O dinheiro na cueca do vice-líder do governo no Senado

Após ser flagrado com R$ 30 mil, Chico Rodrigues (DEM-RR) disse “estar tranquilo” com o episódio. Em vídeo antigo, Jair Bolsonaro diz ter “quase união estável” com o senador

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Uma semana depois de Jair Bolsonaro ter declarado que “não tem mais corrupção no governo”, a Polícia Federal apreendeu R$ 30 mil na cueca do vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR). A cena inusitada aconteceu no âmbito da Operação Desvid-19, que tem participação da Controladoria Geral da União (CGU) e investiga desvio dos recursos de emendas parlamentares destinadas a Roraima para o enfrentamento da pandemia. Num total de R$ 20 milhões enviados à secretaria estadual de saúde, suspeita-se que R$ 1 milhão tenha sido embolsado por meio do direcionamento de licitações. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão no estado.

Segundo os repórteres Breno Pires e Jussara Soares, ao todo, os valores descobertos na casa do senador chegariam a R$ 100 mil. Ele nega qualquer irregularidade e, em nota, disse “estar tranquilo” com o episódio.

Além de vice-líder do governo, Rodrigues tem um laço de proximidade com a família Bolsonaro: Léo Índio, primo dos três filhos mais velhos do presidente, é seu assessor parlamentar. Ontem, começou a circular na internet um vídeo em que Bolsonaro usa sua metáfora preferida e afirma que tem “quase união estável” com o senador.

O presidente voltou ao tema corrupção em sua conversa com apoiadores ontem. “Se acontecer alguma coisa, a gente bota para correr, dá uma voadora no pescoço dele”, disse. Auxiliares palacianos afirmaram à imprensa que Rodrigues deve deixar a vice-liderança. Nas suas palavras, ou o senador “pede para sair ou será saído”, apurou Bela Megale.

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