Cebes: toma posse a nova diretoria

• Nova diretoria do Cebes • Bilhões em caixa não gastos com Saúde • Os problemas enfrentados por clientes de planos de saúde • Saúde sexual de imigrantes venezuelanas • Pfizer compra outra farmacêutica • Chuvas em São Paulo e mudanças climáticas •

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O Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) realizou a cerimônia de posse da nova diretoria na manhã desta segunda-feira (13/3), com a presença virtual da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Carlos Fidelis, novo presidente do centro, destacou que os desafios para o novo governo serão muitos – entre eles os de reconstrução de políticas que deram certo sem deixar de criar ações novas e necessárias para problemas recentes. “Temos que recuperar a participação social, a transparência e fazer a recomposição do financiamento da Saúde”, afirmou. Em vídeo, Nísia Trindade parabenizou a renovação da diretoria como sinal de “continuidade de ações fundamentais” e ressaltou a importância do Centro para o fortalecimento da democracia para a Saúde. Hoje, a partir das 17h, Fidelis será o entrevistado do Pulso, novo programa em vídeo do Outra Saúde. Acompanhe no Youtube do site.

Estados e municípios acumulam bilhões em fundos de saúde

Reportagem da Folha analisa o dado de que estados e municípios acumulam caixa de mais de R$ 25 bilhões em repasses do governo federal ao Sistema Único de Saúde (SUS) – R$ 10,3 com os estados e R$ 14,7 com os municípios. O valor seria composto por verbas antes destinadas ao combate da covid-19 e outras originárias de emendas parlamentares, todas repassadas pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS). Os especialistas ouvidos pela reportagem reforçam que  a quantia não é alta – já que equivale a cerca de 3 meses de repasses do FNS. Mas o fato de estar parada nos cofres públicos é um sinal da dificuldade de gestão e execução da verba, que tem como propósito permitir o investimento em ações da rede pública de saúde. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) argumenta que é necessária uma maior participação administrativa por parte do ministério da Saúde: “um monitoramento efetivo para orientação aos entes subnacionais é fundamental”. 

Problemas com planos de saúde seguem no topo do ranking de atendimentos do Idec
Em 2022, problemas relacionados a planos de saúde continuaram no topo do ranking de reclamações e atendimentos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). As queixas de pacientes relacionadas a esse tipo de serviço ocuparam o pasto mais alto em 9 dos últimos 10 anos, segundo o próprio Instituto. Empresas de planos de saúde tiveram a maior porcentagem de reclamações entre os associados da Instituição desde 2018, com 27,9% do total. Serviços financeiros (21,2%), problemas com produtos (10,9%), demais serviços (10%), e Telecomunicações (9,4%) completam o topo do levantamento. Em reunião com a Agência Nacional de Saúde (ANS), na semana passada, o Idec cobrou ações contra os aumentos “abusivos” dos planos.

Fiocruz estuda saúde sexual de imigrantes venezuelanas

Insegurança alimentar, dificuldade em acessar serviços de saúde, violência e busca por trabalho são os principais motivos relatados por mulheres venezuelanas a pesquisadores da Fiocruz, sobre os motivos de terem cruzado a fronteira em direção ao Brasil. Segundo dados coletados pela Fundação, apenas 4 em cada 10 dessas mulheres que já estão no país usam algum método contraceptivo – entre as brasileiras, a média é de 80%. Além disso, 63% das migrantes com vida sexual ativa não utilizaram preservativo masculino nenhuma vez nos últimos 12 meses. As participantes da pesquisa afirmaram que suas necessidades vão além do acesso a preservativos, tratamento de infecções transmissíveis e atendimento pré-natal, visto que faltam informações gerais sobre planejamento familiar e prós e contras do uso dos diferentes contraceptivos disponíveis. 

Pfizer compra farmacêutica produtora de remédios contra o câncer

A Pfizer fechou um acordo de 43 bilhões de dólares para a compra da Seagen, laboratório especializado na fabricação de medicamentos contra diferentes tipos de tumores. Segundo a Reuters, a aquisição é uma estratégia da farmacêutica para manter seus lucros, visto que a previsão é de uma queda acentuada nas vendas de fármacos e vacinas contra a covid-19 – responsáveis, até o momento, por recordes de lucros da empresa. O novo acordo é o maior da Pfizer desde seu crescimento durante a pandemia e adicionará ao portfólio da empresa quatro terapias contra o câncer, aprovadas com vendas combinadas de quase 2 bilhões de dólares em 2022.

Chuvas em São Paulo são sintoma das mudanças climáticas

São Paulo vem registrando níveis de chuva acima do usual nos últimos dois meses, motivo de alagamentos, transbordamento de córregos, desabamentos de estruturas e uma morte na cidade até agora. Segundo um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), já estava prevista uma alternância de eventos extremos – diretamente ligados às mudanças climáticas. A maior metrópole da América Latina já vem testemunhando os sintomas que estão aparecendo no mundo todo, com maior gravidade em países subdesenvolvidos. “O clima, infelizmente, não se comporta mais como se comportava no século passado. Portanto, a gente está diante de uma nova situação, mas não dá ainda para dizer que esse é o novo normal, porque nós não sabemos efetivamente aonde isso vai e onde o novo equilíbrio vai se estabelecer​​”, explica Pedro Luiz Côrtes, titular do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP. 

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