Terceiro Ato do MPL contra a tarifa do transporte

Em 16 de janeiro de 2020, o MPL faz nova manifestação e a PM prepara cilada na Praça da República

Todas as fotos: Alice Vergueiro

Cheguei para o 3o Ato do MPL em frente ao Teatro Municipal. Tinha chovido muito forte pouco antes e muitas partes da cidades estavam alagadas, incluindo a 23 de Maio, avenida Rio Branco, no centro. Eram 17h30.

Encontrei M dos ecossocialistas do PSOL e ela contou que o ato de ontem no Grajaú acabou em breve caminhada até o Terminal, onde queimaram uma catraca. Eu fui também a esse ato, com E, mas não fiquei até o final. Teve umas 50 pessoas, aguerridas.

Mas o lugar, o Terminal Grajaú, merecia comparecimento maior. Apesar de longe do centro, o terminal é nó central de uma grande extensão na Zona Sul e guarda enorme potencial político.

A presença policial lá no Grajaú foi forte, incluindo dois PMs de submetralhadora.

Foto: Alice Vergueiro

Em frente ao Teatro, hoje quinta-feira, estava completo o efetivo policial: os 100 PMs de jaleco verde, a Força Tática, a ROCAM com suas motocas e duas equipes de filmagem, a GCM – e o BAEP fora da vista.

Cheguei quando o ditos mediadores conversavam com lideranças do MPL. Elas estavam cercadas de 11 PMs, incluindo atiradores e escudos, para adicionar terror à chamada mediação.

Há uma fina distinção entre a “autorização” e o “aviso prévio” da manifestação. A PM, constitucionalmente, não pode desautorizar um ato público. Mas pode exigir o aviso prévio, inclusive de trajeto. Estas e outras regras foram passadas por Dória meses atrás. Assim, é possível quase sempre criar a narrativa da “desobediência” da passeata e aplicar a punição coletiva.

Olhei em volta e logo vi A e G, além da fotógrafa A.

Foto: Alice Vergueiro

A faixa de frente estava no chão “R$4,40 não dá” e a de fechamento também, “Por uma vida sem catracas”. Vi uma outra faixa “Mais metrô, mais busão e menos poluição. Ecossocialistas do PSOL”.

Vi um homem da rua, alto e magro, que puxava briga com todo mundo mas ninguém em particular, provocando muito. Já um outro homem, bojudo e de camisa rosa, bermuda de lozangos pretos e brancos e calçado de havaianas, escolhia bem os PMs para ir brigar. Ele falou muito intensamente, gritando que “vocês tem que ir pegar ladrão, o que vocês estão fazendo aqui?”. Ele tinha um saco plástico às mãos. Ele figurou depois na passeata também.

Vi uma bandeira da UJR, outra vermelho e negra, uma do Movimento Corrente.

A “Bateria Popular Zumbi dos Palmares” estava lá com sua percussão. Achei boa musicalmente e julguei que este poderia ser o batuque marxista mais competente que já vi em manifestação. Alguns vestiam camisetas do PCO.

Uma mulher veio conversar e disse que era jornalista empresarial. Disse que tinha certa simpatia pelo movimento (mas não sabia bem quem eram os manifestantes ali. Frisei que era o MPL e não o MBL. Ela disse que conhecia o segundo mas não o primeiro), mas que não confiava em nenhum partido e por isso se ausentara de qualquer ato público, mesmo em 2013, mesmo contra Bolsonaro, que ela vê apenas na esfera institucional. Mas ela contou que a sua melhor experiência era a de um grupo de mulheres do qual participara.

Eu retruquei e disse que o momento de fato está mais para movimento social do que para partido político, e que formulações do feminismo, movimento negro e outras instâncias não-institucionais têm proporcionado os debates mais interessantes e potentes. Mas aí ela falou que o grupo era um de muitos patrocinados pelo banco Santander, onde “não podia falar de política, de feminismo, de nada”. Fiquei meio sem graça mas não desmereci. Apenas pensei que vai ser difícil contrapor a captura dos protagonismos populares pelo empreendedorismo patrocinado. O Luciano Huck é bem essa figura. Saiu na Folha recentemente que parte do eleitor de Huck tem o mesmo perfil do eleitor de Lula.

