pessoas que se dedicaram a cuidados físicos de idosos durante a crise sanitária, em especial mulheres. Dalia Romero, coordenadora do estudo e membro do Instituto de Comunicação e Informação em Ciências e Tecnologias em Saúde da Fiocruz, resumiu a situação das mulheres que já se dedicavam a tal trabalho antes da pandemia: “não tiveram suporte e lutavam com a piora da saúde física e mental, cuidando 24 horas, todos os dias na semana, situação semelhante à escravidão, mesmo considerando que esse trabalho seja feito com e por amor”, afirma. Dalia Romero também é parte do grupo de trabalho do governo federal criado em 2023 que tem a responsabilidade de elaborar a Política Nacional de Cuidados e do Plano Nacional de Cuidados.

Teoria sugere que inalação de químicos pode gerar Parkinson

Uma pesquisa publicada no Journal of Parkinson’s Disease apresenta uma nova teoria para o surgimento da doença neurológica que afeta movimentos e cognição humana. Segundo a pesquisa, a doença de Parkinson pode se iniciar a partir da inalação de produtos químicos fumigados no ar, mais especificamente os desengordurantes tricloroetileno (TCE) e percloroetileno (PCE), usados em lavagem a seco, e o herbicida paraquate – sendo os dois primeiros bastante comuns em estruturas militares e industriais. Poluentes também podem provocar efeito semelhante. Isso significaria uma mudança radical na compreensão das causas da doença, atribuídas ao simples envelhecimento das células do cérebro, mas até hoje pouco conhecidas. A pesquisa sugere ainda que a exposição ambiental a produtos químicos pode estar envolvida no desenvolvimento de outros distúrbios neurológicos, como autismo, esclerose lateral amiotrófica e Alzheimer.

A inação do governo Milei contra dengue

Nicolás Kreplak, secretário de saúde da província de Buenos Aires, fez duras críticas ao governo do presidente argentino Javier Milei em sua política de combate à dengue. Obcecado por cortes em tudo que considera desnecessário no Estado, o presidente da Argentina promove dezenas de milhares de demissões no serviço público. A capacidade de ação do governo ficou claramente diluída em relação ao verão anterior, quando a dengue já aparecia no país de forma relevante. Segundo Kreplak, o governo falhou ao não realizar vigilância sanitária em regiões onde sabidamente o mosquito se reproduz com maior facilidade. Também demitiu funcionários que atacam focos de dengue no território e abdicou de fazer campanhas educativas. Por enquanto, a Argentina contabiliza 180 mil casos e 129 mortes.

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