Terceira Manifestação Fora Bolsonaro em São Paulo

No dia 3 de julho de 2021, o 3o contra Bolsonaro… Contradições e dilemas explodem na avenida.

Imagem: Alice Vergueiro

Caminhei para a avenida Paulista às 13h30 para o ato contra o governo. É o terceiro ato de uma sucessão que busca reunir as forças de oposição e redescobrir as ruas, de onde o campo progressista esteve afastado pela pandemia. Entregadores de aplicativo, movimento negro, torcidas de futebol e indígenas foram quase os únicos movimentos que saíram às ruas nestes dois anos de pandemia. Hoje está em jogo a aposta no crescimento das manifestações para poder pressionar as instituições – essencialmente convencer o presidente da Câmara, Arthur Lira, de que deve abandonar o governo e pautar o impeachment. Para os partidos, serve para ir alinhando o processo eleitoral de 2022.

O ato fora marcado para uma outra data futura, mas foi antecipada por causa das revelações recentes da CPI, onde a corrupção apareceu no centro do governo. Este poderia ter sido o movimento externo que dispararia grande afluxo às ruas.

Imagem: Gavin Adams

Como sabemos hoje, ainda não foi o caso, mas interessantes contradições explodiram no asfalto, relacionados aos dilemas do campo progressista: apostar no processo institucional, abraçando forças “ao centro” e de direita, ou então apostar na rebelião e levante popular. Os partidos temem perder controle das mobilizações e sempre citam 2013 como exemplo desfavorável de perda de foco. Todas as alternativas são ruins e envolvem reposicionamentos difíceis. Como coloca R, há intensa polarização mas curiosamente não há unidade na oposição. Há evidente insatisfação geral com o governo, mas ninguém conseguiu ainda organizar esse sentimento.

Como o cenário muda rapidamente, todos têm medo de repente se ver no tabuleiro com o aliado errado no lugar errado, então estamos numa mistura de paralisia e espera.

Percorri a pé toda avenida Paulista desde o Paraíso e vi as preparações para o ato: as juventudes dos partidos nas calçadas, fazendo faixas, passando mastros em bandeiras e fazendo sua presença. Os dias têm sido gelados na cidade, mas o sol amenizava a temperatura.

Imagem: Gavin Adams
Imagem: Gavin Adams

Notei que os vendedores de faixas e bandeiras tinham selecionado 4 pautas: tinha Lula 2022, tinha bandeiras LGBTQ+, tinha Fora Bolsonaro (com faixa verdeamarelo e faixa vermelha sublinhando). Além disso, vi um pano com imagem inédita nas ruas, que era uma nota de um dólar com os dizeres “Sua vida vale um dólar”. É uma mensagem forte que ficou bem na faixa, resumindo bem o escândalo da propina na vacina.

Encontrei C, que preparava o pequeno carro de som do Arrastão dos Blocos (a dita pipoqueira). Nos cumprimentamos.

Imagem: F
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Encontrei R na Praça do Ciclista e já havia uma movimentação lá, agora 14h. Os 100 ciclistas tomaram o asfalto e saíram pela avenida gritando palavras de ordem, enquanto pessoas faziam seus cartazes ou conversavam em rodas. Vi o cartaz “Bolsonaro não vale 1 papel higiênico usado”. O POR 4 se reunia lá, desfraldando suas bandeiras.

Ao meu lado conversavam duas moças muito jovens, mas que revelavam excelente análise da conjuntura institucional. Uma delas dizia que “o Girão e outros deputados governistas da CPI não são bolsonaristas, na real. Eles são vendidos, então enquanto tiver dinheiro eles vão atuarn e nada vai avançar”. Achei boa a análise. Uma delas comentou de uma frase que está sendo veiculada por um podcast (o Medo e Delírio em Brasília): “malditos milicos”.

A atuação das Forças Armadas no governo foram pautadas por algumas pessoas e organizações, mas no geral o debate institucional não fala muito deste fato crucial – prevalece o mito de que há cisão entre o presidente e os generais.

