As ameaças do Ministério da Saúde

Pasta ameaça funcionários, que vivem clima de tensão. secretária quer interferir nas eleições da Fiocruz

Foto: Najara Araújo / Câmara dos Deputados
.

Este texto faz parte da nossa newsletter do dia 18 de junho. Leia a edição inteira.
Para receber a news toda manhã em seu e-mail, de graça, clique aqui.

O Ministério da Saúde ameaçou ontem usar a Lei de Segurança Nacional contra funcionários que divulgarem qualquer informação sobre o gabinete do ministro interino, general Eduardo Pazuello. No Globo, trabalhadores relatam “clima de tensão e desconfiança”, principalmente depois da militarização da pasta. De acordo com fontes ouvidas, “o ambiente está pesado a ponto de servidores temerem que seus celulares estejam grampeados“, e, nas reuniões, técnicos são contestados “com respostas baseadas em senso comum e opinião, e não em dados técnicos”. Nada mais previsível.

E o grupo que comanda o Ministério quer interferir diretamente na direção da Fiocruz, segundo a piauí. “Tudo deles envolve LGBTI. Eles têm um pênis na porta da Fiocruz, todos os tapetes das portas são a figura do Che Guevara, as salas são figurinhas do Lula Livre, Marielle vive”, diz um áudio de Mayra Pinheiro – a secretária de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde –, gravado no ano passado e que começou a circular entre gestores em maio. As ‘denúncias’ da secretária obviamente não têm lastro na realidade, mas são os motivos que ela usa para justificar uma intervenção nas eleições para a presidência da autarquia, que acontece ainda em 2020. “O que a gente tem de começar a fazer é acabar com essa influência do Conselho Nacional da Saúde, que vaia o presidente, vaia deputado, vaia todo mundo que é contra as medidas de esquerda, e tirar da Fiocruz o poder de direcionar a saúde no Brasil“.

Em tempo: o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu levantar o número de militares (da ativa e da reserva) que ocupam cargos civis no governo, comparando-o com o de três anos atrás.

Leia Também: