EUA: planos de saúde usam IA para descartar tratamento a idosos

• Inteligência Artificial usada para negar tratamentos • Prioridades da Enfermagem no Brasil • Salto de casos de chicungunha • Vacinação contra HPV falha • Covid longa no SUS • Câncer de próstata, novas descobertas •

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Uma reportagem da revista médica Stat News investigou como as seguradoras norte-americanas, responsáveis pela administração e venda de planos de saúde, estão usando Inteligência Artificial (IA) para negar tratamentos aos pacientes idosos. Através do uso de algoritmos preditivos não regulamentados e utilizando a justificativa do rigor científico, essas empresas conseguem identificar o momento preciso em que podem cortar de forma plausível o pagamento do tratamento de um paciente mais velho. O método está desencadeando disputas entre médicos e seguradoras, muitas vezes atrasando o tratamento de pacientes gravemente enfermos que não estão cientes dos algoritmos nem são capazes de questionar seus cálculos. O resultado é que idosos que passaram a vida pagando o Medicare e agora enfrentam amputações, cânceres e outros diagnósticos difíceis devem pagar por seus próprios cuidados – ou não fazer tratamento. 

Entidades definem prioridade da Enfermagem no Brasil

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras importantes entidades brasileiras definiram, nesta segunda-feira (13/3), qual é o principal desafio da enfermagem no país. O desequilíbrio na composição das equipes,  a persistente assimetria na distribuição geográfica dos profissionais pelo país, o desajuste entre a oferta e a demanda desses trabalhadores no mercado de trabalho e, por fim, a insuficiência de evidências para o planejamento da força de trabalho da categoria foram os principais entraves encontrados. Para atingir o objetivo definido, as entidades concordaram que é necessário investir na governança e no planejamento da força de trabalho nacional, reforçar os sistemas de informação e promover espaços de diálogo.

Chicungunha: casos cresceram 110% só em 2023

O ministério da Saúde divulgou que o aumento de infecções por chikungunya foi de 110% até meados de fevereiro, mais do que o dobro quando comparado a números de 2022 no mesmo período. Os estados de Minas Gerais e Espírito Santo são os mais afetados, seguidos pelo Tocantins, Bahia, Mato Grosso do Sul e Sergipe. Assim como a dengue, que também vem apresentando o aumento de casos desde o segundo semestre de 2022, a chikungunya é transmitida pela picada do mosquito aedes aegypti infectado. Os principais sintomas são febre alta e dor nas articulações, especialmente nos pulsos e tornozelos. 

Brasil está longe da meta de vacinação contra o HPV

A vacinação contra o HPV (papilomavírus humano), disponível na rede pública e privada, ficou abaixo da meta prevista de 80% no ano passado. Segundo dados compilados pela Folha, a primeira e a segunda dose tiveram adesão de 75,91% e 57,44% entre as meninas e de 52,26% e 36,59% entre os meninos, respectivamente. No SUS, as doses são oferecidas para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos e para pessoas de 9 a 45 anos que vivem com HIV/aids, são transplantadas ou pacientes oncológicos. A baixa adesão preocupa profissionais, visto que a infecção pelo vírus está diretamente relacionada ao desenvolvimento do câncer de colo de útero, pênis, vulva, anus e orofaringe. Especialistas apontam que a taxa abaixo do previsto tem relação com dúvidas de pais, aspectos religiosos, a dificuldade de comparecimento a postos de saúde e as notícias falsas. 

Pacientes com covid longa não conseguem tratamento no SUS

Uma reportagem da Pública revela que muitos pacientes com sequelas da doença ainda não conseguiram tratamento através do Sistema Único de Saúde (SUS), devido às filas. Cerca de ⅓ das pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus podem estar enfrentando a chamada “covid longa”, muitas sem saber, de acordo com estudo conduzido pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) e citado pela matéria. A condição é de difícil diagnóstico e os sintomas podem ser neurológicos, respiratórios e gastrointestinais prolongados. Segundo especialistas, as sequelas são mais comuns em pessoas que contraíram as primeiras cepas da doença, quando ainda não havia vacina disponível. Apesar dos vários casos, a medicina ainda não sabe explicar o motivo da covid-19 causar sequelas. 

Estudo descobre que nem sempre é necessário operar câncer de próstata

Um estudo realizado no Reino Unido e publicado no New England Journal of Medicine comparou três abordagens no tratamento do câncer de próstata localizado: cirurgia para remover tumores, radioterapia e monitoramento ativo. A pesquisa acompanhou mais de 1,6 mil homens e descobriu que a monitorização ativa é uma alternativa segura à cirurgia ou radioterapia imediatas, sem diferença significativa na mortalidade por câncer de próstata em 15 anos entre os três grupos. Isso porque a maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente, sendo necessários vários anos para analisar os resultados da doença. Segundo o estudo, homens diagnosticados com câncer de próstata localizado devem considerar cuidadosamente os possíveis benefícios e danos causados pelas opções de tratamento, enquanto a pequena parcela de homens com doença de alto risco deve fazer tratamentos mais urgentes. 

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