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Vi um homem com uma camisa da CBF Lula Livre. Vi os carros de som chegarem para se posicionar ao longo da avenida. Havia mais de um carro de som, o que é bom – mais vozes aparecem, evita muita briga pelo microfone. Mas, ao longo da manifestação, lamentei que as falas foram todas ainda no velho estilo gritado. O tom fica agressivo e, honestamente, é muito clichê. De alguma forma, parece que quem fala são os candidatos internos das instâncias partidárias, e as falas apenas repetem posições tomadas em reuniões faccionais.

Dito isso, um dos carros de som era do “Canal do Filósofo”, que é o Paulo Ghirardelli. Não o conheço, mas parece que tem polêmica a seu redor.

Não fiquei perto do carro principal, e perdi todas as falas: do Haddad, Boulos, Gleisi etc. Recentemente se temcobrado muito do Lula um posicionamento de apoio explícito às manifestações, e mesmo de sua presença. Mas, como todas as jogadas políticas atuais, todo posicionamento gera reclamação por seu oposto. Dá para ver, também, que já tem campanha digital anti-Lula.

Imagem: Gavin Adams
Imagem: Gavin Adams
Imagem: Gavin Adams

Seguimos em direção ao Paraíso, e logo na esquina da rua Augusta, em frente ao Conjunto Nacional, estava o PSDB. Eram umas 50 pessoas, com bandeiras da campanha de Bruno Covas e outras LGBTQ+. Deu para notar que o PSDB quis gerar um gesto claro de presença, mas teve o cuidado de mandar sua juventude LGBTQ+ de modo a diminuir a fricção com outras forças no asfalto. E também parece que o partido elegeu a pauta identitária para se “modernizar”, tentando fazer subir a terceira via. O recente lançamento nacional do governador do Rio Grande do Sul como a face jovem de uma nova geração de políticos.

Notei que havia muitos jovens secundaristas da UMES (União Municipal dos Estudantes) com eles. Acho que o PSDB deve ter ganho o controle dessa instituição.

Mas as contradições explodiram mesmo assim. Conversei com um moço pessedibista, líder da “Diversidade Tucana”. Suas posições eram bem de “olhar para o futuro” e de não achar culpados, pois todo mundo teria gerado o Bolsonaro – e hoje “o cenário está muito FlaxFlu”. “Democracia é pra todos, e a representatividade da rua é direito de todos (…). O PSDB estava lá contra desmandos dos governos do PT”. Perguntei o que tinha feito ele sair na rua e ele citou a perda de direitos e tal, mas a corrupção da vacina foi o que fez a diferença.

Insistiu, como outros pessedebistas que já ouvi, que “sou socialdemocracia, de centro”. Lembrei-o do Bolsodoria, que o liberalismo propiciou o fascismo, e que o governador Doria não foi expulso do partido – nem o Aécio.

Achei que ele foi genérico e escorregadio, muito na pauta do futuro, olhar pra frente etc – mas eles não vão fazer a tal auto-crítica. Rolou que horas depois eles foram confrontados e expulsos da rua. S me contou que eles teriam insistido, quando a passeata ia sair, em ficar na frente do ato, que é um lugar de alta visibilidade e por isso muito disputado. O PCO teria chegado para impedir e houve confronto físico. Notei depois que a UMES saiu com a faixona verdeamarela que os tucanos tinham trazido, mas os militantes tucanos não estavam lá para a passeata.

Não sei qual será a avaliação interna do PSDB a respeito do dia de hoje. No próprio ato, havia quem se indignasse com a presença deles e reclamasse, mas a direção da manifestação defendeu a presença tucana na rua.

Imagem: F
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Seguindo pela avenida chegamos à esquina do MASP com a rua Peixoto Gomide, onde estavam as torcidas organizadas do Palmeiras, o Porcomunas e o Sinistra Critica Palestrina.

Eram umas 15h30 e estava cheinho, mas não muito. Senti muito a falta de cartazes à mão. Era lindo ver os jovens e seus estandartes, mas a mensagem impressa predominava, e nessa hora temi que a manifestação fosse um fracasso. Rolou que de repente encheu, e a partir das 16h começaram a chegar os não-militantes com seus cartazes manuscritos. Vi inclusive um raro exemplo do cartaz Top Roots, que é a mensagem escrita com bic azul em uma tampa de isopor. Isso sim é capilar e orgânico!

Alguns exemplos: “Acabou Sonaro”, “Sapatão não combina com ele não”, “Brasil na UTI”, “Fora Perversos”, “Travas contra Bolsonaro”, “A fome voltou”.

Imagem: Gavin Adams
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Encontramos as mulheres do Linhas de Sampa, que são bordadeiros e bordadeiras que fazem panfletos em forma de pano bordado. Conversamos um pouco com elas.

Passei perto de um pequeno carro de som de sindicato, que irradiava a interpretação de Elis Regina do clássico “O bêbado e a equilibrista”. Me fez lembrar que desde o Fora Temer essa MPB dos anos 1970 tem diminuído sua presença, aos poucos. É bem a trilha sonora de minha geração e gosto de ouvir, mas é meio tiozão demais para as lutas atuais.

Voltando em sentido da avenida Consolação, passei pelo Arrastão dos Blocos, o que me deu grande alegria. Encontrei M e conversamos.

Imagem: Alice Vergueiro

Dava para notar que o espectro político de esquerda era grande: agentes da saúde, torcidas organizadas, sindicatos, partidos, Bloco Combativo (autonomista), coletivos marxistas, coletivos dos movimentos negros, ambientalistas, indígenas, vários coletivos feministas incluindo a Bancada Feminista…

Pode ser que a quantidade de bandeiras do Brasil tenha aumentado, foi essa minha impressão. Talvez também os “isentões” e “arrependidos” tenham afluído em maior número. É muito raro alguém assumir na rua que é eleitor de Bolsonaro arrependido, mas tem um certo perfil que sugere tal filiação: bandeira do Brasil aos ombros, um cartaz manuscrito com mensagem genérica ou moralista – e um levíssimo desconforto de estar imerso em falas caricaturalmente da ‘esquerda raivosa’ vindo dos caros de som.

Voltei para a frente do Instituto Moreira Salles, perto da Consolação. Lá estava um coletivo indígena, com suas danças e música. O hit das mobilizações indígenas é uma cançoneta que ouvi bastante hoje:

Imagem: Alice Vergueiro
Imagem: Alice Vergueiro
Imagem: Alice Vergueiro

“Bahia, terra de coco e azeite de dendê. A água do coco é doce, eu também quero beber. Vamos cantar, dançar o catimbó, pra trazer o Bolsonaro amarrado no cipó… “

Vi que a Fanfarra também estava lá na manifestação, com seus metais e percussão, e caminhou até o fim com o povo. Lá pelas 18h a passeata saiu. Foi uma saída meio demorada, e na frente estava um coletivo indígenas, seguido de um faixão com bandeiras da UNEAFRO.

Notei o cartaz “Capitalismo não se reforma, se destrói”, “Floresta de pé, fascistas no chão”, “A esperança é uma forma de luta”.

Imagem: Alice Vergueiro
Imagem: Alice Vergueiro
Imagem: Alice Vergueiro

A descida até a praça Roosevelt foi muito lenta, e a atuação da PM – até agora mais distante e não agressiva – mudou de caráter. O contingente aparente era a combinação usual de PMs mais genéricos, de jaleco verde mais a força de choque, hoje representado pela Força Tática. Os jalecos ladeiam as passeatas em fila, ao lado do povo. quando podem, com o MPL, por exemplo, eles ‘envelopam’ pelos dois lados e encurralam o movimento.

Mas hoje os jalecos verdes estavam distribuídos em grupos de 5, ao longo da avenida. Os grupos estavam espaçados a cada 50 metros, o que nunca tinha visto. Em certos pontos da Consolação, a Força Tática estava postada, com escudeiros e atiradores, mais um monte de viaturas.

