As vacinas chinesas
Ministério da Saúde sai pela tangente diante da pressão pela inclusão da CoronaVac no plano nacional de imunização. Enquanto isso, outra vacina chinesa avança uma casa nos testes
Publicado 16/10/2020 às 08:54
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Depois da pressão feita por gestores estaduais, o Ministério da Saúde teve que esclarecer critérios de escolha de quais vacinas pretende oferecer à população. Ontem, o secretário executivo da pasta, Élcio Franco, afirmou que o governo federal “não descarta nenhuma possibilidade” e “tem foco” nas candidatas que estão na terceira fase dos testes. É o caso da CoronaVac, a vacina chinesa feita em parceria com o Instituto Butantan, cuja ausência no cronograma do ministério disparou a reação dos secretários estaduais.
Ontem, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que a fase 3 dos testes no Brasil termina no fim de semana e que o Butantan envia já na segunda os resultados à Anvisa. Na coletiva, ele disse que tem reunião marcada com Eduardo Pazuello na próxima quarta-feira, e que levará a tiracolo parlamentares na esperança de solucionar o impasse.
Aliás, outra fabricante chinesa publicou resultados. A estatal Sinopharm divulgou na Lancet as fases 1 e 2 de seus testes clínicos. De acordo com o estudo, a vacina foi capaz de gerar anticorpos neutralizantes, inclusive em pessoas com mais de 60 anos – embora, neste caso, a resposta tenha levado duas semanas a mais para ser detectada. Nas Américas, a Argentina participará da fase 3. Por aqui, não há pedido de registro ou pesquisa dessa vacina na Anvisa.