Ela continuou dizendo que, ao contrário da América Latina, a revolta popular “não está no DNA do brasileiro”. Tentei citar a escravidão e a história do Brasil, e ela concordou, mas logo caiu de novo na racialização da questão. Desisti.

Vi a bandeira da Ação Antifascista São Paulo, do JUNTOS, da POR4, o estandarte laranja do RUA e um broche do CSP CONLUTAS.

Tem saído na imprensa que a PM, pelo menos por duas vezes, exigiu o recolhimento da bandeira da Ação Antifascista. Certamente é inconstitucional… e os integralistas se exibem em público, bandeira e tudo, sem nenhum problema – e o Estadão dá meia página, sem chamar de fascista.

Eram 18h quando a faixa se posicionou para sair. Fizemos um jogral e fiquei sabendo que a passeata ia percorrer o Largo do Paissandu, Praça da República e subir a avenida Consolação até a avenida Paulista.

Foto: Alice Vergueiro

Conversei com E que notou como o MPL estava de volta às bases: “tem juventude da periferia aqui”. De fato era o caso. A maioria dos manifestantes era de jovens de uns 25 anos, vários secundaristas e poucos velhões como eu – exceto um senhor que segurava um cartaz escrito à mão: “Artigo 5 da Constituição: Livre manifestação”. Ele vestia uma camiseta do PT.

Chegou R, e concordamos que a política está um saco e que corremos perigo. E contou que estivera recentemente na rua Guaianazes e que ela estava inteiramente tomada de imigrantes africanos, como uma “Little Africa”, como é comum na Europa e nos EUA.

Vi os fotógrafos R e L. Vi camisetas da Juventude do PT. Vi G e conversamos.

“Vem, vem, vem pra rua vem, contra o aumento!”

Vi os quatro advogados da OAB.

Foto: Alice Vergueiro

Vi o A do trompete, meio afastado do pessoal da bateria do Zumbi-PCO. Ele tocava, acompanhado de um trombone de vara, a antiga marchinha da Jardineira, cujo refrão vai “Ó jardineira, porque estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu?”.

Temi ser tragado pela doce melancolia da melodia e passar a ver tudo à minha volta como um agridoce bloco tingido de carnavais passados… saí fora e fui para a frente do ato.

Já passavam das 18h e a coluna de jalecos verdes com escudos barravam a passagem. Ficou assim um tempão, e perguntei às pessoas qual era a questão, mas ninguém sabia dizer. A PM buscava atrasar o ato, talvez para esvaziar o percurso antecipadamente, como costuma fazer. Talvez o caos urbano causado pela chuva fosse a razão.

Li na imprensa depois que era o caso, a PM alegava a situação da cidade para conter a manifestação.

Notei que agora, mais ao longe, o trompete agora atacava de “Se você fosse sincera, ô ô ô ô, Aurora”…

O impasse continuou e aquele fotógrafo de direita me cumprimentou e disse “Quero ver um dia o que você fica escrevendo aí”. Desconversei e disse que uma hora publicaria tudo…

Vi um drone no ar.

Eram 18h30 quando fizemos mais um jogral.

“Acabou a paz, isso aqui vai virar o Chile” – não rima mas passou o recado!

“Que contradição, tem dinheiro pra polícia mas não tem pro meu busão!”

“Eu não sou ladrão, não vou pagar a passagem pro governador ladrão” – desta vez com rima perfeita!

Só às 18h45 o povo perdeu a paciência e decidiu fazer da faixa de fechamento a de abertura, saindo pelo lado do Teatro à direita, em direção ao largo do Paissandu, no sentido contrário do bloqueio policial. Isto é, o povo inverteu a ordem da passeata e saiu por onde não havia barreira.