Além disso, duas viaturas estavam à frente do ato, mas muito encostado na faixa de abertura, segurando povo e lançando gás de escapamento na galera. É normal que viaturas ou motocicletas abram o caminho, mas ficam muito mais longe. Hoje até tinha essa coluna de abertura, mas a uns 100 metros adiante. As duas viaturas em questão iam muito devagar, paravam sem motivo. Por vezes saíam dos veículos, encaravam a multidão, faziam hora. Clara provocação.

Imagem: Gavin Adams

Não havia ditos mediadores da PM presentes, mas havia negociação. O PM insistia que estavam segurando o ato porque queriam compactar o povo e “evitar buracos”, que eram identificados pelo helicóptero da polícia. Perguntei a ele como isso era um problema do movimento, e ele retrucou que o contingente policial era pequeno e estava espalhado, e que portanto era preciso que a passeata ficasse compacta.

Essa gerência militarizada do fluxo público tem acontecido a vários anos. É a PM e não a CET (Engenharia do Tráfego) que organiza a cidade quando tem ato, e hoje um imperativo estritamente logístico da PM virou uma imposição maliciosa ao movimento.

Vi que tinha um bom número de advogados da OAB participando das negociações e monitorando a situação. Faz uns dois anos que eles tem vindo atuar em manifestações. Falei com eles e concordaram que era provocação aberta da polícia. Estávamos à altura do cemitério da Consolação, que tem extenso muro ao longo de um quarteirão sem saídas – um lugar favorito de emboscar manifestante. Perguntei se a PM tinha se posicionado para uma emboscada mais adiante e avaliaram que não. Passando depois pela rua Sergipe, à esquerda, havia forte mas pouco exagerada presença de tropas de choque.

Imagem: Gavin Adams

A questão toda da polícia é muito delicada. Essa tática nova de hoje me deixou apreensivo, o Brasil é um enorme laboratório de repressão e controle. Existe uma Internacional da Segurança. o governo Alckmin comprou dois caveirões de Israel, que mantém o laboratório-mestre da repressão que é a Faixa de Gaza.

Além disso, muito se discute sobre a ascendência que Bolsonaro tem sobre as PMS estaduais. O espírito de corpo das polícias é bem conhecido, e os governadores frequentemente não têm controle sobre elas. Se de fato há um comando central no Planalto dando ordens à PM de São Paulo não sei, mas nem seria o caso de ordem direta. Basta o “excludente de ilicitude” informal que o presidente lhes dá, fora a impunidade histórica. De qualquer forma, Bolsonaro liberou 100 milhões para empréstimos a policiais para a compra da casa própria.

Eram 19h20 quando o povo foi descendo e parou em frente à escola em cuja fachada tem uma imagem em azulejos do José de Anchieta catequizando crianças indígenas. O coletivo indígena parou e ficou dançando em roda na frente, cantando. Alguém iluminava o jesuíta com luzes coloridas, e ainda havia nos azulejos duas manchas vermelhas feitas à paintball. Dava para ouvir o Arrastão dos Blocos, que estava um pouco para trás. Muita gente dançando, com os indígenas e como Arrastão, mais a Fanfarra, inclusive ao som do “Bolsonaro amarrado no cipó” e da “Internacional”.

As projeções móveis da bolinha de luz estava presente, com várias mensagens de protesto percorrendo fachadas e muros da cidade.

A via da avenida que sobe foi liberada e o povo que vinha atrás escorreu pelo lado e tomamos os dois lados.

Encontrei R e nos saudamos. Vi E e R.

Imagem: Gavin Adams
Imagem: Gavin Adams

Vi os cartazes “Ecocídio é fascismo. Demarcação já”, “Grito a plenos pulmões: até quando?” e a faixa “Fale conosco, e não sobre nós”.

