Duas jovens escritoras periféricas mostram: o mergulho no eu pode ser ato de generosidade. Fora da dicotomia emoção-razão, seus amores e frustrações são convite à resistência feminista, do qual ninguém atravessa incólume — nem homens
Afluente e poderoso, setor atrai multidões de trabalhadores. Sonham viver de arte e imaginação; encontram precariedade. E seus jogos convidam tanto à obediência quanto à fantasia, num tempo em que a vida real parece impermeável à criação
Streaming disponibiliza o essencial do cineasta espanhol, que em breve lançará novo filme. Para o esquenta, vale rever A lei do desejo (1987): uma paixão homoerótica com profundo sentido de humanidade que transforma o kitsch em sublime
Seguir isolado ou sair às ruas? Neste não-lugar gerado pela crise, imperam a culpa e a indefinição do futuro. Saída pode estar em reconhecer a precariedade de nossos abrigos e apostar na partilha de experiências, medos e desejos…
Exposição em SP mostra escritora para além do rótulo de “favelada”: ciente que o poder tem cor, denunciou injustiças, mas elaborou sofisticado projeto literário, que desnudou os dramas do Brasil pós-abolição e da fome (também) existencial
Chloé Zao, vencedora do Oscar com Nomadland, desvela um capitalismo tão melancólico quanto brutal. Em Song my brothers (2015), seu 1º longa, sob um drama familiar indígena, as novas facetas do colonialismo – e de seu enfrentamento
Entre o passado de milícia fascista e o presente do “cidadão de bem” (ou outsider), filme mostra de maneira inquietante os resquícios da ditadura pinochetista na sociedade de hoje — e, inclusive, os cortes de classe dentro da extrema direita
Ao retomar, após 525 dias isolado, o gesto de abraçar, sociólogo reflete sobre seu significado, em diferentes culturas e épocas. Também tenta (em vão) descrever a emoção que o tomou. E indaga: “deixar de abraçar será viver como se morre”?
Em sete peças curtas, o balé da vida: das cantigas de roda ao amar, curtir e compartilhar em ilhas. O cenário: mundo que se despedaça e re-encanta, o sangue lusco-fusco e a promessa de novo dia raiar, onde “é impossível evitar o leve tremor”
Reflexões sobre o romance de Conceição Evaristo. No percurso adverso de uma menina-mulher negra, as violências racistas, mas também o poder da fabulação e do riso rebelde contra o cinismo dos opressores — e a ousadia de ser a si-mesma