PÍLULAS | Mortalidade materna quase dobra em 2021

• Mortalidade materna dispara • Varíola dos macacos foca em genitais • Covid: o que fazer? • SP demite em massa na Saúde • Tabaco prejudica seus agricultores • Amazônia possuía cidades •

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Mortalidade materna quase dobra em 2021

Durante a fase mais aguda da pandemia, a mortalidade entre mulheres grávidas foi 2,5 vezes maior do que entre a população geral. A taxa, que girava em torno de 60 mortos por 100 mil, chegou a 107 óbitos por 100 mil em 2021. Para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU, até 2030 o Brasil precisa voltar a uma taxa menor do que 70 mortos por 100 mil habitantes. O ministério da Saúde estima que 92% dessas mortes são evitáveis. Paralelamente, o SUS apresenta iniciativas promissoras como o Projeto de Redução de Mortalidade Materna, que conseguiu diminuir a taxa em 37% nos 19 hospitais já implantados. Agora, seu desafio é ganhar escala para influenciar a rede nacional.

Feridas da varíola dos macacos se concentram nos genitais

Em 2022, já são 1.400 casos de varíola dos macacos em sete países africanos: Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Libéria, Nigéria, República do Congo e Serra Leoa. No Brasil há três suspeitas sendo investigadas: no Ceará, em Porto Alegre e em Santa Catarina. Há algo que parece ser novo no atual surto, as erupções na pele começam e se concentram na região genital. Nos surtos anteriores as feridas se concentravam mais frequentemente no rosto, nas solas dos pés e palmas das mãos. A varíola dos macacos é transmitida por contato próximo e neste surto parece estar mais associada ao contato sexual. Nenhuma morte foi registrada. Por enquanto, tivemos apenas casos leves da doença.

Covid: O que fazer neste estágio da pandemia?

Em sua coluna na Folha, Claudio Maierovitch, médico sanitarista e vice-presidente da Abrasco, analisa o ponto em que estamos na crise sanitária: “Embora os casos e óbitos diários no Brasil tenham caído muito desde o início de 2022 e seja improvável uma explosão semelhante às outras, a situação é de intranquilidade”. Indica cinco ações possíveis: reforçar campanha de vacinação, que está estagnada; retomar o uso de máscaras em lugares fechados; testar em massa e ofertar exames gratuitos para que todos possam saber se estão doentes; rastrear contatos – método que seria bastante eficaz nesse estágio da pandemia; e organizar a vigilância laboratorial, para monitorar os caminhos que o vírus toma.

Prefeitura de SP descumpre promessa e demite em massa na Saúde

A prefeitura de São Paulo não cumpriu o que prometeu quando demitiu mais de 500 trabalhadores da saúde que foram contratados emergencialmente durante a pandemia de covid. De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, as demissões ocorreram sobretudo em bairros distantes do centro: 300 pessoas mandadas embora repentinamente no Hospital Pirituba e mais de 150 no Hospital Municipal da Brasilândia. A prefeitura declarou algumas vezes que, passado o pico de infecção, incorporaria esses profissionais. A promessa, porém, foi quebrada sem qualquer contraproposta. Pirituba e Brasilândia, bairros que absorveram demanda durante a fase crítica da pandemia, foram novamente negligenciados pela secretaria de Saúde.

Tabaco ameaça saúde de seus agricultores

Não apenas as pessoas que fumam são agredidas pelo consumo de tabaco: sua cultura também afeta o meio ambiente e os próprios agricultores. Essa é a perspectiva adotada pela campanha Tabaco: uma ameaça ao ambiente e à saúde das pessoas, lançada pela Fundação Oswaldo Cruz ontem (31/5), Dia Mundial sem Tabaco. O desmatamento está no cerne da produção: a OMS estima que cerca de 200 mil hectares de floresta são derrubados todos os anos para seu plantio. O tabaco ameaça a saúde de seus trabalhadores. A fumicultura é a campeã de intoxicação por agrotóxicos. Além disso, seus agricultores estão expostos à doença da folha verde, causada pela absorção da nicotina na pele dos trabalhadores – e largamente subnotificada. 

Amazônia abrigava cidades complexas há 1.500 anos
Povos amazônicos construíram assentamentos urbanos complexos há quinze séculos, afirmam cientistas. Utilizando tecnologia de sensoriamento remoto, pesquisadores mapearam a Bacia Amazônica, onde descobriram indícios de centros densamente povoados, com pirâmides de 22 metros de altura e quilômetros de estradas ao redor. Algumas cidades tinham mais de 100 hectares de área. Os pesquisadores envolvidos apontam que essa é a primeira evidência clara de sociedades urbanas na região da Bacia – ao contrário do que se pensava até o século XX. Ainda não se sabe o que causou o fim dessas sociedades – os assentamentos foram abandonados cerca de 900 anos atrás, quase 400 anos antes das invasões europeias.

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