Ao chegar no Paissandu, as colunas policiais que ladeiam a passeata já tinham se recomposto e o aparato geral de envelopamento se instalara: motocicletas da ROCAM na frente, as duas colunas (50 PMS de jaleco verde de cada lado, total de 100), as duas equipes de filmagem, uns 15 Força Tática e muitas viaturas atrás.

Os manifestantes eram uns 500, animados.

“Deixa passar, a revolta popular!”

“Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da polícia militar”

Vários cartazes A4 traziam: “R$4,40 não dá!”, nas mãos das pessoas.

Vi moças furarem o bloqueio das colunas e panfletar os muitos curiosos que nos viam das calçadas e botecos da região – e também o pessoal que vem fumar e conversar na calçada dos fundos da Galeria do Rock.

Vi uma camiseta “Refugiados são bem-vindos”.

Vi na calçada um manequim masculino branco, sem mãos, inclinado e de testa encostada a um poste de luz. Evitei pensar metáforas para a esquerda e segui caminhando.

Vi uma bandeira aos ombros de uma moça, “Coletivo Paratodos”, pareceu do PT.

Foto: Alice Vergueiro

Na esquina das avenidas São João e Ipiranga, as colunas laterais policiais avançaram e bloquearam toda a via. Houve muito empurrão e escudada na cara.

Foi tudo meio súbito e sem razão. Ouvi um mediador dizer a um fotógrafo “pedimos para esperar um pouco para preparar a praça da República, mas eles não quiseram esperar a ‘autorização momentânea’”.

Como ficou claro depois, a “preparação” era uma cilada, pois lá fomos bloqueados novamente e agredidos. As negociações ali naquela esquina eram manobras protelatórias, provavelmente para provocar revolta, o que aconteceu.

Notei que o homem de camisa rosa e bermuda preto e branco tinha seguido conosco e de novo descascava os policiais da barreira, apontando o dedo, irado. Depois foi arengar o BAEP, que tinha chegado e se posicionado com seus gorros e escudos de metal.

Um fotógrafo passou correndo e disse “estão batendo na menina ali!”. Corri junto, vi um tumulto mas não consegui distinguir nada claramente.

Acabou que, depois de uns 20 minutos, a PM liberou uma brecha na barreira para passarem os manifestantes, que seguiram em direção à República, tendo dobrado à esquerda na avenida Ipiranga.

Eram 19h.

Pausamos na esquina da rua Barão de Itapetininga para um jogral: “Não desistiremos”. Uma nova manifestação foi marcada para a próxima sexta, dia 24, no Terminal Parque D. Pedro.

Seguimos pela avenida até a barreira policial: os 100 PMs de jaleco verde bloqueavam toda a via. O BAEP estava atrás, em duas posições, com atiradores. A Força Tática espalhada, os câmeras em registro. Estacionadas em frente da Secretaria da Educação estavam a meia dúzia de viaturas que serviam de comando.

A faixa chegou perto e parou. A esta altura, éramos uns 300. O impasse perdurou muito tempo, as duas linhas se encarando, imóveis. A tensão geral se espalhava pela praça, com muitas brigas e discussões. De um lado, um grupo de uns 4 homens discutiam com manifestantes. Um deles era um homem baixinho, branco, de boné e mochila. Estava irado e gritava “voltem para casa! Vocês quebram o metrô, vai quebrar a tua casa!”.

Foto: Alice Vergueiro

Tinha gente que retorquia, mas a melhor resposta foi do homem de bermuda e camiseta rosa, que recomeçou a gritar muito com os quatro, e com os PMs e também com o BAEP. Achei que ele corria perigo, pois seria fácil qualificar sua atitude de “desacato”.

Mais uma vez notei que algum povo da rua zanzava entre os manifestantes. Uma mulher de sotaque carioca gritava muito contra os policiais, e uns dois homens vieram falar comigo, formulando seus entendimentos da situação.

