Passam da validade 39 milhões de vacinas contra a covid-19

• Efeito Bolsonaro: expiram 39 milhões de vacinas de covid • Mulheres negras e paradas cardíacas no parto • Depressão em adolescentes • Homenagem a vítimas de covid • Últimos dias de sofrimento para idosos • Químico relacionado à doença de Parkinson •

.

O ministério da Saúde perdeu pelo menos 38,9 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, avaliadas em R$ 2 bilhões. A pasta afirma que a gestão anterior, do então governo de Jair Bolsonaro, foi responsável pelo acúmulo de doses e que está sendo estudada a possibilidade de doar imunizantes a outros países futuramente, como forma de evitar o desperdício. À Folha, Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, afirmou que a gestão Bolsonaro não compartilhou dados sobre os estoques de vacina com a equipe de Lula no período de transição de governo. “Se não fosse o negacionismo, essas doses não estariam nos estoques. Se tivesse acontecido um esforço, como estamos fazendo agora, com campanhas educativas, alinhamento com gestores municipais e estaduais, essas vacinas não teriam vencido”, acrescentou a secretária.

Mulheres negras sofrem mais com paradas cardíacas no parto, aponta estudo

Uma pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos concluiu que apesar da parada cardíaca durante o trabalho de parto ser uma ocorrência rara, é mais comum em mulheres negras do que em parturientes de outras etnias. Os dados do estudo levantaram que, enquanto a taxa geral é de 13,4 a cada 100 mil mulheres, entre as mulheres negras a frequência sobe para 25,5 por 100 mil. Os cientistas afirmaram ainda que o quadro está ligado ao acesso precarizado aos serviços de saúde por essa parte da população. No Brasil, um levantamento de 2017 da Fundação Oswaldo Cruz mostrou que mulheres negras são mais propensas a sofrer violências obstétricas. 

Depressão em adolescentes torna-se mais frequente
Estimativas recentes da Unicef apontam que quase 16 milhões de jovens entre 10 e 19 anos têm algum transtorno mental – o equivalente a 15% das pessoas dessa faixa etária. Não só os casos de depressão foram contabilizados como mais frequentes, como as taxas de suícidio também aumentaram nos últimos anos para essa população: mais de 10 adolescentes tiram a própria vida diariamente na América Latina, que leva o suícidio ao terceiro lugar como principal causa de mortes na faixa etária de 15 a 19 anos. Especialista ouvida pela BBC Brasil aponta que o fenômeno é multicausal, mas que as redes sociais têm um papel importante na configuração desse cenário. 

Documentário exibido no Senado homenageia vítimas da covid
Eles Poderiam Estar Vivos é um documentário independente, dirigido e produzido pelos irmãos Gabriel e Lucas Mesquita, que traz depoimentos de pessoas que perderam familiares e amigos durante a pandemia da covid-19. O filme conta também com entrevistas de profissionais da saúde, que relatam o desespero vivido dentro dos hospitais e que questionam as condutas do governo Bolsonaro durante a crise que vitimou 700 mil brasileiros. O longa-metragem foi exibido no Senado na semana passada como homenagem aos que se foram durante a pandemia. 

Cuidados médicos agressivos permanecem comuns no fim da vida

A maioria dos pacientes idosos com câncer receberam cuidados invasivos no último mês de suas vidas mesmo contra a sua vontade, segundo um novo estudo da JAMA Network Open. Segundo explica uma reportagem do New York Times, estudos mostram repetidamente que a maioria dos pacientes deseja morrer em casa – mas, apesar disso, quase 40% dos residentes das casas de repouso morrem em hospitais. Especialistas explicam que, no caso de doenças de difícil tratamento em pessoas idosas – como é o caso, por exemplo, de cânceres em estágio de metástase – tratamentos agressivos apenas levam pacientes a sentir mais dor e viver seus últimos dias com menos qualidade de vida. Além disso, as famílias acabam por vivenciar momentos traumáticos. 

Solvente usado na limpeza pode estar associado a Parkinson

Uma pesquisa internacional publicada no Journal of Parkinson’s Disease aponta que o tricloroetileno químico pode aumentar em até 500% a chance de desenvolver a doença de Parkinson. O produto é amplamente utilizado pelas indústrias de consumo, militares e médicas, como para remover tinta, limpar motores, anestesiar pacientes, desengordurar metais e descafeinar café. Apesar do estudo trazer novos dados e evidências, a desconfiança de uma possível ligação entre o TCE e Parkinson foi sugerida pela primeira vez há 50 anos; em estudos com animais efetuados nos últimos anos, o TCE causou perda seletiva de células nervosas produtoras de dopamina – característica da doença degenerativa.

Leia Também: