As vacinas no Brasil
Fiocruz promete vacinas para fevereiro e Butantan deve apresentar hoje os dados da CoronaVac: panorama brasileiro melhora, mas ainda estamos atrasados em relação à própria América Latina
Publicado 23/12/2020 às 09:39 - Atualizado 23/12/2020 às 09:57
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A Fiocruz tem data para começar a entregar as vacinas de Oxford/AstraZeneca ao Ministério da Saúde: 8 de fevereiro. A informação foi dada pela presidente da instituição, Nísia Trindade, em audiência da comissão externa da Câmara que acompanha as ações contra a covid-19. De acordo com ela, até o dia 19 serão entregues dois milhões de doses e, a partir daí, 700 mil doses diariamente.
Eduardo Pazuello, que cada hora anuncia uma diferente data provável para o início da vacinação, disse ontem que os primeiros brasileiros devem ser imunizados ainda no fim de janeiro – mas não disse com qual vacina. Como a da AstraZeneca não estaria disponível, restam, entre as opções aventadas pelo governo hoje, a CoronaVac e a da Pfizer/BioNTech. Caso o acordo para a compra desta última seja enfim destravado, haverá oito milhões de doses no primeiro semestre de 2021.
Quanto à CoronaVac, o Ministério da Saúde decidiu negociar com o Instituto Butantan uma expansão do contrato de compra de doses: em vez de 46 milhões, seriam 100 milhões ao longo do primeiro semestre. Hoje devem ser divulgados os resultados de segurança e eficácia dessa vacina, com base nos dados da fase 3 dos ensaios. A Anvisa criou uma comissão para agilizar a aprovação e tem reunião com o Butantan hoje, às 16h.
Importante: o contrato do governo federal para a compra de 330 milhões de seringas ainda não foi feito. Um pregão eletrônico está aberto até o dia 29 de dezembro – mas, a previsão de chegada do material é só para fevereiro.
O Conselho Nacional de Saúde publicou ontem uma recomendação para que o plano nacional de imunização seja ampliado. O texto indica que mais gente seja incluída nos grupos prioritários (como a população indígena não aldeada e as pessoas inseridas em comunidades terapêuticas) e que se vacine a população inteira em 2021. Pelo cronograma do governo federal, levará 16 meses até isso acontecer.
Enquanto isso…
O México deve se tornar o primeiro país da América Latina a iniciar uma campanha de imunização contra a covid-19. O país, que comprou a vacina da Pfizer, planeja começar a aplicar doses amanhã. Chile, que também tem contrato com a Pfizer, e Argentina, que apostou na Sputnik V, programam o início das suas campanhas para a semana que vem. Em todos os casos, porém, esse começo de vacinação acontecerá com poucas doses. Na Argentina, por exemplo, são 300 mil.