Sempre que me pego pensando no povo da rua como reserva política da revolta popular – destemida, rebelde, indomável – penso que a esquerda está em maus lençóis. Algo semelhante se passa durante o carnaval. O impacto da Mangueira ter celebrado Marielle na avenida foi muito importante e tal, os blocos de carnaval, pelo menos em São Paulo, têm sim um potencial de enunciação de desobediência e descontrole social forte, mas… quando acaba, tudo o que resta é o confete pisado no asfalto e os garis varrendo, e a esquerda continuamos paralisados.

O foco da tensão era o estreito corredor entre a barreira e o que restava da passeata. Tanto a PM quanto os fotógrafos e repórteres registravam o espaço ansiosamente. Notei que, quando os manifestantes levantavam a faixa acima de suas cabeças, a barreira de PMs ficava totalmente sem visão, o que os deixou muito agitados.

A entrada principal do metrô permaneceu aberta até aqui, já que a manifestação fora bloqueada ainda na avenida e não tinha acesso.

Li depois que a repressão de hoje foi uma vingança contra o MPL, disparada por um artigo na Folha de São Paulo, que indica como o governo Dória tenta sufocar o movimento popular através da PM, com intimidação, prisões aleatória e prisões seletivas, enquadros, agressão física… O governador postou nas redes sociais um repúdio ao artigo, com um carimbo “Muita ideologia”. Ele é um verme perigoso e está ativo na nova onda política da direita: criar um bolsonarismo sem Bolsonaro.

Como resultado da dispersão parcial do povo atrás da faixa, parte da manifestação foi contornando a barreira e se espalhando atrás dela. A certa altura, lá pelas 19h, esse povo começou a cantar palavras de ordem, configurando um “cercamento” da barreira policial. Isto é, a barreira tinha deixado abrir sua retaguarda, configurando uma perda de vantagem tática e controle operacional. A polícia surtou.

Foto: Alice Vergueiro

Os atiradores do BAEP disparam cinco vezes, gás e balas de borracha. Vi três detenções violentas, de três moças, incluindo a Andrezza do MPL. Ela foi derrubada pelo cabelo e ficou pisada pelo pé do policial. Ela gritava muito e se defendia como podia. Acorreram muitos companheiros e fotógrafos, mas ela logo foi cercada por um anel de PMs, uns 15.

Vi outra moça ser arrastada pelo pescoço.

Elas foram levadas todas para junto das viaturas, muita comoção e revolta do povo, já que as prisões, além de violentas, foram ilegais: não houve qualquer ameaça à força policial ou à ordem pública. Li depois que hoje foram 10 detenções ao todo.

Foto: Alice Vergueiro

O tumulto diminuiu mas a revolta era grande. O povo do outro lado da barreira ficou puto, e tinha gente andando por todo o lado. Testemunhei muita discussões, inclusive de gente fora das grades do metrô, agora fechadas, com os seguranças dentro.

Ouvi uma voz solitária que gritava “Cons-ti-tui-ção”, que só podia ser do senhor do cartaz que eu vira na concentração.

Voltei para o lado da faixa e vi que o impasse continuava. Um moço que segurava uma extremidade da faixa disse ao atirador, bem a seu lado, que apontava sua arma na direção da multidão: “Você está mirando na cabeça!”. De fato era verdade.

Eram 19h45, e vi uma repórter da Globo que estivera na saída do ato.

O batuque continuava, muito grito e palavra de ordem. Vi vários ciclistas entregadores do iFood passarem céleres, nenhum ficou para ver.

Um moço negro, magro e bonito, passou correndo, em jogging, de fones de ouvido brancos e de calça de lycra coladinha, com a camiseta “Crossfit”.

Foto: Alice Vergueiro

Às 20h a faixa tinha retrocedido alguns metros, e a PM começou a fuzilaria, de gás e concussão para afastar o povo. Fizeram novas detenções. A galera se revoltou e se reagrupou na avenida, mais na altura da esquina da Barão de Itapetininga. As duas faixas do MPL voltaram ao asfalto e fizeram uma barreira visual para defender o povo, que arrastou três grandes lixeiras para o cento da via.

