Lula põe a cara por Nísia e Saúde anuncia avanços

• Lula e Nísia promovem coletiva juntos; presidente se vacina ao vivo • Ministra analisa situação da dengue • Novos programas para enfrentar câncer e filas • SUS digital à vista • Nova fábrica da Hemobrás •

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A semana começou com um importante movimento político do governo federal para conter o assédio contra o ministério da Saúde e a figura de Nísia Trindade. Em entrevista coletiva transmitida na TV Brasil e youtube, Lula sentou-se ao lado de Nísia para uma apresentação de novas iniciativas do governo na ampliação da estrutura e pessoal da atenção primária à saúde, terreno principal do acesso aos serviços de saúde pelos brasileiros. Além disso, Nísia fez um retrospecto de ações do governo iniciadas em 2023 e mostrou dados a respeito do avanço de tais políticas públicas.

Ampliação das Equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal e Multiprofissionais (que ampliam o escopo de profissionais que podem atender na atenção primária), formação e contratação de agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, além de financiamento de obras do PAC ligadas ao setor foram elencadas pela ministra. Outro ponto importante da coletiva, que contou com todos os mais importantes secretários da pasta, foi a apresentação de avanços na saúde digital.

Para vencer as fake news sobre a dengue

Mote para o ataque de forças obscuras que vêm tentando desestabilizar Nísia, a dengue foi um dos temas principais da apresentação da ministra. Ela voltou a lembrar que as vacinas são importantes, mas ainda não existem em quantidade suficiente que permitam torná-la a principal ferramenta de combate à epidemia neste ano. Tal informação é óbvia para quem acompanha o tema, mas distorcida por uma extrema-direita que tenta engajar o público com mentiras, ao dar a entender que o governo teria grande número de doses, não oferecidas à população por desleixo.

Na última terça, a secretária de vigilância em Saude, Ethel Maciel, afirmou que a maior parte dos estados apresenta tendência de diminuição das infecções pelo aedes aegyipti. Nesse sentido, Nísia relembrou do investimento de R$ 1,5 bilhão e até Lula, nos poucos minutos em que falou, lembrou da responsabilidade de estados e principalmente municípios na atuação direta nos territórios no combate ao mosquito. Nesta terça, Ethel Maciel volta a falar à imprensa para atualizar o quadro da epidemia.

Filas reduzidas e avanço contra o câncer

Nísia ainda mencionou os investimentos do governo na redução da fila das cirurgias, o que já vem acontecendo. Em 2023, o país registrou cerca de 600 mil cirurgias a mais que o ano anterior. Nísia afirmou uma meta de 1 milhão de cirurgias suplementares por ano, de forma a diminuir o tempo de espera para cirurgias. Quanto ao câncer, apresentou o programa de Ofertas de Cuidado Integrado, que visa estreitar a relação entre o SUS e os pacientes, através de busca ativa e aumento da oferta de especialistas, o que significa um reforço no diagnóstico precoce da doença.

Digitalização do SUS

Nesse sentido, a digitalização do SUS tem um papel importante a cumprir. O governo visa investimentos de cerca de 500 milhões pelos municípios, a fim de refinar informações e integrar sistemas dos entes federados. Segundo o ministério, 1,2 mil municípios já estão integrados em núcleos de telessaúde. Além disso, o aplicativo Meu SUS Digital (novo nome do Conecte SUS) amplia a relação do sistema de saúde com os brasileiros e já foi baixado 50 milhões de vezes.

Lula entra em cena e se vacina ao vivo

Ao tomar a palavra, Lula tentou manter discrição e garantir que os holofotes se mantivessem sobre Nísia. Mas reivindicou as iniciativas do governo, como a criação de canais de whatsapp, tanto do ministério como o canal especificamente voltado aos agentes de saúde. Em referência à bronca que teria dado em Nísia em reunião ministerial, amplamente repercutida, fez questão de elogiar a personalidade de ministra, em resposta às especulações sobre seu suposto mal estar. Elogiou a retomada do Mais Médicos e o envio de profissionais de saúde aos municípios mais desassistidos do país. Antes de se retirar, tomou uma vacina de gripe na frente das câmeras e postou em suas redes sociais: “ninguém vai virar jacaré. As vacinas nos protegem de doenças. Vacinas salvam vidas. Viva o SUS e o Zé Gotinha”.

Hemobrás inaugura fábrica

Na quinta passada, Lula esteve em Pernambuco e inaugurou a fábrica de medicamentos derivados do sangue da Hemobrás. O complexo terá capacidade de produzir 1,2 bilhão de unidades do Hemo-8r, medicamento de fator 8 recombinante, usado para o tipo mais comum de hemofilia. Segundo o ministério da saúde, são cerca de 15 mil brasileiros que tratam desta doença no Brasil. O evento foi presenciado pela governadora do estado, Raquel Lyra. A fábrica deve empregar 2 mil pessoas.

Em iniciativa representativa da política de industrialização da saúde, a produção do hemo-8r se dá em parceria com o laboratório japonês Takeda, o mesmo que produz a vacina de dengue comprada pelo governo federal, que realizou a transferência de tecnologia à Hemobrás. Até 2026, o governo pretende investir R$ 3,2 bilhões na produção de hemoderivados. “Nosso objetivo, ao criar essa estratégia, é expandir a produção nacional de itens prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS), além de reduzir a dependência de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos estrangeiros da saúde”, disse Lula.

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