Estava na frente da passeata que ia chegando à praça Roosevelt. Eram umas 20h e o pessoal já se dispersava. Achei muito difícil avaliar a quantidade de manifestantes, mas o número daqueles que chegaram até a praça Roosevelt não era muito numeroso: chutei uns 30 mil na passeata.

Quando passamos pela esquina da rua Maria Antonia, vi as projeções na empena do prédio ao lado do posto de gasolina, grandes e contra Bolsonaro.

Depois de checar a praça Roosevelt subi novamente até a Maria Antonia, onde umas mil pessoas estavam dispersando ou paradas. Um grupo começou a quebrar os pontos de ônibus, que são de vidro. Li depois que a concessionária de carros da avenida foi atacada também, além de um outro confronto com os seguranças da estação Higienópolis-Mackenzie do metrô.

A polícia foi relativamente comedida e não agrediu indiscriminadamente como normalmente faz. Houve violência policial e duas prisões. Ela se posicionou mas ficou mais retirada, inclusive quando uma agência do Santander foi atacada também.

Depois, nas redes, houve intenso calor ao redor dessas ações diretas e da expulsão do PSDB. Como é usual nas redes, há muita histeria e dedo acusativo distribuindo culpa, o que pouco ajuda. Há muitas contradições em todas as posições aqui também.

Imagem: Gavin Adams
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Dado que Bolsonaro conseguiu capturar um sentimento popular do “anti-establishment”, anti-sistema, que cresceu com a presente crise do capitalismo, que esgarça todas as facetas da vida. O ano de 2013, quaisquer que sejam as avaliações, foi uma rebentação sistêmica. Então existe a posição que defende o abandono da recuperação da normalidade institucional, e a avaliação é de que nunca vai existir apoio popular para a restauração das instituições podres e falhas, e que a esquerda precisa ser vista apostando na transformação. O fracasso histórico do gradualismo no Brasil enterrou a ideia de que há um caminho de acumulações contínuas em direção ao socialismo – a ruptura pode não ser desejável, mas seria inevitável.

Por outro lado, seus críticos apontam os periclitantes perigos derivados da falta de organização ou plano do que acontece a seguir, além da responsabilidade enorme abrir a estação da violência política aberta.

Quanto a abraçar tucanos e afins, preferia não, mas pode ser inevitável. Não tenho opinião fechada. Mas em relação a ação direta preferia um debate melhor. Me parece a discussão atual ao redor do tema gira em torno de 3 eixos: a legitimidade, a relevância tática e a jurisdição.

A legitimidade da ação direta, mesmo a espontânea individual, está sempre dada: o direito à auto-defesa e à rebelião contra a opressão estão garantidos. Já a relevância tática (hoje sim ou hoje não, aqui ou lá, contra x ou contra y) é menos abstrata mas traz a questão urgente do onde é o fórum onde se possa discutir e ser persuadido – e saber o que vai rolar.

Imagem: Alice Vergueiro
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A questão que chamei de “jurisdição” se relaciona a como se relacionar com forças que não usam a ação direta. Isto é, se a violência política vai afetar um ou mais corpos, estes precisam fazer parte do acordo que gera essa autoridade. Só acordo gera compromisso. A legitimidade dada por um espírito da história não tem jurisdição sobre outrem se não tiver acordo.

Em outras palavras, o ponto não é a legitimidade da ação direta, mas de como se relacionar com movimentos que não a usam e não a querem.

Imagem: Gavin Adams
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De qualquer forma, é preciso ter muita serenidade e calma nessa hora. É impossível saber se Bolsonaro ou a PM ou as FFAA ou Lula se beneficiam ou não a rebelião, mas é preciso muita responsabilidade e pouco pensamento mágico. E conversa madura.

Eram mais de 20h15 quando saí fora com R e vimos as imagens do Jornal Nacional na tela do boteco. A Globo está apoiando. Deu boa cobertura nacional e não fez muito auê sobre as ações diretas. A imprensa Bolsonarista sim.

Tomei o metrô e fui para casa.

Imagem: Alice Vergueiro

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