Foto: Alice Vergueiro

Eram 20h05 quando a coluna de PMs de jaleco verde avançou na avenida Ipiranga. O povo retrocedeu para a rua Barão de Itapetininga e saíram correndo pelos calçadões.

Corri também e cheguei na esquina junto com a tropa do BAEP, que ficou lá. Segui pela Barão e vi que os clientes dos bares do local, normalmente indiferentes às passeatas, estavam alvoroçados, encolhidos em magotes juntos às fachadas.

A vida noturna dos calçadões é intensa, com muitos estudantes universitários, boêmios e sambistas dividindo o calçamento central da cidade. De fato, em meio aos gritos, bombas e tiros, eu ouvia mais de um pagode ao vivo.

O povo tinha se espalhado e o gato-e-rato começou. Apesar do barulho ecoado pelos prédios, não vi nenhum ato de vandalismo. A PM se espalhou pelo local e o pessoal fugia.

Apesar do perigo da perseguição e agressão em ambiente restrito, era um alívio ter furado o cerco policial e poder correr livre pelo centro. Percebi como é efetivo o cercamento que a PM faz do MPL e de outras passeatas. A população do centro está nas ruas sim, as possibilidades de interação e furo de bolha são grandes, mas a polícia tem conseguido isolar as manifestações da população.

Corri até a esquina da rua D. José de Barros, e olhei em volta. À esquerda, na mesma D José, vi bares com mesas nas calçadas, e também ouvi um samba rock no ar. A maioria das pessoas percebia o tumulto e olhava preocupada para os lados, muitos bares fechando as portas e recolhendo mesas – mas um casal dançava um “soltinho” no calçadão.

Decidi subir a D José à direita com um povo. Chegaram umas 10 motos da ROCAM, piscando, e bloquearam a esquina. Hesitei em continuar subindo a D José, já que poderia tomar tiro nas costas. Aguardei um pouco, mas quando vi que eles não traziam armas, segui subindo.

Mas um grupo de 3 PMs – um escudeiro, um homem negro com uma bolsa de bombas e uma mulher pequena – me ultrapassou e foram lançar projéteis na moçada. Era a moça que arremessava as bombas, mas claramente era iniciante: a primeira bomba foi lançada errado e detonou a apenas um metro deles, a 3 metros de mim. Virei o corpo e vi a intensa luz amarela da detonação no reflexo sobre as fachadas, seguida de estampido muito forte. Senti a concussão nas costas. O homem da bolsa não ralhou com ela e encorajou-a a lançar mais outra granada, que também caiu meio perto e explodiu forte.

Uma coluna policial avançou pela rua e decidi voltar e pegar a paralela, que é a rua Marconi. Subi correndo e cheguei na rua 7 de Abril, bem onde ela dá acesso à Praça D José Gaspar, onde fica a biblioteca Mário de Andrade.

Lá vi várias motocicletas da ROCAM chegando. Um homem me disse que eles tinham feito uma detenção, e o policial motociclista tinha arrastado o moço que prendia pelos cabelos, moto em movimento.

Muitos fotógrafos acompanharam a detenção.

Desci a rua Conselheiro Crispiniano até o Teatro Municipal. Lá vi ninguém mais que o homem loquaz da camiseta rosa e bermuda preto e branca. Estava calado e sozinho, e trazia uma lata de cerveja na mão.

Decidi ir caminhando para a estação do metrô Sé, já que as mais próximas estavam fechadas. Passei pela esquina da rua Xavier de Toledo, onde ela encontra o Teatro.

Vi muitos fotógrafos e repórteres reunidos lá. Fiquei um pouco e notei o helicóptero da PM acima da gente. Passaram muitas viaturas, encarando, mas só. Passaram mais ciclistas do iFood, e um moço jovem veio me perguntar o que estava acontecendo.

Eram mais de 20h30 quando atravessei o Viaduto do Chá e tomei a rua Direita. Notei que mais de uma placa levava a palavra DIREITA apagada por um incisivo golpe de spray preto.

A estação Sé estava calma, tomei o metrô e fui para casa.

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